segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Bodas de Nácar: a linguagem do amor

No intervalo destas férias, sinto-me bem melhor após dois anos de cuidados com a saúde e quase um ano afastada da escola para tratamento, cirurgia dos joelhos, seguidas e intensas sessões de fisioterapia e hidroterapias. Ainda estou no “acabamento” segundo o fisioterapeuta, mas, na expectativa - e com vontade - de voltar para a escola e acompanhar mais de perto todo o processo pedagógico.

Neste entremeio...
Tempo de relax e renovação...

Por aqui... neste janeiro renovamos sempre as bodas de casamento no dia 26 próximo. Estamos agora no tempo da madrepérola (Nácar). Segundo a mitologia greco-romana, a deusa Afrodite (grega) ou Vênus (romana) nasceu dentro de uma concha madrepérola, criada pelas espumas do mar. A deusa do amor. Muito agradável saber. Essa concha reflete várias frequências da luz de acordo como é iluminada e se ilumina, tons rosas, azuis, verdes ou amarelos mesclam-se nos olhares, valorizam sentimentos e atravessam os cotidianos desses nossos 31 anos. Somam-se ainda neles mais três anteriores.

O amor ilumina nossos olhares há 34 anos...
Sobre as virtudes do amor...

O amor é paciente,
é benigno,
o amor não arde em ciúmes,
não se ufana, não se ensoberbece,
não se conduz inconvenientemente,
não procura os seus interesses,
não se exaspera,
não se recente do mal,
não se alegra com a injustiça,
mais regozija-se com a verdade,
tudo sofre,
tudo crê,
tudo espera e tudo suporta...
O amor nunca falha...

(...)

Agora, vemos como em espelho, obscuramente,
então veremos face a face.
Agora, conheço em parte;
então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem
a fé, a esperança e o Amor, estes três;
porém, o maior destes é o Amor.

Apóstolo Paulo de Tarso ou Saul de Tarshish
(I Coríntios 13: 1-13)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Minha Casa, Minha Vida: versão 2

Pausa ativa. Exercício intermitente. Inquietudes navegantes...
"Árvore Boa"
Quem dera fosse a de casa... a respirar viçosa. Talismã sôfrego!
Alegre encontrei no Cartoon de Biratan Porto, a "árvore boa", o alento bem-humorado que se afina como uma das possíveis soluções para a realidade dos pássaros deste lado daqui do Planeta Umarizal-Belém-Pará-Brasil...
Sensibilidade alerta, aclama!


- Dá para sonhar....
- Dá p'ra refrescar?


Na postagem anterior: "Minha casa, minha vida: analfabetismo crônico", ensaio a triste releitura do "telhado em telhado" dos passarinhos das bandas do Umarizal que ainda despertam as rotinas matinais... Até quando?


E nos entretantos... meio assincrônicos com as notícias da mortandade de muitos outros pássaros que estão aparecendo em vários pontos do Planeta, assistimos a vida em efeitos midiáticos. É uma questão sintomática!


Mais recentemente, neste início de ano, fomos surpreendidos pelo fato de que, no Arkansas (EUA), estimadamente 3000 aves se chocaram contra edifícios. Vítimas mortais. Também em Pointe Coupee, no estado americano de Louisiana, e no sul da Suécia. Todas voavam baixo. Bastante assustadas com os fogos de artifícios. Boa hipótese. Tempo que marca a passagem de ano. Motivo de alegria dos humanos.


O que essas notas remexem? O que nos tocam?
É só mais um sintoma...

sábado, 8 de janeiro de 2011

Blog em férias: imaginação, matéria e poética no ciclo da vida

Blogar faz bem. Hobby novo. Momentos livres abertos. Extravasa escrever. Relaxa ler. Aprende-se na interação. Tendência ao vício. Ler vicia. Escrever também. Alguns são viciados em internet, em bate-papos, em orkutar, em twittar, em blogar... Isso é doentio? Quem sabe exista o lugar dos blogólatras – twittólogos – orkutólogos – worholics - worklovers – em grupos anônimos de ajuda mútua, aprendentes...

