Dedicatória
"Quem foi que disse que eu escrevo para as elites?
Quem foi que disse que eu escrevo para os bas-fond?
Eu escrevo para a Maria de Todo o Dia.
Eu escrevo para o João Cara de Pão.
Para você que está com este jornal na mão.
E de súbito descobre que a única novidade é a poesia,
Quem foi que disse que eu escrevo para os bas-fond?
Eu escrevo para a Maria de Todo o Dia.
Eu escrevo para o João Cara de Pão.
Para você que está com este jornal na mão.
E de súbito descobre que a única novidade é a poesia,
E os jornais sempre proclamam que “a situação é crítica”!
Mas eu escrevo é para o João e a Maria,
Que quase sempre sempre estão em situação crítica!
E por isso as minhas palavras são quotidianas como o pão nosso de casa dia
E a minha poesia é natural e simples como a água bebida na concha da mão".
[Quintana, Mario. Dedicatória, in: A cor do invisível, Globo, 1989, p. 26]
Escrevo sobre a práxis nossa de cada dia, a combinar saberes, conhecimento e didática.
Pois, "na realidade, os homens não são manipuláveis indefinidamente em qualquer direção, pois sempre existe um ponto limite, um limes no qual deixam de ser objetos e se transformam em sujeitos".
(Heller, Agnes. O quotidiano e a história. 1972, p.99).
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