sábado, 28 de fevereiro de 2009

Mangá no meio digital?


Relação entre o texto impresso e o hipertexto

As diferenças no nível de compreensão e de aprendizagem do estudo de um documento apresentado em formato eletrônico em relação ao texto impresso em papel estão na forma linear como o estudo tradicionalmente é trabalhado, ou na vanguarda da forma não-linear.

Penso que os estudos da neurociência podem auxiliar aprendentes entre aprendentes, a se conhecerem melhor como pessoas, a administrar seu aprendizado e construírem seu modelo de compreensão. Segundo Shank (apud Poersch, 2003), “o pensamento atual da neurofisiologia afirma que as mudanças do cérebro, que correspondem à aprendizagem, ocorrem nas sinapses que ligam os neurônios”. Os ambientes educacionais, hipermídias ou não, têm implicações diretas nas atividades e estilos de aprendizagem – não é o que a pessoa aprende e sim o modo como ela se comporta durante o aprendizado, como ela recebe e processa informações. As inteligências múltiplas constituem as habilidades que podemos utilizar para aprender e realizar nossos objetivos. Há uma estreita relação entre estilos de aprendizagem e inteligências múltiplas – favorecidos ainda mais quando se oferta pedagogicamente uma boa variedade de abordagens.

Em nossa individualidade tentamos compreender o mundo de múltiplos significados que há por trás de nossos pensamentos, vivências, representações e conceitos. As quatro entradas do desenvolvimento: filogênese, ontogênese, sociogênese e microgênese definem um perfil. O que interpretamos, através de nossa competência leitora, são as nossas aprendizagens. A atenção voluntária, o pensamento abstrato, a capacidade de planejamento, os desejos, a imaginação nos permitem elaborar conhecimentos, produzir sentidos e aplicá-los. Aprendemos e desenvolvemos.

Um texto aberto, cooperativo, com fins educativos, consequentemente, facilita a formação de sujeitos mais críticos, autônomos e abertos à aprendizagem permanente ao longo de sua jornada. A aprendizagem cooperativa torna-se mais motivante que a aprendizagem individualista e competitiva. As tarefas criativas são mais motivadoras que as repetitivas; a elaboração significativa das tarefas escolares gera motivação intrínseca. Um hipertexto facilita diferentes conexões.

O indivíduo produz conhecimentos simples ou complexos por traços mínimos, fragmentados, difusos e distribuídos na rede neuronal. As representações cerebrais, imagens visuais ou esquemas cerebrais são como um esqueleto significativo formado e transformado a partir da visão e experiência leitora de mundo e suas associações. Processos de abstração e generalização organizam o mundo real pela utilização da linguagem humana que torna a experiência bem mais significativa.

Mais do que uma integração do indivíduo ao ambiente, o texto em formato eletrônico – o hipertexto – propõe uma relação profunda e interdependente entre o indivíduo e o ambiente. O sucesso na compreensão leitora se dá através da formação significativa de esquemas cerebrais.

Os textos tradicionais são como linguagens limitadas, nas quais todas as partes são conhecidas, porém não o potencial de suas combinações, cuja complexidade é experimentada pelo leitor nas malhas do hipertexto. Já o leitor tradicional assume um papel na aquisição passiva, através de modelos textuais linearmente organizados. O autor estabelece uma organização coerente e seqüencial de apresentação de idéias e dos conteúdos que os leitores irão seguir.

O principal meio para a construção da compreensão leitora é dar vazão às representações do leitor para assim conquistar parcerias, cuja interação profunda articula-se à rede colaborativa com outros leitores multimídias, e juntos fazem emergir novos sentidos, tornam-se co-autores.

Alheio ao sistema de representação multimodal que é profundamente plástico, o leitor de texto impresso tradicionalmente desenvolve a construção do seu próprio modelo de compreensão a partir da leitura, diferentemente, de como faz o leitor de hipertextos. O hipertexto traz a face multimodal quando envolve combinações de texto, links, processamento de imagem, fala, gestos etc., capaz de estimular diferentes modalidades sensoriais (visão, audição, tato e sensações proprioceptivas).

O leitor ao aprender a lidar com os hipertextos, pode aproveitar todo seu potencial cognitivo, interativo e multimodal, como recurso pedagógico, meio de comunicação e de divulgação de conhecimento, de forma a melhor comunicar a sua linguagem e compreender a re-ligação dos outros leitores e co-autores.

A multisemiose – presença de diferentes aportes sígnicos numa mesma superfície de leitura – “caracteriza-se pela possibilidade de o hipertexto interconectar, simultaneamente, a linguagem verbal com a não-verbal (musical, cinematográfica, visual e gestual) de forma integrativa, impossível no caso do livro impresso” (Bolter apud Ramal, 1991, p. 27); assim, promove o acesso à informação, facilita a compreensão, agiliza a ação, valoriza o processo lúdico e re-organiza o percurso na rede. Essa interatividade motiva a co-autoria, pois, o autor que valoriza ainda a intertextualidade mobiliza o leitor à performance das autorias, facilitando a criação de uma opinião nova, transversal, dialética e dialógica. Discutem os possíveis e os prováveis.

A democratização leitora facilita a produção de sentidos, o despojar da fluência escrita ressignifica a aprendizagem. O exercício do hipertexto, com característica multimodal, possibilita o aumento da percepção, o poder criador e ajuda o leitor – o aluno – a ligar as informações anteriores – sua memória, a procurar informação relevante que suscita, indica caminhos, a pensar acerca do seu próprio pensamento, situado, de crenças, valores, desejos e mudanças – a recombinar motivos e temas nas mais diferentes conexões.

Segundo Barthes (2004, p. 69), “um texto é um tecido de citações, saídas dos mil focos da cultura”. Nessa interface, considero Monteiro Lobato muito contemporâneo e midiático, atualizava o texto ao gosto do momento, pela forma como combinava personagens das fábulas, do folclore brasileiro, de contos de fadas em um só texto, justificando ainda que gostaria de fazer livro onde as crianças pudessem morar dentro. No contexto de 1936, Lobato já percebia a importância do cinema em seus textos, e desta forma a boneca Emília começa a inventar coisas que nunca aconteceram na vida dela, sonha em ser estrela nos estúdios da Paramount, no papel da encantadora Shirley Temple, a mais famosa menina prodígio de Hollywood, dos anos 30 e 40. Lobato também fez com que o menino Pedrinho lutasse com o marinheiro Popeye, das histórias em quadrinhos. Assim, a genialidade de Lobato consegue articular a dialética entre o mundo de ficção do Sítio do Picapau Amarelo e o mundo real. Desafia a censura da época. Informações históricas e discussões sobre problemas sociais, políticos ou culturais, do Brasil e do exterior também permeiam toda a sua obra infantil. Trabalha o lúdico através do texto crítico, suave, idílico, irreverente.

A literatura infantil aos moldes lobatiano, pode ser caracterizada como uma viagem por trilhas, como nós que formam redes, assim podem surtir bons efeitos na produção de novos outros sentidos dos pequenos leitores da educação infantil e das séries iniciais. O hipertexto acontece e se remexe através da leitura multimodal emergente, fascinando o pequeno e grande leitor, co-autor, parceiro de tantos outros sentidos, que nos faz aprendente entre aprendentes. A história em quadrinhos pode ser feita a muitas mãos, através de diálogos, colagens, desenhos das crianças, balões diversos, enquadramento do estilo mangá, porém, na releitura de Maurício de Sousa, que pode ser visto na atual HQ da turma da Mônica, jovem.
Visconde de Sabugosa
feito por Célia Maria, aluna de Literatura Infantil
do Curso de Pedagogia da FACI.
O significado do mangá engloba tanto os quadrinhos de livros quanto os desenhos animados, dá mais dinamismo a essas animações, ressignificando limites regulares do modelo ocidental. Assim essa mídia em quadrinhos consegue se fazer interativa, um personagem retoca limites, e mantém a coerência. Os quadrinhos são irregulares e cheios de emoção - incorporada através das onomatopéias que fazem parte do cenário, assim exigem de nós seres aprendentes pensamentos complexos.