Vício é algo impulsivo ou esforço repetitivo... Controlável? Somos dependentes? É o bem ou o mal contemporâneo? Freud explica em “o mal na civilização”. Podemos viver sem luz ou internet? Pausa e repensar. Evolução cultural da renúncia em uma série de aspectos da subjetividade gera a maioria dos sofrimentos que procuramos nos defender - talvez medo de não sermos moralmente aceitos. Efetiva-se o “superego cultural”. Necessidade de se pertencer a um grupo. Sublimamos desejos. Transgredimos. Reencontramos a razão. Loucuras fazem sorrir.

Há necessidades de estarmos com o outro sem perdermos nossas identidades. Identificamo-nos e valorizamos nossas diferenças. Sem grilos, cobras ou lagartos. Adotamos e fazemos estilos. Reeditamos. Novos sentidos propagam.

O bem faz mal. Talvez. O meu vício é ler. Busco o equilíbrio na alegria de viver. De aprender com as crianças. Também com os jovens e os adultos na escola. Pesquiso. Sofro. Busco. Compartilho. Sem exageros compulsivos. Amar faz bem.
E muito!

Material de pesquisa e a fada bailarina
Ultimamente estive e ainda bailo nos dizeres dos alunos sobre o fenômeno bullying, o “mal-estar da civilização” e o bem-estar emocional desse alunado na educação básica, na escola pública... Assim meio-inteiros mergulhados ou atravessados na cotidianidade ribeirinha e cercados de ares cosmopolitas da Capital dizem, expressam, silenciam, reproduzem, reinventam. Cartografias simbólicas. Vínculos históricos e novas alfabetizações. Interfaces do espetáculo urbano. Bem e mal. Resistências e efeitos perversos. Bloqueamentos. Interligações. Resiliências e interdependências. Tranversalidade. Vida.

Tudo borbulha. Espiral concêntrica. Excêntrica. Dinâmica. Ciência. Cultura. Saberes. Orientação. Autonomia e Criatividade. Construção do conhecimento. Cooperação. Qualidade de vida. Ufa! Viva!

Leituras, estatísticas, vídeos e a fada bailarina
Tudo começa com eles e retorna a eles. O discurso e o protagonismo do alunado fazem a diferença nesse movimento pedagógico. Necessário. Importante. O discurso alcança qual parcela desse alunado? É preciso interagir com todos. Cuidados. Saberes. Novas exigências. Saber ouvir.
Fazer em conjunto.

Alunado saturado de discurso moral. Sabem o que dizer e a quem. Invertem. Ocultam. Reservam. Escancaram. Aditam. Multiplicam. Subtraem-se. Dividem. Compartilham.

Cabe aí o parodoxo de Baudelaire: “quanto mais a matéria é, em aparência, positiva e sólida, mas sutil e laborioso é o trabalho da imaginação”. Bem ver. Bem sonhar. Bom entrelaçar. Enlaces. É a ética da vida.

Protagonismos Ensinantes e Aprendentes. Parcerias entre projetos pedagógicos. Iminências. Acontecimentos.



Pausa. Tempo de refazer-se. Retorno escolar em breve.
Blog em pausa. Até!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Minha Casa, Minha Vida: analfabetismo crônico

Pássaro solitário no telhado do vizinho à espera da companheira

Despertar com o canto dos pássaros é estar com os ouvidos mais sensíveis, limpos da poluição sonora, a que somos assoberbados diariamente, ainda mais nós que aqui moramos no Umarizal.

Corri na sacada para ouvir melhor e percebi que ali havia coro de muitos e diferentes passarinhos, pulavam de telhado em telhado, de fio em fio e a cortar o céu em volta.

Vista do Umarizal
Como aqui conseguem sobreviver? Esse espaço que moro é um dos bairros cujo m2 dizem ser o mais caro de Belém. Um lugar cheinho de espigões. Uma horta de concretos verticais cuja engenharia procura dar o tom natural em suas transparências modernas, a espelhar e sorver o celeste azul.

Os passarinhos... o que pensam daqui desta margem do rio, quando se deparam com um prédio de 40 andares em pleno voo? Talvez muitos deles, é o que parece, insistam em sobreviver por aqui, quem saiba por este rio que encosta... Obstaculizamos a corrente? Depende do ponto de vista.

