domingo, 19 de maio de 2013

Orientador Educacional: uma profissão em extinção?

Uma das funções da pedagogia que mais me identifiquei foi a da "Orientação Educacional", embora tenha cursado Administração Escolar, entre 88 e 90, no Paraná. Cursei no Pará, a Orientação Educacional e depois a Psicopedagogia.
A "Federação Nacional dos Orientadores Educacionais" (FENOE) foi extinta em meados da década de 90. Os conhecimentos que fundamentam a prática interdisciplinar do orientador educacional entrecruza os saberes de Psicologia, Sociologia, História da Educação, e outros como Antropologia, Ciências Políticas, Metodologia e a Pesquisa como abordagem qualitativa.

Falo de extinção nos cursos de Pedagogia desta função pedagógica importante por ter ficado em aberto a formação profissional do orientador, pelas palavras publicadas na própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), que em seu artigo 64, orienta/induz:


"A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feira em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional".

Ou seja, deixa a critério das instituições que, na maioria, relegam para a pós-graduação tal demanda, se houver... As escolas precisam desta função pedagógica e a nossa faz acontecer através das intervenções que urge na comunidade escolar.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura, aprovado em 13/12/2005, e a Resolução CNE/CP n.1, de 15/05/2006, reduzem a "orientação educacional" à área de serviços e apoio escolar. Contraditoriamente, o artigo 5° de ambos, mencionam que "o egresso do curso de pedagogia deverá estar apto..." para uma série de ações/intervenções, e que a gente na prática verifica que nossos colegas não foram formados para atuar, e nos angustia diante do projeto da escola que clama por essas competências/habilidades, que no caso as orientações legais apontam para a necessidade de um trabalho integrado com outros profissionais da educação ou parceiros institucionais como o psicólogo e o assistente social. Antes éramos formados por dois anos e dali saíamos como Pedagogos/Orientadores Educacionais ou Pedagogos/Administradores Escolares ou Supervisores Escolares. Para cursarmos a Pedagogia inteira levávamos em média 6 anos.

Como poderemos cumprir como egressos, sem a formação específica, com o que esses importantes documentos prescrevem no artigo 5°...


II compreender, cuidar e educar crianças de zero a cinco anos, de forma a contribuir para o seu desenvolvimento nas dimensões, entre outras, física, psicológica, intelectual, social;
VII promover e facilitar relações de cooperação entre a instituição educativa, a família e a comunidade;
XIV realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos, entre outros: sobre alunos e alunas e a realidade sociocultural em que estes desenvolvem suas experiências não-escolares; sobre processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios ambiental-ecológicos; sobre propostas curriculares e sobre organização do trabalho educativo e práticas pedagógicas.

Cheguei a orientar um TCC que traz esse questionamento (O papel do orientador educacional na escola, 2007). Após a LDB 9394/96, se dá mais ênfase à gestão escolar e pouco se estuda/discute sobre as dificuldades de aprendizagem ou inclusão/adaptação escolar, que atualmente necessitam de pesquisa pedagógica, na área da orientação educacional.

Apresento alguns flashes que aconteceram nas últimas quinta-feira e sexta-feira, em nossa escola, através da abordagem da "Orientação Educacional", sendo o orientador educacional, na pessoa do Professor Elias Gomes, da Fundação Escola Bosque, como ponte entre estudantes, educadores - que inclui na nossa concepção todos os funcionários da escola, pais ou responsáveis do alunado.











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