As interfaces ampliam os processos criativos, as possibilidades do pensamento e da linguagem. O texto redistribui a língua. As co-autorias ressignificam os sujeitos atores-autores. Uma das vias dessa reconstrução é a de permutar textos, fragmentos, teias - que existiram ou existem ao redor de um texto e, por fim, dentro dele mesmo; segundo Barthes (2004, p.59) "todo texto é um intertexto, outros textos estão presentes nele, em níveis variáveis, sob formas mais ou menos reconhecíveis" .

Referências
BARTHES, Roland. O prazer do texto. 4 ed. São Paulo: Perspectiva, 2004.
POERSCH, José Marcelino. A configuração neuronial na compreensão leitora. Letras de Hoje, Porto Alegre, v.36, n.3, p.401-407, set.2001/2003.
RAMAL, Andréa Cecília. Educação na cybercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Como você SE chama?

Paul Klee, Siblings, 1930
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês...
Eu enfrentava os batalhões,
Os alemães e seus canhões.
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock
Para as matinês
Agora eu era o rei, era um bedel e também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz.
(Chico Buarque, João e Maria)



Aos alunos da Pós-Graduação em Psicopedagogia que, na manhã de 28 de fevereiro, concluímos juntos o primeiro módulo do curso, meu agradecimento pela possibilidade de aprendermos uns com os outros.


Findamos com algumas perguntas importantes: “qual é o teu nome? Como você se chama? Como ocorreu seu perfil no curso? Quais as palavras-chaves da disciplina?" Não sem antes (re)construírem-se à própria imagem, através de bonecos ou outra representação de melhor expressão no momento. Iniciamos o módulo dessa forma, assim como findamos, per-fazendo, mas, ao mesmo tempo, se posicionando acerca da função do psicopedagogo, após estudo de caso proposto, fundamentados em Alícia Fernández.


Moreno (1983) criador do psicodrama postulou acerca da saúde emocional quando favorece o “treinamento da espontaneidade” e dela e expressão livre do sujeito ator-autor, combinando com o ressignificado de Fernández (2001b). O protagonista sente-se à vontade de tornar público seu sentimento diante do outro, passo para desaprisionar sua forma de pensar ou desatar nós. E entre o possível e o provável a cena liberta-o da anterior. Nesse repente o que é impensável pode tornar-se pensável. Inclusive na assistência de uma platéia que se despoja. O publicável na roda de conversa, faz com que outros aprendam a olhar de outro jeito todo o fenômeno psicológico que nos envolve.


Combina-se esse fator com o processo lúdico que existe nessa criação, e aí lança-se mão do humor, como elemento de prevenção e descontração contra o estresse cotidiano, e nesse caso depois de uma atividade intensa de estudos, reflexões, descontruções e ressignificações.


O psicodrama é um projeto que nos chama à responsabilidade na condução e mediação de um trabalho no coletivo, ou na clínica, tão rico em relação a outro ser humano que está aprendendo a chamar o seu próprio nome, a se re-conhecer.


Antes de escrever sobre si mesmo, solicitei a todos que representassem a si mesmo através de bonecos e ao estilo próprio, subsidiada em Moreno para quem “o ato é anterior à palavra e a inclui”.


Construir bonecos facilita esse mergulhar-se, resgatar a própria história, assim o despojar-se pode fluir e acontecer, mesmo que através do se dispor a ouvir o outro. No aparente silêncio. Como psicopedagogos aprendemos a ouvir os motivos do outro que pode estar lhes impedindo o superar-se. A escuta psicopedagógica capta o sintoma, como nos mostra Fernández em suas obras e em nossas re-descobertas, e faz com que o conteúdo desse conflito tomem corpo nessas dinâmicas.A linguagem corporal e verbal, através da construção do boneco, da representação de seu eu, reflete as contribuições que o psicodrama traz à aprendizagem. Cada um se reconhece no objeto de criação. 


As experiências, os desejos e as fantasias se contextualizam. A linguagem re-busca e comunica parte de uma necessidade pessoal e que assim tem que fazer sentido, o sujeito produz sentidos ao que, talvez, não tivesse sido nomeado, chamado por ele mesmo.


A experiência foi boa, pois, as aprendentes e o aprendente do módulo foram cooperativos - para Piaget, significa - pensar e agir em conjunto. As imagens, desse momento, estarei disponibilizando em breve.


Referências
FERNÀNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artmed, 1991.
_____. O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Porto Alegre: Artmed, 2001a.
_____. Os idiomas do aprendente: análise das modalidades ensinantes com famílias, escolas e meios de comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2001b.
_____. Psicopedagogia em psicodrama: morando no brincar. Petrópolis: Vozes, 2001.
MORENO, Jacob Levy. Fundamentos do psicodrama. São Paulo: Summus, 1983.
_____. Psicodrama. São Paulo: Cultrix, 1997.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: LTC, 1990.
WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Filmes e Sinopses sobre deficiências e exclusão social