Aqui de minha casa, ainda enxergo o céu e desperto com o mavioso hino, sem o ruído da serra que agora se produz pelos trabalhadores da construção civil em outros novos prédios insurgindo deste pedaço da Terra.

Umarizal, quer dizer muitas árvores com fruto silvestre do “umari”, seu significado origina a história deste bairro, hoje deveria se chamar “espigal”, nome arrumado para algo nada natural, triste metáfora.

Meu esforço nesta manhã de obter imagens dos passarinhos cantando frustrou-me. Sinto-me tristemente analfabeta para descrevê-los. Ignoro o perfil. Aqui impotente para publicar. Coisas urbanas que assim me fizeram ser. Aqui vou aprendendo a me adaptar como eles aí pelos telhados, pois, as árvores que atrapalham as avenidas estão caindo, atropelam-se, puros ruídos no contexto, assim aqui, ali e acolá caem pelo descuido urbano.

O poder público se preocupa em manter infraestrutura, no mínimo, para atrair riquezas advindas das promessas capitais da construção civil. E o saneamento? A qualidade do ar? Talvez o rio seja o refúgio desses pássaros, lugar de beber água, lavar-se, brincar, namorar, cantar molhado. Mas, e a questão sanitária e os coliformes totais e fecais? Outra história dos motivos a conhecer acerca da persistência de aqui estarem os tais pássaros a cantar.

Temos estudos sobre a resistência canora em lugares como este? Galo meu ouvido não alcançou nesta manhã. Talvez tenham quintais por aqui.

Termino este diário do primeiro dia útil de 2011. Aprendências que depende por aqui de muita gente mesmo para me tirar desse analfabetismo crônico. O IBGE computa esse desenvolvimento/pobreza? O que conta o índice de desenvolvimento urbano? É a história humana de quem vive na cidade e em um bairro que em Belém é considerado o mais nobre da Capital Paraense. Como qualificar esse nobre? Pelos muitos prédios penso.

Pergunta que ainda não quer calar: onde estão os ninhos destes passarinhos, alguns deles se acomodam nas árvores e plantas de casa, passeiam no pequeno canto verde de meu jardim, gostam de ficar no telhado de casa, dos vizinhos, batem em minha janela para fazer suas reclamações...

Há algum programa de governo em atividade que cuide de suas habitações? Passarinho vota? A quem elegeriam? O que nós fazemos quando observamos os programas de governo em busca da qualidade de vida? Talvez o analfabetismo crônico não seja só meu. Este é um motivo de boa comunhão. Motivo de ser comum e feliz. Moro em bairro nobre! Mas, sou professora...

"Querido diário, abaixo algumas das imagens amadoras obtidas na redondeza e mais outra capturada da internet para mostrar o lado do rio que banha as costas do Umarizal. Acordei às cinco com clamores em bela sinfonia, às seis da manhã já batia fotos, seleciono algumas para aqui expor e dizer do re-clamor desses anjos de asas e seus hinos maviosos que por estas bandas ainda sobrevivem a cantar".
Espigões da sacada de casa
Verde sobrevivente
Árvore espremida recebe os passarinhos daqui
O esguio pássaro à direita encontrou a companheira tímida à esquerda...
Nasceu um espigão em meu jardim 
Umarizal sob o olhar ribeirinho 
O sol da manhã rasga o céu da Amazônia

Eu olho Belém da janela [de minha casa]

As aves que passam fazendo uma zona

Mostrando pra mim que a Amazônia sou eu

E tudo é muito lindo

É branco, é negro, é índio

(...) sede urbana dos matos

[Uma] caipora que nasceu na cidade

(...) Sou mais [uma brasileira]

Olhando Belém [daqui] enquanto uma canoa desce um rio

E o curumim [do lado de lá] assiste da canoa um boing riscando o vazio

Eu posso acreditar que ainda dá pra gente viver numa boa

Os rios da minha aldeia são maiores do que os de Fernando Pessoa

(e o sol da manhã rasga o céu da Amazônia)

Olhando os meus olhos de verde e floresta

Sentindo na pele o que disse o poeta 

Eu olho o futuro e pergunto pra insônia 

Será que o Brasil nunca viu a Amazônia 

E vou dormir com isso

Será que é tão difícil

- Os versos acima [pouco modificados] foram compostos por Vital Lima, conheça a belíssima música "Olhando Belém" entoada por Nilson Chaves, um dos pássaros desses recantos paraoaras.
- Daqui penso eu: a Amazônia resiste? Amazônia sou eu. Somos nós brasileiros. Somos nós deste Planeta clamando.


