segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Não somos poeira, somos magia...

“NÃO SOMOS POEIRA, SOMOS MAGIA”. Richard Bach, in: A ponte para o sempre, prefácio.


De presentes, ou melhor ainda - de gratidão, estou sabedora ultimamente... Aproveito o tempo que Deus me deu para cuidar da minha amada mãe e de mim mesma, já sem ela. Tempo concedido de licenças prêmio e a especial para cuidar de Dona Yonne Rodi, ao final do ano passado até meados do semestre anterior. Assim tenho me dedicado à família, aos estudos e às leituras importantes para meu desenvolvimento como pessoa, falo assim pelos estudos adensados e exaustivos antes dedicados ao aperfeiçoamento da profissão, com noites que se misturavam aos dias. Hoje entendo ainda mais que preciso cuidar das alegrias que fazem tão bem a gente.

Com admiração ao que Cristo nos ensinou: "Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", se a gente não se ama, não se cuida, como vamos amar ao outro? Somos um só em Deus. Adoro minha profissão e a maioria sabe o quanto estudei para ser uma professora e orientadora educacional... bem de fato, só sei que nada sei, que tal esse sofisma - diante dos conceitos de ironia e método socráticos? afinal, a minha sabedoria é limitada à minha ignorância, e essa célebre frase de Sócrates e seus conceitos se encaixam bem, entretanto, o pouco que sei, devo a muita gente, e em especial aos meus alunos e às alunas que tanto me instigavam a saber, a aprender junto. Sem esquecer da infinita gratidão a@s querid@s mestres.

Quero dizer que pretendo sim me aposentar logo, que é para poder voltar para minha terra natal, afinal, o voo de ideias é tão real quanto o voo de ventos e penas. E como é bom sonhar, também. Nos mantém vivos. Entendo que educar não é propriamente impossível, na visão de Freud, mas sempre algo incompleto, a caminho, insuficiente. Quem gosta de aprender sabe vivenciar esta "angústia" de estar sempre a caminho, andando, sem chegar, porque não há aonde chegar... se não por amor.

Gratidão a tod@s, sempre!

Fenômeno da natureza e a lógica das crianças: relações risonhas

De comum por estas bandas belemenses, ou outros cantos do Pará, são os fogos de artifício nas manhãzinhas e finais de tardes, nos dias que antecedem ao Círio de Nazaré, que acontece no segundo domingo de outubro.

Pois bem, este ano percebemos Sofia, a um mês de seu terceiro aniversário, a fazer relações de seus saberes às coisas do meio, ela me acorre a dizer: "Vovó, as nuvens estão brigando entre si, batendo uma na outra, e soltando muitos trAvão e raios, ai meu Deus".


Como podemos ter uma educação não-ambiental se desde o dia do nosso nascimento até o dia de nossa morte vivemos em um ambiente? (...) A única maneira de se entender o conceito de natureza na teoria educacional é por meio de sua ausência. (...) Tudo se passa como se fôssemos educados e educássemos fora de um ambiente. (GRUN, Mauro. A outridade da natureza na educação ambiental. ANPEd, 2003, p. 2-3).

sábado, 27 de setembro de 2014

HÁBITO DE LEITURA e FONTE DE PRAZER: entre escolhas da criança


... afinal, “para ler é preciso gostar de ler”... [Laura Sandroni. A criança e o livro. Ed. Ática, 1987]. A considerar como relevante “o fato da leitura ligar-se muito intimamente ao projeto educacional e à própria existência do indivíduo” [Ezequiel Teodoro da Silva. Ler é, antes de tudo, compreender, In: O ato de ler. Ed. Cortez 1981, p. 45].

Bons fundamentos para nós aprendentes, como alun@s ou educadores nas instituições de ensino.
Mas, como vovô ou mamãe ou amiga, fico feliz demais em perceber a liberdade e ao criar ou reinventar espaços de escolhas, apesar do risco que a internet apresenta e de cuidados a nós exigidos nos mais diferentes casos.

Minha netinha, Sofia, desde seus oito meses, ficava frente às suas escolhas. Essa autonomia que mesmo exige ou insiste solicitar como direitos adquiridos - de escolher. Aprende a observar os próprios limites, com respeito ou afeto pelo outro. 
Lindo é vê-la em cada situação, conflitante ou de simples prazer, recorrer à sua bebeteca e pegar livro relacionado ao vivido/percebido, temas sobre: o vento, o pai ausente/inexistente, as lacunas, o não saber expressar ou comunicar, a substituição, o vínculo, a compensação, o símbolo, a dor, a pediatra, a brincadeira, os passeios, as paisagens que se relacionam, o cultural, o clima, o plantio, a fábula, o mito, o riso, o choro, as tantas outras emoções ou sentimentos e à sua corporeidade... vistos e sentidos nas mais diversas personagens ou outros fatos do cotidiano. Por vezes, escolhe livros da vovó, não se importando se têm muitas letras. Quer que eu leia e fala: "vamos brincar com as letras".

O brinquedo é a linguagem da criança. Ler é assim.