Deficiência Física
A Chave de Casa: Paolo tem 15 anos e sofre de deficiências físicas e psicológicas provocadas pelo parto, que culminou com a morte de sua mãe. Criado pelos tios na Itália, Paolo precisa viajar anualmente até um hospital de Berlim para terapia de reabilitação. Seu pai, Gianni, aparece para acompanhá-lo pela primeira vez durante a viagem, numa tentativa de se aproximar do filho. Suas vidas se transformam quando eles encontram Nicole, uma mulher que se dedica aos cuidados da filha deficiente. A História de Brooke Ellison: Um grave acidente deixa a jovem Brooke Ellison tetraplégica. Mas sua incansável vontade de viver e se superar não só a leva de volta à escola como também à universidade, onde se forma com louvor. Drama biográfico baseado na vida de Brooke Ellison, que ao lado de sua mãe Jeane escreveu um livro em que conta sua história. Amargo Regresso: Um capitão das forças armadas americana vai lutar no Vietnam e sua mulher decide servir como voluntária em um hospital para veteranos. Lá ela encontra um antigo colega da faculdade, agora um soldado paraplégico, e apaixona-se por ele. Carne Trêmula: Uma briga de casal acaba em troca de tiros com a polícia, um dos policiais é baleado e fica paraplégico. O homem que atirou é preso e o ex-policial torna-se um jogador de basquete famoso. Ao sair da prisão, o jovem quer vingança e aproxima-se da mulher do ex-policial. Casamento Proibido: Hedir, paraplégico desde os 15 anos, foi impedido pelo bispo de casar-se na Igreja Católica em função de uma lei do Vaticano de 1084, segundo a qual um homem precisa ser capaz de copular para poder casar. Dr. Fantástico: Um ataque nuclear acidental gera uma confusão entre EUA e União Soviética. O conselheiro do presidente americano, que dá nome ao filme, é paraplégico. Feliz Ano Velho: Adaptação do best-seller autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, conta a história de um universitário que fica tetraplégico após um mergulho. Vencedor de sete prêmios no Festival de Gramado, incluindo melhor roteiro. Frida: História de Frida Kahlo, pintora mexicana que sofreu um acidente aos 17 anos. Trata de sua deficiência física e traz uma mensagem de coragem e força. Gaby, uma Historia Verdadeira: A história de Gaby Brimmer que, sem andar, falar nem mexer as mãos, escreveu um livro com o pé e uma maquina de escrever elétrica. Gattaca: Num mundo onde as pessoas são manipuladas geneticamente, rapaz concebido pelo método natural tenta esconder seus defeitos, assumindo identidade de outro que ficou paraplégico. O Despertar para a vida: Depois de sofrer um grave acidente, um jovem escritor tem que freqüentar um centro de reabilitação, em uma cadeira de rodas. Um motociclista racista e rebelde e um negro alcoólatra e paquerador são alguns de seus companheiros. Eles descobrem no companheirismo novos horizontes para suas vidas. O Domador de Cavalos: A história se passa numa área rural da Austrália em 1910 e gira em torno de Alan Marshall, um jovem paralítico. O problema físico o impede de fazer muita coisa - como andar a cavalo, o sonho de seu pai - e o filme narra mais o que ele observa, o que acontece com sua família e amigos, principalmente os romances. Russel Crowe faz o papel de um domador de cavalos que Alan admira, mas ambos são apaixonados por Grace, uma mulher casada. Nascido a 4 de julho: Ron Kovic é um rapaz idealista e cheio de sonhos, que deixa a namorada e a família para ir lutar no Vietnã. Já na guerra, ele é ferido e fica paraplégico. Ao voltar aos Estados Unidos é recebido como herói, mas logo se vê confrontando com a realidade do preconceito aos deficientes físicos, mesmo aqueles considerados heróis de guerra. Ron decide então se juntar a outros para lutar pelos seus direitos, agora negados pelo país que os enviara para a guerra. Uma Janela para o Céu: História de uma esquiadora que fica paraplégica em um acidente numa competição, tornando-se professora e lutando pelo seu amor.

Deficiência Visual Além dos Meus Olhos: Após alguns anos de casados, James e Ethel, que são cegos, descobrem que não podem ter filhos. Quando decidem adotar uma criança, têm que enfrentar uma série de barreiras legais e provar que são capazes de cuidar de alguém.
A Maçã: Trata do isolamento social de duas meninas gêmeas filhas de uma mãe cega e de um pai muito velho que para ganhar a vida vive pela aldeia rezando.
A Pessoa é para o que nasce: Três irmãs, cegas de nascença e cantoras, encontram o seu estar no mundo na música, cantam pelas ruas da cidade a fim de complementar a renda familiar, sustentada pela mísera aposentadoria.
À primeira vista: Uma arquiteta está de férias em um hotel e apaixona-se pelo massagista cego. Convence-o a submeter-se a uma operação para que ele volte a enxergar. O filme é baseado em fatos reais e mostra as dificuldades do voltar a enxergar.
Blink - num piscar de olhos: Mulher faz cirurgia para recuperar a visão, porém passa a enxergar tudo com um dia de atraso.
Castelos de Gelo: Patinadora adolescente é descoberta por famosa treinadora, que transforma a garota em campeã mundial. No auge da fama, ela sofre acidente, que a deixa cega, tendo de recomeçar do zero, com a ajuda do namorado.
Cegos, Surdos e Loucos: Dois amigos, um cego e o outro surdo, são as únicas testemunhas de um assassinato. Enquanto a polícia acha que eles são os culpados, os verdadeiros assassinos os perseguem.
Dançando no Escuro: Uma imigrante tcheca leva uma vida dura trabalhando em uma usina nos EUA. Descobre que está perdendo a visão dia após dia e tenta esconder isso de todos, principalmente de seu filho, geneticamente condenado a também desenvolver a doença. Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes como melhor filme e melhor atriz.
E aí meu Irmão, Cadê você? Fugitivos da prisão estão acorrentados um ao outro. Na fuga encontram um profeta cego e um vendedor de bíblias com um só olho.
Imagens do Paraíso: Menino portador de deficiência visual luta por sua aceitação na família e na sociedade. Bonito e sensível.
Janela da Alma: Dezenove pessoas com deficiência visual contam como se vêem, como vêem os outros e como se relacionam com o mundo.
Liberdade para as Borboletas: Jovem músico cego decide morar sozinho, longe da mãe superprotetora. Aluga apartamento em São Francisco e envolve-se com uma vizinha, atriz. A mãe do rapaz e as exigências da profissão da moça são dois grandes obstáculos para o relacionamento deles.
O Sino de Anya: Mulher cega encontra em seu vizinho, um garoto de 12 anos, a amizade e a ajuda para enfrentar a vida.
Perfume de Mulher: O filme relata a história de um ex-capitão do exército, cego e amargo, e sua relação de amizade com um jovem contratado para acompanhá-lo em um tour. Ele descobre mulheres atraentes usando seu apurado olfato. O filme mostra variados cenários da Itália para ilustrar a condição de um homem que está destinado à cegueira, mas pouco disposto a aceitar suas limitações.
Ray: Conta a vida do músico Ray Charles, que ficou cego aos 7 anos de idade, como superou sua deficiência e conquistou o sucesso. Quem já viu Ray Charles num palco poderá até jurar que é o próprio quem interpreta a si mesmo no filme.
Uma vida para viver: Crianças com deficiência visual, preparadas por seus professores para uma vida independente, falam sobre o que querem ser quando crescerem, e mostram acreditar que não existem barreiras ou limites para elas.

Deficiência Mental A Casa: Um grupo de mulheres com deficiência mental falam de suas vidas e memórias através de desenhos que serão transformados em animações criadas pela diretora Vivienne Jones.
A Cor do Paraíso: Filho espera o pai vir buscá-lo para as férias, numa escola especial para crianças cegas. O pai no entanto fica relutante em levá-lo para casa, por pensar que isso poderá atrapalhar suas pretensões de se casar de novo.
Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador: Gilbert sustenta a família desde a morte do pai. Sua mãe é obesa e seu irmão tem deficiência mental. A chegada de uma jovem muda sua vida.
Forrest Gump: O Contador de História: Quarenta anos da História dos EUA vistos pelos olhos de um rapaz com QI abaixo da média. Há também um amputado das pernas. Oscar de melhor filme, ator, diretor, roteiro, montagem e efeitos especiais.
Meu Nome é Radio: Harold Jones é um técnico de futebol americano que desenvolve uma amizade com Radio, um estudante do colegial que é deficiente mental. A amizade dos dois cresce com o passar dos anos, com Jones acompanhando a transformação de Radio de um jovem tímido para a inspiração da comunidade em que vive.
Nicky e Gino: Nick tem deficiência mental e é lixeiro por ocupação. Gino, seu irmão, inicia sua carreira de médico. Nick é ingênuo e depende de Gino para se livrar da hostilidade do mundo.
Os Dois Mundos de Charly: Deficiente mental interpretado por Cliff Roberson que levou o Oscar.
Ratos e Homens: George e Lennie chegam a fazenda californiana em busca de trabalho. George cuida de Lennie, que tem grande força física, mas um cérebro de criança. Ao comprar a inimizade do filho do dono da fazenda, George dá início a uma briga que acabará em tragédia. Baseado no romance de John Steinbeck.
Simples como Amar: Após anos de adaptação numa escola especial, Carla superou os problemas de seu pequeno retardamento mental e voltou para casa, cheia de planos e sonhos. O problema é sua superprotetora mãe, que é incapaz de aceitar a sua liberdade. E mesmo que Carla tenha crescido e superado as dificuldades, sua mãe entra em estado de choque quando a garota conhece Danny e se apaixona pela primeira vez
Uma Lição de Amor: Sam Dawson é um homem com deficiência mental que cria sua filha Lucy com uma grande ajuda de seus amigos. Porém, assim que faz 7 anos Lucy começa a ultrapassar intelectualmente seu pai, e esta situação chama a atenção de uma assistente social que quer Lucy internada em um orfanato. A partir de então Sam enfrenta um caso virtualmente impossível de ser vencido por ele, contando para isso com a ajuda da advogada Rita Harrison, que aceita o caso como um desafio com seus colegas de profissão.