Post Scriptum, Alerta Planeta:
Encontrei um post sobre a mortandade de bichos, no caso, de pássaros, que o bicho-homem, as suas construções urbanas e senso estético acabam transformando as nossas cidades em cemitérios a céu fechado. Sem espaço para árvores e pássaros, que há muito trocaram o pular de galho em galho pelo telhado em telhado, onde vamos parar? Leia um pouco mais: "Morte em massa de pássaros atinge o segundo estado nos EUA".


- É possível fazer de nossas cidades mais educadoras?

Imagens 1, 3-7, arquivo pessoal

domingo, 2 de janeiro de 2011

Primavera nos dentes: vínculos intertextuais

A obra "Dom Quixote e Sancho Pança Saindo para Suas Aventuras" (1956), em lápis de cor sobre cartão, releitura de Portinari que ali redefine traços de Picasso, novo olhar do Cavaleiro Andante, de Miguel de Cervantes. Nessa relação intertextual a poesia de Carlos Drummond de Andrade substancia e vincula objetivos:

Disquisição na Insônia
Que é loucura: ser cavaleiro andante
          ou segui-lo como escudeiro?
De nós dois, quem o louco verdadeiro?
O que, acordado, sonha doidamente?
          O que, mesmo vendado,
          vê o real e segue o sonho
de um doido pelas bruxas embruxado?
Eis-me, talvez, o único maluco,
e me sabendo tal, sem grão de siso,
sou — que doideira — um louco de juízo.
Acima, "Dom Quixote e Sancho Pança", sob o olhar de Salvador Dali. A obra vai fluindo seu significado e se ressignifica no outro. A pesquisa entrelaça.


Sob olhar intertextual a questão (re)aparece:
- Quem escreve Blog? Quem se mantém escrevendo?
[estilos variam, modificam-se...] 

Em outros espaços e linhas da escrita, a pergunta possa ser feita ao contrário, mas, aqui vou me deter sobre os escritores de blog. Muito se tem sobre quem comenta em blog. Intrigante preocupação. Talvez a pergunta seja quem gosta de ler? Quem gosta de escrever? Quem tem algo a dizer? A expor? Quem deseja trocar? Ou dessacralizar-se? 

Blog compartilha informação. Objetivo centrado. Populariza. Singulariza. Diversifica. O escrevente transpassa. A dinâmica evolui. Dessubjetiva o objeto. Sabemos sobre o risco de escrever e tornar público pensamentos, tatuagens, e na medida em que escrevemos vamos conhecendo, avançando, freando ou libertando, com a ajuda do outro, os interlocutores, incluindo processos intradiscursivos. O idealizado. O inquietante. O necessário. Ético!

Muitos de nós gostaríamos de debater, ampliar espaço e aprender outras línguas, as que transitam e atravessam dizeres. Comparado ao desejo de insólito desvendar... Rodeados de mitos e hábitos conformados. Listaríamos uma pá de motivos para não blogar que muitos ratificam. Capturas de ideias. Identidade dissimulada. Invasão de intimidade. A questão ética perturba.

