sábado, 5 de maio de 2012

Olhos de jacinta e sensibilidade de beija-flor: em busca da borboleta azul


Questionamos de forma reconstrutiva o nosso lugar na Amazônia, bem aqui do lado de Belém e mais ali na comunidade do Paraíso, afinal escola é saber colocar-se em projeto...

Nossa escola atende a crianças de 3 a 6 anos...

Nossa escola olha sim para o passado quando procura ouvir, vivenciar, perceber, dialogar e projetar-se a partir do olhar de cada criança, que nos transforma, ou seja, buscamos dar nova forma a nossa ação nesse diálogo infindo. Afinal, vamos aprendendo ali com elas que o Ver é Pensamento e o Pensamento é Visão... 

Estamos na escola tomando a Avenida Almirante Barroso como referência no tempo e nos conceitos que vamos enredando nas pesquisas e conversas para compreender a relação ser humano-natureza-sociedade-trabalho-cultura...
Avenida Tito Franco (atual Almirante Barroso) em 1898 e 1960. Passaram 62 anos de uma foto para outra...
Avenida Almirante Barroso (antiga Tito Franco) em 1960 e 2012. Passaram 52 anos de lá para cá.
É... como estará a Av. Almirante Barroso daqui a 20 anos?
Espera-se que nos possibilite o bem-viver.
Olhos de Libélula e Sensibilidade de Beija-flor...

Mas...

- O que eu tenho a ver com isso?
- O que você tem a ver com isso?

Pergunta a nos inquietar e a tentar responder em nossas ações...

Bem...

Quem sabe possamos ter de volta a borboleta azul lá entorno do Assentamento "Vale do Paraíso”, na Ilha do Mosqueiro (Belém-PA), como quer a merendeira de nossa escola que nos desenhou duas delas a representar o passado daquelas terras e águas das boas. Nós em nosso projeto pedagógico estamos pensando, problematizando em busca de respostas. Isso é educar pela pesquisa! Isso é aprender com eles a construir um projeto de escola...

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Palavras do encontro: cooperação e autonomia


Trago hoje a escrita do Sr. Manoel, servidor que atua nos serviços de higienização e reorganização de nossa escola.

Após tempo de conversa acerca do significado do projeto pedagógico, do processo de formação e da importância das aprendizagens, falamos sobre pontos aparentemente dispersos e que se unem através de pequenos riscos e aos poucos dos traços surgem formas, de tais formas leituras, releituras e diferentes combinações se seguem e se inscrevem na história de um grupo.

Currículo se constrói em rede e não sob princípios cartesianos (fragmentação, descontextualização, simplificação, redução, objetivismo e dualismo). O olhar cartesiano direciona o olhar das pessoas para o que é objetivo e racional, mas, desconsidera a dimensão da vida e da cotidianeidade: a emoção, o sentimento, a intuição, a sensibilidade e a corporeidade.
Ligando pontos e redesenhado ideias...
Pois é, o Sr. Manoel nos fez a sua releitura a partir da protagonista de “Gente da Floresta”, de Paula Saldanha, conforme postagem anterior. Os demais servidores vão aprendendo a ouvir como eu, ao mesmo tempo a nos admirar da, iniciativas, paixão e consciência responsável pelo lugar bem marcado pelo nosso protagonista do dia, já na primeira reunião ele nos deu uma mascote: a libélula, segundo Sr. Manoel, possui múltiplos olhares e naquele retrato a espiar pelo buraco de uma folha amarela...

O Sr. José nos representa as borboletas, como Mario Quintana, e é a pessoa que possui muita habilidade para fazer germinar, como as já plantadas na escola: melancias, cajus, mangas, cebolinhas, tomates, flores...

Nesse último relato, como a menina da história, eu de uma forma ou de outra me coloco no seu lugar em três pontos: passado, presente e futuro.

Amapá
Passado - logo em que eu me entendi por criança no ‘Paraíso’ tinha várias espécies de animais, plantas e árvores que hoje não encontramos mais aqui, animais como cotia, paca, tracajá, macaco da noite e muitos outros animais, no caso das plantas havia uma planta que tinha uma flor amarela por fora e vermelha por dentro, em que eu gostava de comer, hoje não existe mais, assim como algumas árvores como Acapulco, Amapá, Castanheira e outras espécies, em que eu não me lembro... este era o passado do nosso Paraíso.

No entanto, o presente em que vivemos é este o paraíso sendo tragado pelo crescimento desordenado da população e o principal ponto em que vejo, é a falta de consciência com os animais, plantas, com as árvores e até mesmo com nós mesmos, se o homem tem consciência de fazer o que é certo, eu tenho certeza de que ainda tem jeito do nosso Paraíso +20 possa estar bem melhor...

O futuro a Deus e pertence, mas, Deus fez a sua parte quando criou todas essas maravilhas... mas, também, temos que fazer a nossa parte, em nossa casa, em nosso bairro, em nossa escola. Se cada um de nós fizermos um pouquinho, com certeza o nosso futuro pode ser o nosso passado diferente – mais belo.

- E o que eu tenho a ver com tudo isso?

Se eu não começar a fazer algo agora, como: mostrar, ensinar ou aprender como devemos fazer. A consciência e a união pode sim fazer a diferença em nosso dia-a-dia, se todos nós tivermos o pensamento de não poluir de não contaminar o ar com lixo ou queimadas, com certeza, o amanhã de minhas filhas será...

Puxo a respiração e solto”.

Assina o texto e se emociona após leitura, quando preferiu ler para todos e de pé. Solicitei seu relato e disse a ele que por aqui iria publicá-lo, sorriu-me e meio sem jeito disse que, para ficar melhor, eu poderia corrigir, por conta de seus estudos... Digo a vocês que houve pouca interferência, afinal, mais de 90% de seu texto está como Manoel de Jesus escreveu.

Na próxima semana, todos querem cooperar com seus pontinhos para ligar a outras ideias, assim formar algo significativo e que desejam ser importante para toda comunidade escolar.
Equipe da Escola - reunidos à mesa saboreando o prato do dia: uma deliciosa lasanha.
A cada encontro o grupo sugere, decide o cardápio e se cotiza nos ingredientes.
Saber com sabores... hummmm!
Projeto da Escola? Eu sei que de alguma forma a gente vai conseguir...