Síndrome de Down

After Life: Relação entre uma moça com síndrome de Down e seu irmão. De Luto à Luta: Documentário sobre como os pais recebem a notícia de que os filhos nasceram com a síndrome de Down. Mostra diversos adultos com síndrome de Down e suas impressões sobre a vida. As soluções para a inclusão destas pessoas na sociedade são mais simples do que se imagina. O Oitavo Dia: Empresário estressado vaga sem rumo pelas estradas francesas. Quase atropela um rapaz com Síndrome de Down e acaba levando-o no carro. Uma forte amizade desenvolve-se entre os dois. Prêmio de melhores atores em Cannes. Sem medo da Vida: História de uma avó e seu neto com síndrome de Down, que aborda a questão da aceitação da família de uma forma interessante. León e Olvido: Olvido é uma mulher de 21 anos. León, seu irmão, tem síndrome de Down. Faz 4 ou 5 anos que ficaram órfãos e, como única herança, eles têm a casa onde moram e um carro velho. Entre eles começa desenvolver-se, de modo cada vez mais desesperado, um conflito: Olvido quer que León aceite morar em um internato ou que vá e volte sozinho da escola e se ocupe, pelo menos, de suas coisas e de algumas tarefas domésticas, enquanto León faz todo o possível para que suas atividades, responsabilidades e tarefas sejam mínimas e sua irmã cuide dele de corpo e alma. Quem Falará Por Jonathan: Família de garoto com a Síndrome de Down o interna numa clínica. Voluntária toma especial atenção pelo garoto, e entra em conflito com seus pais.

Deficiência Auditiva
A Música e o Silêncio: É a história de Lara, menina que renuncia a tudo o que mais gosta na vida para tomar conta de seus pais, surdos-mudos. Na adolescência Lara revê sua tia Clarissa, uma bem sucedida clarinetista de Jazz. Lara apaixona-se pela música e decide dedicar-se de corpo e alma aos estudos do instrumento musical. Anos mais tarde, já uma bela mulher, Lara prepara-se para entrar no conservatório de Berlim, quando conhece Tom, o homem que vai dar novo sentido a sua vida.
À Procura de Mr. Goodbar: Baseado no best seller de Judith Rossner, trata de uma mulher reprimida sexualmente que de dia dá aulas como professora de crianças surdas, e à noite procura o prazer nos braços de homens desconhecidos.
Belinda: História de uma mulher surda, estrelada por Jane Wyman, que ganhou o Oscar.
Filhos do Silêncio: Professor leciona linguagem dos sinais para deficientes auditivos. Apaixona-se por uma garota surda que tem dificuldades para relacionar-se com os outros. Oscar e Globo de Ouro de melhor atriz e Urso de Prata no Festival de Berlim para direção.
Mr. Holland - Adorável Professor: professor que deseja escrever uma sinfonia tem um filho surdo. Então decide organizar um concerto para deficientes auditivos.
O Piano: Uma garota com deficiência auditiva se casa com um proprietário de terras. Ela apenas se comunica através de um piano.
Som e Fúria: O filme trata de dois ramos da família Artinian, cada lado conduzido por um irmão, que são o centro de um entusiasmado e esclarecedor debate. De um lado, Chris e Mari são os pais ouvintes de um bebê surdo recém-nascido e decidem implantar seu bebê, para horror de seus parentes surdos. Do outro lado o irmão de Chris, Peter (ambos de família surda) está lidando com o pedido de sua filha que quer um implante, um pedido em desacordo com seu papel de líder do movimento anti-implante.
Tortura Silenciosa: Uma professora de educação física surda não percebe quando um de seus alunos esconde uma moeda, rara e roubada, em sua bolsa. Logo depois, o rapaz morre na explosão de seu carro e um policial corrupto, que sabia do roubo, começa a persegui-la, tentando reaver a moeda. Desesperada, a professora pede a ajuda a um amigo do aluno morto, que passa a protegê-la e decide denunciar o caso ao FBI.
Lágrimas do Silêncio: Atriz surda deixa a filha com seus pais enquanto recupera-se da morte do marido. Sua mãe apega-se à neta e pede sua guarda na justiça.

Deficiência Surdocegueira
O Milagre de Anne Sullivan: Professora tenta fazer Helen Keller, uma garota cega, surda e muda, entender melhor as coisas que a cercam. Para isto entra em confronto com os pais da menina, que sempre sentiram pena da filha e a superprotegeram.

Paralisia Cerebral
Como uma Borboleta: Przemek teve paralisia cerebral ao nascer. Sua capacidade de comunicação ficou totalmente comprometida até que teve acesso à linguagem BLISS e revelou sua capacidade de expressão.
King Gimp: Vencedor do Oscar, esse documentário retrata a vida de uma pessoa com paralisia cerebral.
Meu Pé Esquerdo: Christy Brown, o filho de uma humilde família irlandesa, nasce com uma paralisia cerebral que lhe tira todos os movimentos do corpo, com a exceção do pé esquerdo. Com apenas este movimento Christy consegue, no decorrer de sua vida, se tornar escritor e pintor.
Prova de capacidade: Jacob Baldwin, com paralisia cerebral, parte para uma "Prova de Capacidade": quatro anos e meio pelas estradas da Austrália a 8 km/h numa cadeira de rodas motorizada.
Rei Coragem: História, lutas e vitórias de um jovem com paralisia cerebral, Dan Keplinger, e sua trajetória até ser consagrado como um artista plástico.
Uma Razão para Viver: Por um diagnóstico equivocado, uma pessoa com paralisia cerebral é enviada a uma instituição para doentes mentais. Uma professora descobre o erro e tenta repará-lo.
O Óleo de Lorenzo (rara doença cerebral degenerativa): Um garoto levava uma vida normal até que, aos seis anos, estranhas coisas aconteceram, pois ele passou a ter diversos problemas de ordem mental que foram diagnosticados como ALD, uma doença extremamente rara que provoca uma incurável degeneração no cérebro, levando o paciente à morte em no máximo dois anos. Os pais do menino ficam frustrados com o fracasso dos médicos e a falta de medicamento para uma doença desta natureza. Assim, começam a estudar e a pesquisar sozinhos, na esperança de descobrir algo que possa deter o avanço da doença.