Eu mesma comecei a blogar meio receosa. Loucura. Vício. Medo de estar na internet. Identidade preservada no “quem sou eu”. Imagens escondidas. Perfil que se oculta, mas, contrariamente, se declara no estilo da escrita. As pistas aparecem. Escorregamos. Até emergirem imagens. Aspectos multimodais se abrem. Integram. Coragem. A mesma com que enfrentamos comentários maldosos. Recebi um que incrimina o ser humano que ali escreveu e que a partir daí resolvi filtrar comentários seguintes. Tal pessoa regozijou-se da morte de meu irmão. Com palavras do tipo: “Adorei, soltei fogos de artifícios...”. Calúnias profissionais recheadas de ameaças, raiva ou inveja, pecados capitais, alguém saía e afirmava voltar. Política desafeta. Beira ao impensável. Engabela a justiça dos homens. Vítima ao estilo Clara, da novela global Passione. Comentários rebateram insultos. Professores, amigos, comunidade com argumentos plausíveis sobre os incautos.

Episódio marcou. Episódio esvaiu-se. A resposta? O retorno? Quem deseja mal sofre mal maior. "O dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal" (Mt, 6:34). Efeito bumerangue espiritual. Divino. O perdão é misericordioso. Ponto final. Apagam-se as reticências. Fim das aspas.

Na rede há conversas paralelas. Sincronicidades entre blogs e blogueiros. Às vezes inspirados pelos eventos, fenômenos ou calendários. Férias, natalícios, climas, mídias, influências determinantes, dimensões sócio-históricas. Crônicas. Escritas jornalísticas. Frases encurtadas. Sábias. Humoradas. Escrita periódica. Corajosa também. Ingênua não. Quem se expõe no campo virtual? Há apelos universais aos sentimentos. Talvez como forma de ocultar-se, preservar-se.

E a semiótica? Estilo inconfundível da escrita. Contumácia. Ousadia. Lirismo. Recombinação poética de meias-verdades inteiras.

Fluências. Espírito inquieto. Ansioso. Frenético. Dinâmico. Observador. Singrante. Roteiriza. Reinventa. Entremeia. Reescreve. Intermitente. Problematiza. Sublima. Cavaleiro andante. Generaliza. Retorna. Independente. Interdependente. Ousado. Coisas de Eros e Tânatos. Mítico. Verdadeiro. Intenso. Suave. Liberta. Carnavaliza. Antropofagia. Intercultural.

A cada dia a surpresa reconduz e ressignifica a arte de blogar. Cada qual em seu estilo. Algo muito dinâmico. Vivaz. Vivificador. Enlaces. Possíveis. Paralelos. Multiversos. Amplexos. Complexos. Aprendências. Aprendentes. Até sem querer.

A ambivalência dá música. Seduz. Ressignifica. Performance reencontrada em “Primavera nos dentes”, de João Ricardo e João Apolinário, em blues alternativo na interpretação de “Secos & Molhados” (1973), estilo que lembra Pink Floyd. Teia cultural interligada! Boas lembranças.
Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa a contra mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade decepado
Entre os dentes segura a primavera


A (po)ética perfaz a arte de blogar, a troca entre textos, gêneros e estilos. Adversamente constrói-se a sapiência e a ciência na cultura de blogar. Redescobrimos o sentido na ventura de dizer.

sábado, 1 de janeiro de 2011

O primeiro dia do ano: a consciência universal

O que é o primeiro dia do ano?
 
Bem hoje, no meio do dia, defino a olhar os edíficios da janela de minha casa no Umarizal encobertos pelo céu nublado, os ares de Belém, terra plana, protegida pelas águas submersas e caudalosas daqui a vivificar tantas outras... Assim precisamos cuidar do que usamos e retextualizamos, na poesia das linhas, nos pontos ressignificados, nos parágrafos que se complementam, nas interrogações que chamam...

Primeiro Dia...

Sensação de paz compartilhada. De reflexão ampliada. De abraços extensivos. De varais de esperanças. Linhas que bailam. Retas que se tocam. Rastros que perfumam. Tempo que para. Reconduz. Emoções relaxantes. Refrigérios da alma... Sentimento de comunhão. Somos comuns. É o primeiro dia do ano novo... Que todos os lares ajudem a sermos melhores em 2011.

- Qual o significado do primeiro dia do ano para você?
 
Vamos fazer a diferença em 2011?
A começar por ser feliz! Consciência Universal.

Respiro Quintana pela janela, olhando através daquelas nuvens e esvaindo-me nas reticências:

Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º. do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça”.