Diversos
Desejos Inconfessos (deficiência e sexualidade): As pessoas com deficiência lutam para serem reconhecidas como pessoas aptas a explorar sua sexualidade e levar uma vida sexual ativa.
Desembucha (gagueira): Engraçado e contundente retrato dos esforços de Jeff Shames para superar sua gagueira e a negação de seu pai.
De Porta em Porta: Rapaz que sofreu mau uso do fórceps no nascimento topa trabalhar numa área em que vendedor algum teve resultado. Além do êxito, conquista destaque entre os colegas vendedores. História verídica.
Enigma de Kaspar Hauser: História verídica e obscura de Kaspar Hauser, cuja maneira de pensar difere totalmente da dos outros seres humanos. Cresceu num calabouço, acorrentado até o dia em que foi levado por um guarda a uma praça e ali abandonado. Um cidadão o encontra e o leva para a casa do capitão de cavalaria que o entrega às autoridades, ele é então exposto em uma feira de curiosidades, onde ganha o seu sustento. Um dia ele foge com alguns companheiros e é acolhido pelo Sr. Daumer. Dois anos depois, Kaspar sabe falar e escrever.
Escola para Todos: Documentário sobre o problema do acesso à educação para crianças com deficiência na Rússia, e a interação com os demais alunos em uma escola inclusiva.
Íris: A história de amor entre a novelista e filósofa Iris Murdoch e seu marido, o professor John Bayley, contada em duas épocas distintas: na juventude, quando se conheceram, e na velhice, quando Iris sofre do mal de Alzheimer.
O Aviador: Trata do TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo, e conta a história de um pioneiro da aviação.
Sobre o Amor (crianças deficientes, namoro e amor): Em uma escola para pessoas com deficiência na Rússia, crianças divertidas falam sobre suas vidas, especialmente sobre namoro e amor.
Uma Mente Brilhante: Um gênio da matemática aos 21 anos formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos o belo e arrogante John Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, que chega até mesmo a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos que o tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele consegue retornar à sociedade e acaba sendo premiado com o prêmio Nobel.

Poliomelite
Epidemia: Nos anos 50, na Dinamarca, milhares de pessoas foram infectadas pela poliomielite. Niels Frandsen procura as palavras e as imagens para um registro histórico e pessoal.
Eterno Amor: A jovem Mathilde, que tem poliomielite, investiga o que aconteceu a seu noivo Manech, condenado à morte durante a I Guerra Mundial. Sem aceitar que perdeu seu amado, ela corre atrás de pistas que indiquem o paradeiro dele, e durante sua trajetória ouve diversos relatos dolorosos sobre o fim de seu noivo e de outros soldados. A história é baseada no livro "Un Long Dimanche de Fiançailles", de Sébastien Japrisot.

Talidomida
Feliz aniversário Talidomida: Mat Fraser adquiriu deficiência devido ao uso de talidomida por sua mãe durante a gestação. No Brasil, Mat investiga o uso da droga e conhece mulheres que ainda a usam. Nascido Anormal: Em meio a lendários artistas que possuíam alguma deficiência, Mat, vítima da talidomida, se apresenta no último freakshow sobrevivente nos Estados Unidos.
Autismo
Código para o Inferno: Após descobrir a senha que dá acesso a um programa secreto do governo americano, um garoto autista tem seus pais assassinados e passa a ser perseguido. Sua única chance de escapar é contando com o apoio de um agente do FBI, que decide protegê-lo e desvendar o caso.
Meu Filho Meu Mundo: A luta de um casal que tem um filho autista com três anos de idade. A história mostra todo o empenho e dedicação da família para inseri-lo na sociedade.
Missão Especial - Miracle Run: Corrine descobriu o amor com os seus filhos, mas fica transtornada ao descobrir que não existe cura ou tratamento efetivo para a doença dos gêmeos. Para não se tornar prisioneira desta deficiência, ela está determinada a propor uma vida normal aos garotos, e começa uma jornada em busca desta nova vida. Terá que enfrentar muitos obstáculos para superar os preconceitos da sociedade, e mostrar a capacidade deles.
O Gênio do Videogame: Menino autista é levado pelo irmão em uma viagem para disputar torneio de videogame.
O Inocente: Menino autista com grande facilidade como desenhista, presencia um assassinato.
O Segredo de Adam: Um professor de matemática e uma pianista formam um casal feliz que finalmente vai ter um bebê. Nasce Adam, mas a mãe intui que há algo errado com a criança. 4 anos depois o menino autista ainda não fala, só desenha e tem fixação por um canal de crimes. Todos os que lhe perturbam começam a morrer, inicia-se a investigação policial (que suspeita do menino), paralelamente a mãe tenta desesperadamente proteger a criança e desvendar o mistério que envolve o filho.
Prisioneiros do Silêncio: Mãe leva filho autista para uma instituição especializada e descobre maneiras de comunicar-se com ele.
Rain Man: Rapaz vai buscar irmão autista em asilo a fim de herdar a fortuna do pai sozinho. Os dois desenvolvem amizade no caminho de casa, redescobrem os antigos sentimentos e passam a viver juntos e sem ressentimentos. Oscar de melhor filme, ator, direção e roteiro.
Refrigerator Mothers: História de sete mães que foram responsabilizadas pelo autismo de seus filhos. Uma terapia comum nos anos 60 era retirar a criança autista do convívio de seus pais.
Retrato de Família: O filme fala de um autista mais comum sem grandes habilidades, o que chama atenção, pois a maioria dos filmes trata de temas muito fantasiosos.
Shine: O Brilhante (síndrome de Asperger/forma de autismo): Sobre a vida de David Helfgott, pianista australiano com síndrome de Asperger.
Tempo de Espera: traz belo retrato sobre solidão feminina.
Testemunha do Silêncio: Menino autista com 9 anos e sua irmã testemunham assassinato de seus pais. A polícia pede ajuda a um dos maiores especialistas no tratamento de crianças autistas, para desvendar o crime.
Um Certo Olhar: Um homem se envolve num acidente de carro e, quando vai consolar a mãe de uma vítima, descobre que a mulher é autista e não consegue expressar seus sentimentos. Eles começam a conviver, mas tudo irá mudar quando começar o degelo e a neve derreter.
Uma Criança Diferente: Jan Maka era uma criança feliz e cheia de energia até que sua família descobre que ele é "diferente": Jan é autista. Como é viver com uma criança afetada por essa desordem neurológica?
Uma Família Especial: Dos sete filhos de Maggi, quatro são autistas em maior ou menor grau. Determinada, Maggi empreeende então uma surpreendente luta, repleta de momentos mágicos, alegres e tristes, para ajudar seus filhos especiais a ter uma vida feliz.
Uma Viagem Inesperada: Quando Corrine Morgan descobre que seus filhos gêmeos são autistas ela decide proporcionar-lhes uma vida normal, superando os obstáculos impostos por uma sociedade que espera que eles se tornem reféns da doença.
Por Fora, Por Dentro: Documentário onde um homem autista e mudo divide sua profundidade interna. Uma maneira original de apresentar as frustrações da mudez aos espectadores.
O Enigma das Cartas - (autismo por trauma): Após seu pai morrer, uma criança fica traumatizada. É quando sua mãe pede a ajuda de um especialista em crianças autistas, na tentativa de trazê-la de volta à realidade.

Nanismo
O pequeno milagre: Simon é um gigante dentro de um corpinho que não se desenvolveu. Encanta a todos com suas respostas cheias de inspiração e inteligência.
Querida Perla: Perla é atriz e a última remanescente de uma família judia de anões que formava uma trupe musical e que sobreviveu às experiências do Dr. Mengele em Auschwitz.
Também os anões começaram pequenos (anões): De maneira angustiante, o filme mostra a escalada da brutalidade e da agressão em um reformatório para anões. Aproveitando-se da ausência do diretor, e sem motivo aparente, apenas pela vontade de fazer algo diferente, os anões se rebelam contra os regulamentos que regem o estabelecimento e acabam provocando um caos absoluto.
Na ponta dos Pés (anões e aborto): Steven e Carol formam um casal feliz, até que ela fica grávida. Ela deseja ter o bebê, mas ele quer que ela faça um aborto a todo custo. Sem entender o porquê do desejo dele, Carol começa a investigar e descobre que a causa é que Steven vem de uma família de anões.
Distúrbios Mentais Asas da Liberdade (surto psicótico): Um ex-combatente do Vietnam é internado depois de um surto psicótico. Durante o transe, ele recorda sua vida pobre e sonha ser um pássaro. Ganhou Prêmio Especial do Júri em Cannes. Bicho de Sete Cabeças (manicômio): Conta a história de Wilson e seu filho Neto, que possuem um relacionamento difícil. A situação entre os dois atinge seu limite e Neto é enviado para um manicômio, onde terá que suportar as agruras de um sistema que o submete. Os melhores anos de nossas vidas (drama psicológico de veteranos da guerra): A inadequação, a desordem na sociedade e na psique que a guerra pode gerar. Como vivenciar um conflito armado faz com que veteranos tornem-se pessoas deslocadas de seu papel na estrutura social, e o trauma e o desajuste que um evento desse tipo pode causar na mente de quem passou por esta experiência. Uma Mente brilhante (diagnosticado como esquizofrenia): John Nash é um gênio da matemática que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos o belo e arrogante John Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, que chega até mesmo a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos que o tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele consegue retornar à sociedade e acaba sendo premiado com o Nobel.

Superdotação
Mentes que brilham: Conta a história de uma jovem operária, mãe solteira de uma criança que se revela superdotada, enfrentando muitos desafios em sua vida.
Sempre Amigos: A história da amizade de dois meninos, um super dotado, porém com distrofia muscular e o outro grande e forte, mas pouco inteligente e sem amigos.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Utilização do Livro Didático


Preocupa-me saber que o Brasil é o maior produtor de livro didático do mundo, mas, paradoxalmente, é o país em que a educação apresenta os maiores problemas, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) coloca o Brasil em 54º. lugar, entre os 57 países pesquisados, na frente somente da Tunísia, do Catar e Quirguistão. É o pior dos países sul-americanos, assim expõe o tamanho de um problema antigo: espanta o mau desempenho de nossos alunos em provas de ciências, matemática e português.
O Ministério da Educação (MEC) é o maior comprador de livros didáticos do mundo, quatro editoras dividem generosas fatias do bolo, pois, em 2005, foram investidos R$ 549 milhões na aquisição e distribuição de 110 milhões de obras para mais de 30 milhões de estudantes.

Silva (1998, p.63) fomenta discussões sobre esse suporte didático: “se os livros didáticos brasileiros fossem mesmo eficientes, o Brasil seria o melhor país do mundo em termos de educação e escola”. O problema é bem mais complexo e o livro não pode ser o responsável pelo “fracasso” na educação brasileira. As escolas têm uma parcela de culpa desse fracasso quando adotam livros distantes do seu projeto pedagógico institucional e quando utilizam de forma inadequada esses livros. Segundo Zilberman & Silva (2002, p. 115), “uma escola aspirante à mudança social espera que a leitura dos textos propostos constitua, antes de tudo, um instrumento de conscientização e liberdade dos leitores”.

Por que será que o livro didático ainda continua sendo um importante aliado na maioria das atividades docentes? Torna-se como uma ferramenta educacional e, desde que bem utilizada pode servir ao olhar crítico que apreende a leitura como algo que produz sentido, permeada de relações históricas importantes. A sala de aula deve ser o microcosmo de um mundo cultural e social maior e ao mesmo tempo dar conta de produzir subjetividades a partir das aprendizagens situadas. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, a palavra-mundo da criança, do jovem ou adulto leva à leitura do mundo, como nos legou Paulo Freire. A palavra-mundo traz envolvimento crítico com necessidades, desejos e as histórias das pessoas, que permeia o processo constante de questionamento, identidade, utopias e releituras.

Como se pode conciliar a dependência histórica do livro didático? E se o livro for construído pelos aprendentes? Os sujeitos decidem os textos a estudar, o conteúdo ressignificado nas buscas e escolhas, as imagens, o mapeamento das informações, as atividades baseadas no potencial criativo, nas articulações das diferentes linguagens, nas estratégias didáticas abertas e singulares, mas que trazem traços em comum com outras pessoas de diferentes lugares, culturas e interesses. Compartilharia sonhos, pensamentos, idéias e recombinaria situações diversas. Produziriam novos sentidos, com espaço programado para novos vôos.

Diante de tal investimento do MEC e considerando a disparidade econômica, o ideal seria que o livro didático fosse apenas um apoio e não o roteiro do trabalho do professor, totalmente descontextualizado e com ideologias subjacentes, que precisam ser mais bem avaliadas, requerendo revisão e atitude do(a) professor(a) quanto aos assuntos atuais abordados. A prática da pesquisa escolar deve estimular o aprender a aprender (Lüdke, 2001 e André, 1995). Faria (1986), sobretudo, critica que o livro didático é pouco criativo, pois, “foram encontradas estórias repetidas em uma editora para outra e até de uma série para outra, na mesma editora” (p. 72).


Como utilizo o livro-texto? A partir das contribuições dos alunos, fazendo levantamento do conhecimento que têm do tema em questão. Por exemplo, discute-se o título do texto e tudo o que eles pensam que o livro aborda. Se tiver imagens, sugere-se que leiam a ilustração e tentem ligar com o título. Depois, eles discutem as aproximações e os distanciamentos, o que foi surpresa e o que há de comum com as idéias do(a) autor(a). Se algo escapou no ato do pensar e no fluir da linguagem... possa ser reciclado enquanto pensamento divergente, inovador ou irreverente.
Essa metodologia de ensino tem sido estimulante, pois, há sempre a necessidade de buscar mais, de forma espontânea. Quando ministrava aula para crianças menores, na década de 80, já aproveitava os programas educativos da televisão, revistas, gibis ou jornais como forma de complementar o tema de estudo.
A práxis, enquanto exercício contínuo de perceber a teoria e a prática como indissociáveis, enfrenta cotidianamente o desafio reconstrutivo de também se desconstruir nesse processo dinâmico de valorizar o ser aprendente entre aprendentes. Este exercício nos autoriza a construir e reconstruir histórias e em co-autorias. Assim, se aprende a valorizar a dúvida, o erro, o questionamento, a reflexão, o retorno eterno - próprios de uma pedagogia maiêutica.


O mundo do “Sítio do Picapau Amarelo” possibilita o exercício pleno das inteligências múltiplas, seus textos acenam às possibilidades de integrar as multimídias. Os livros de Monteiro Lobato, inaugurando os livros paradidáticos, ajudaram muito a criar e sustentar elos críticos, criativos e cooperativos, que se materializam com a práxis freinetiana, a da livre expressão, das aulas passeio, a correspondência interescolar, o discurso e as condições materiais do texto livre. Freinet recebeu elogios de Piaget, contemporâneos. As práticas estão interligadas. O texto livre inclui desenho, dança, teatro, música etc., é um elemento central de uma práxis totalizante. A pedagogia Freinet contempla não apenas o social como também garante o mais pessoal. Freinet e Lobato se complementam na práxis que se liberta através da palavra-mundo e a leitura de mundo, porém, partindo da mangueira do quintal de nossa casa, cujo chão serviu como cenário e gravetos como ferramenta da primeira escrita que germinou o pensar e o fazer de Paulo Freire.
Referências
ANDRÉ, Marli. Etnografia da prática escolar. 13 ed. São Paulo: Papirus, 2007.
DEMO, Pedro. Aprender: o desafio reconstrutivo. Disponível em: www.senac.br/informativo/BTS/243/boltec243c.htm. Acessado em: 10.05.2007.
ELIAS, Marisa Del Cioppo (Org.). Pedagogia Freinet: teoria e prática. Campinas: Papirus, 1996. FARIA, Ana Lúcia G. de. Ideologia no livro didático. 4 ed. São Paulo: Cortez; Autores Associados, 1986.
FREINET. Celestin. Ensaio de psicologia sensível. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
_____. Pedagogia do bom senso. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
_____. O jornal escolar. Lisboa: Estampa, 1974.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988.
LOBATO, Monteiro. Aritmética da Emília. 29 ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.
_____. Dom Quixote das crianças. São Paulo: Brasiliense, 1992.
_____. Emília no país da gramática. São Paulo: Globo, 2008.
_____. Geografia de Dona Benta. São Paulo: Círculo do Livro, 1988.
LUDKE, Menga et al. O professor e a pesquisa. 3 ed. São Paulo: Papirus, 2001.
SANTOS, Maria Lúcia dos. A expressão livre no aprendizado da Língua Portuguesa: pedagogia Freinet. 2 ed. São Paulo: Scipione, 1993.
SILVA, Ezequiel Theodoro da; ZILBERMAN, Regina (Org.) Leitura: perspectivas interdisciplinares. 5 ed. São Paulo: Ática, 2002.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. Criticidade e leitura: ensaios. Campinas: Mercado das letras, 1998.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A Escrita e a Leitura no Hipertexto


Há um grande desafio social, penso que estamos enfrentando um novo grande ciclo da evolução da humanidade. Segundo Alvin Toffler (Future Shock, 1970), a onda agrícola foi a primeira, a segunda onda marcada pela era industrial, provocou grandes e profundas mudanças mundiais, a terceira se fez consolidar em fins do século passado, com o desenvolvimento da informática. Quando o eixo do poder vai mudando para a inteligência, dá-se destaque à era da comunicação e informação. O quarto grande momento coexiste com o anterior e se faz pela onda da produtividade, e a quinta onda vai dando seus sinais, caracteriza-se pelo aguçamento da imaginação e da intuição.


Acerca da questão sobre o que muda na alfabetização, no letramento, nos processos educacionais, na cultura digital advém a forma de ver a leitura e a escrita. E até que ponto, nós professores advindos do século passado, historicamente situados, transitamos diante dessa nova grande onda, mergulhados no aprender a aprender assim vamos aprendendo a lidar com a hipermídia após perpassar por cadernos, livros e os mais variados materiais impressos. Forças resilientes visionárias solidárias.


A escrita traz na tela uma amigável interface gráfica onde palavras, imagens, sons, ações e processos realizados pelo computador perfazem uma relação semítica. Por exemplo, através do Google, importante site de busca, o autor-leitor-colaborador-co-autor vê cenas (YouTube), lê parágrafos (acadêmico, docs etc,), assiste a uma sequência de fotografias (Picasa), ouve narração oral (talk), escuta trechos musicais (YouTube), lê mapas (Maps, Earth) etc. Vai se ressignificando ao produzir novos sentidos.


A página impressa antes era o espaço natural do texto escrito. Na tela, a escrita é fluída e dinâmica. O autor e o leitor estão bem mais próximos. O processo interativo facilita a comunicação. O autor escolhe o percurso que irá seguir e convida o leitor a construir ativamente sua trilha, que assim pode passear pelos textos relacionados. A característica da não obrigação de uma sequência linear, dada, vai possibilitando a se criar novos sentidos.


Como a escola pode lidar com a cultura do hipertexto? A escola se torna mais aberta quando aprende a interagir de maneira mais dinâmica com o currículo, o conteúdo, a informação e dá uma nova forma à ação pedagógica. O professor/A professora se percebe aprendente e aí reside a beleza dialógica e dialética do processo educacional, como vibrava Paulo Freire, a cidadania é real, situada e cheia de identidades. A que se teme?A escola é também uma instituição aprendente e em novos espaços de aprendizagem, recicla-se, pois, a realidade é concebida como objeto de conhecimento, não como algo pronto e perene, mas passível de mudanças, assim o desenvolvimento de seu currículo ajusta-se às exigências da sociedade atual.


A Internet está mudando a nossa relação com a leitura e a escrita, quando nos tornamos mais abertos e solidários, capazes de participar criativamente de uma rede colaborativa de aprendizagem. O computador é uma ferramenta que faz pensar, criar, interagir, reelaborar, e ao mesmo tempo socializa idéias, sentimentos, emoções, sonhos e perspectivas. Crianças, jovens e adultos vão interligando suas gerações, mediando e ressignificando a história acumulada e não só vivida, mas percebida e concebida.


A ética da computação está na forma de saber re-ligar conhecimentos e autorias, quanto mais leituras combinadas discursos escrito ou falado, músicas, sons, imagens, movimentos mais valor se dá ao processo hipermidiático. Mais novas autorias e co-autorias emergem. Sem tentar inventar rodas. Pensamos e resolvemos re-tomamos a frente das discussões... Sempre aprendentes interligamos gerações...


Em “2001, Uma Odisséia no Espaço” há uma relação entre o osso que sobe e rodopia e vira um satélite em órbita da Terra. E o mundo não acabou num cataclismo nuclear. 2001, passou, mas foi inevitável pensar na auréola de esperanças, medos e sentimentos tão complexos em torno de sua chegada. O que o filme nos mostrou? O que a tecnologia vem fazendo conosco? Não é o rio, não são as suas águas... Para Heráclito não se pode entrar duas vezes no mesmo rio. Ele não é mais o mesmo. Nem nós.

Mas eis que chega a roda viva e carrega o destino prá lá
Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente até não poder resistir
Na volta do barco é que sente o quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva a mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva e carrega a roseira prá lá
A roda da saia, a mulata, não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata, a roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa, viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva e carrega a viola prá lá
O samba, a viola, a roseira, um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa, faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva e carrega a saudade prá lá
(Chico Buarque de Holanda – Roda Viva, 1967).

E daí? A ética está nas fontes ressignificadas, mas referendado os devidos fios desse tear.


Corporeidade, subversão e prazer. O ser humano pode subverter o normatismo em tudo que tocar, contestar, perceber. Baco. Midas. Apolo. Orelhas de burro. O limiar entre o sublime e o grotesco é tão frágil. O capitalismo desenfreado subverte. O hipertexto é uma reunião de vozes, olhares, sentimentos, mas, ao mesmo tempo, instiga o enfrentamento de estar diante do eu, diferente do outro, respeito próprio, ser olheiro de si mesmo, e aí caímos, no que Bakhtin buscava, a possibilidade do diálogo, da negociação de sentidos, da construção coletiva de pensamentos. Talvez advenha a (re)descoberta da ética. Esse é o desafio atual de ensinantes-aprendentes.


Que dificuldades os leitores encontram na leitura apoiada por suportes virtuais? Pode ser a necessidade da pegada, de desconstruir os modos que lhes constitui, de deixar-se aprender, de lidar com a própria necessidade de adquirir novas habilidades e competências. De se permitir errar, se expor e autorizar-se a aprender, (re)conhecendo a beleza do significado da humildade e solidariedade. “Só sei que nada sei”, negação infinitamente aprendente.


O hipertexto valoriza a idéia da co-autoria. Insere-nos em uma rede colaborativa de aprendizagem. Viva! Vida. Morte. Severinos. Césares. Thomas. Franz. Ludovic. Galileu. Joanas. Charles. Karl. Lev. Jean. Mohandas. Vicent. Tarsilas ou Vivaldis. Michelangelamente renascidos. Insólitos. Artesões. Assim somos!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


Um pouco sobre mim

Pedagoga (Orientadora Educacional) e Psicopedagoga.

Mãe de Lorena, 27 anos (administradora de empresas, atua como vendedora de seguros da Apavel), e Lígia, 25 anos (Fisioterapeuta).


A matemática é a minha outra grande paixão. Meu TCC foi sobre "Educação Matemática: singular e plural". Minha monografia ajudou-me a repensar "A curiosidade e a criatividade infantil: o papel do outro no processo de formação de conceitos".

NO PARANÁ

Cursei de 1987-1988, o Pré-Escolar (990 h) e Deficientes Mentais (990 h), adquiri uma excelente bagagem de conhecimentos.

Sempre apaixonada por crianças, o que me habilitou a ser professora de educação infantil e 1a. e 3a. série. As intensas aprendizagens com alunos em Paranaguá - Escola Estadual Randolfo Arzua e Colégio Estadual José Bonifácio.

Os encontros pedagógicos do Núcleo Estadual de Educação de Paranaguá (1987-1991) me designaram a representar o litoral paranaense (Paranaguá, Antonina, Morretes, Guaraqueçaba, Matinhos e Guaratuba) em Curitiba. Do "repensar e reformular o currículo da escola básica - da Ed. Infantil e 3a. e 4a. série" e pelo desempenho nas turmas fui chamada para pensar com um grupo de educadores a proposta da rede pública do estado do Paraná.

Ofertaram-me uma turma no Colégio (1991) advinda das dificuldades dos demais professores, que resolveram juntos criar a 11a. turma de 1a. série. Os alunos encontravam dificuldades importantes de aprendizagem. O mais lindo desafio enfrentado. Recebi-os com muita alegria e na primeira semana a visita de mães e pais para saber por que seus filhos escreviam e queriam ir à escola. Milagres pedagógicos não existem. Sabemos disso!
Em Belém

Desde 1991, para desenvolver meus conhecimentos acerca das aprendências conquistadas em terras paranaenses.

Professora do Jardim I (1992), fui eleita Coordenadora, espontaneamente, pelas professoras da Escola da Fundação Ibifam (CEFI), as crianças tinham tempo integral, muito boa experiência.

Uma das coordenadoras do ISEBE (Instituto dos Educadores de Belém) – 1993-1996. Outra boa experiência.

Projeto do Planetário do Pará aprovado pela UEPA, SECTAM e a ZEISS (Alemanha) em junho-1997. Direito de ser coordenadora. Planetário pautou-se na etnoastronomia.

Prêmio Jabuti, 1o. lugar na Categoria dos Didáticos – 2000, com "O céu dos índios Tembé" , cujo o objetivo pautava-se na valorização do "olhar do homem e da mulher amazônidas para o céu". Tudo findou, outras tribos indígenas e os pescadores de Vigia não foram ouvidas.

Diretora da Editora da UEPA - 2000-2004. Bienais no Rio e São Paulo. Edgar Morin e Ilya Prigogine através do GRECOM-UFRN, por Maria da Conceição de Almeida e Edgar Carvalho (PUC/SP e UNESP/Araraquara).

Coordenei a 1a. edição do Jornal das Instituições de Ensino Superior do Pará - UFPA, UEPA, UNAMA, CESUPA e CEFET-PA.

Diretora de Educação da SEMED de Ananindeua (2005-2006).

Professora estatutária de Belém – retornei como Coordenadora de Educação da Escola Bosque – desde 2006.

Faculdade Ideal - desde 2002:
- Coordenadora de Apoio e Estudos Psicopedagógicos - 2003-2004.
- Professora de Fundamentos da Oralidade, Leitura e Escrita (2007-2008); Fundamentos da Psicopedagogia (2003-2009) e Literatura Escolar para as Séries Iniciais (2009); Orientação Vocacional e Profissional (2003-2007).
- Pós-graduação: professora de Fundamentos da Psicopedagogia (Psicopedagogia); professora de Cosmovisão do Ser Humano (Pedagogia Empresarial).

Orientei TCCs na área de Pedagogia, Administração de Empresas e participei de bancas na Graduação e Pós-Graduação. Na UEPA, participei de banca para professores de Matemática.

Continuo aprendendo com a educação. Sinto saudades do que vivenciei no Paraná, em Curitiba-Paranaguá e todo litoral paranaense. Quem não sente de sua terra natal? Do lugar onde encontrou o amor da sua vida e dessa união o fruto desse re-encontro... COM A VIDA!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Fundamentos da Psicopedagogia

Ser professora é redescobrir-se aprendente entre os demais aprendentes. A psicopedagogia faz com que a gente aprenda a re-olhar a história que nos envolve e recolocar a nossa palavra-mundo, para isso nos faz revisitar o contexto em que fomos amados e despertados ao mundo. Começa com a pergunta: Qual é o teu nome? Depois nos faz rever a outra pergunta: como você se chama... Quando nos chamamos? E como costumamos tratar a nós próprios. Resgatar a auto-estima nos faz avaliar a imagem que temos de nós mesmos.

É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo... Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar.
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre (Clarice Lispector).

Assim, alunos e alunas da psicopedagogia, percebem-se em dificuldades de se chamar quando somente lêem o comando. Esquecem de dar o sentido da forma como eles mesmos - elas mesmas se chamam. Sempre do mesmo jeito?
Por que a maioria das pessoas não sabe se tratar bem? Por que nossos alunos e alunas esquecem de si mesmo? São a palavra do outro, o desejo do outro. Que desejos têm? O auto-respeito, o amor-próprio, o autoconhecimento são conquistas de seres aprendentes e autônomos.
A palavra conhecer (cognoscere) vem de cum (com, junto) + esse (essência), com + ser. Conhecer, etimologicamente, é nascer com, viver com, sentir com, aprender com o outro, é o saber pelos sentidos. E não há verdadeiro conhecimento senão na medida em que se simpatiza, se partilha dos sofrimentos e das dificuldades de cada um, se sabe tomar o seu lugar, compartilham-se saberes. Só aprendemos com o outro desde que saibamos nos colocar em seu lugar. Ser o outro, entendê-lo e deixar-se aprender.
Conhecer é um ato de amor. Só ‘conhecemos’ algo se dele nos aproximarmos pelos sentidos, se trouxermos para perto de nós o que está afastado. Por que o aluno - a aluna não aprende? Eis a questão. Aprendamos com ele, com ela. A construção do sentido é multimodal.
Descortinam-se idéias e linguagens como modos multisemióticos na construção dos sentidos a partir de qual é o meu nome e de como me chamo, para se pensar em quem somos ou podemos ser. Partindo da dinâmica de escrever e ilustrar o próprio nome de diversas formas até a construção de um boneco. Os referenciais teóricos vêm do socioconstrutivismo, psicodrama - performatividade, incluindo a interface com a semiótica social.