terça-feira, 24 de agosto de 2010

Projeto de Educação Infantil: memórias de uma professora


As atividades desencadeadoras aqui relatadas consideram a sala de aula enquanto espaço pedagógico em ação. Lugar onde o(a) professor(a) com clareza do que pretende alcançar lança mãos de questionamentos, problematizações, contemplando um espaço de problemas que desafia seus alunos e alunas a participarem do processo ensino-aprendizagem. São as ideias, as respostas, os pensamentos e construções das crianças que norteiam as atividades posteriores, mesmo que previamente pensadas. Uma prática que considera o pensamento, o saber e o cotidiano da criança. Somente um(a) professor(a) atento(a), capaz de ouvir, repensar e (re)construir com o alunado um espaço de conhecimento... afinal, "só ensina quem aprende". É preciso se despir, por vezes, do lugar de "mestre" para adotar uma postura de aprendente com a criança.

Projeto que trabalhei quando professora do Colégio Estadual José Bonifácio, em Paranaguá (PR), fins da década de 80. Faz parte dos meus guardados, quando iniciava na educação como professora recém-concursada pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná, na época, apenas a direção da escola, não tínhamos coordenação ou serviço de orientação educacional, nem professores de educação física ou artes. Como nos apropriamos do espaço escolar? Mergulhei na realidade dos alunos, das salas de aula, de cada metro quadrado da escola e dos espaços da comunidade.

É muito bom relembrar e re-olhar os primeiros acordes...

Sub-Tema: PÉ

(Escolhi esta parte do corpo humano, pelo seu significado e por ser uma palavra monossílaba, parece fácil mais não é tanto, sabemos que para a criança que se inicia a pensar no que escreve é conflituoso perceber que só abrimos uma vez a boca para dizer a palavra e por isso deve estar representada por apenas uma letra, daí vem a questão desequilibrante, pois para ela não se escrevem palavras com uma letra só, e daí? Mesmo assim conhecedora do desafio resolvi mexer com as crianças de 5 a 6 anos).

Tempo de trabalho do sub-tema: uma semana.

PÉ (introduzindo a interação)

- Todos pegando no seu pé... puxa! Mas, ele está escondido (época do frio). Vamos libertá-lo...
(Previamente os alunos estavam disposto em círculo, batendo os pés no chão arritmicamente, fazendo o seu barulho, depois, em uma cadência rítmica reaprendemos a bater o pés e a cantar, em uníssono, a música folclórica do “Pezinho”, por último poderiam reinventar a letra – recontar e recantar - e só então passamos a nada mais falar ou cantar, a regra agora era só se expressar com os pés). Gastamos bastante energia e relaxamos.

Só então abri um livro... de Ziraldo, “Pelegrino e Petrônio”. O livro foi ocupando o espaço da sala de aula, e depois foi enriquecido com as experiências dos alunos, porque comentamos e ouvimos, aprendíamos a ouvir a cada dia de forma diferente. Vimos ali no livro as diferenças vocacionais dos pés de um mesmo dono, o livro na época falava dessa dualidade do que se quer ser quando crescer. Mas, cujas diferenças conseguiram equilibrar seus dois lados distintos: o esquerdo e o direito. (Você já leu o livro? Legal, né?).

- Segundo momento da aula:

Vamos contornar nosso pé esquerdo, com giz de cera, em uma folha de papel, e escrever a palavra pé, mas, cada um do modo como pensa que se escreve. Ah! não esqueçam de escrever o nome de vocês, dando um toque especial ao próprio trabalho e autografar na divina obra sagrada (cuidado com a religião) as marcas de vocês aí...

- Atrás da folha vamos escrever uma história sobre pé (onde este andou, de quem ele é etc.). (Não fiquei com nada deste trabalho deles, entreguei aos pais e às mães que, na época da reunião, solicitei a quem tivesse guardado as marcas dos pezinhos pintados na maternidade, quando suas crianças nasceram, alguns levaram e chamou a atenção de alunos e mães no conjunto, boas conversas).

- Nesse envolvimento três histórias foram transcritas no papel 40K, para que no outro dia pudéssemos ler, com a finalidade de, cada vez mais, evidenciar a função social da escrita e do papel mnemônico do cérebro...

- Novo livro, este de Juarez Machado, “Ida e Volta” abriu o segundo dia. Sem fala, sem escrita, só imagens, brinquei com eles como se muda fosse e eles entraram no jogo. O livro a cada página, com o corpo relacional, possibilita a trabalhar o universo lúdico e conhecer mais sobre o aluno/a aluna. Suas linguagens foram expressivas, imediatas e por isso muito significativas para estudos, quando pude confrontar conhecimentos teóricos advindos de outros sujeitos-parceiros de pesquisas.

Relembrar as histórias no dia seguinte, com a introdução de alguns trechos das falas anotadas de ontem. Sempre tive o cuidado para não centralizar o discurso em mim, para que pudessem interagir com as falas dos colegas e as diferentes vozes do discurso.

Segundo tempo, a exemplo da personagem de Juarez, imprimimos com tinta guache, no pátio da escola, os pés e assentamo-los em uma folha de papel de rolo, bem comprida, cercado dos cuidados necessários. Com os pés de ontem, reencontramos pelas semelhanças, observamos as texturas, foram boas redescobertas permeadas com alguns conflitos, já que o nome deles estava no verso da folha. Este encaminhamento foi trabalhado como jogo.

Na sala, de volta, conversamos sobre seus conhecimentos de higiene e sobre o cheiro de chulé, ainda sobre algumas doenças conhecidas por eles: bicho de pé, micose, frieira. Abordamos também sobre cuidados especiais, saúde dos pés, carinho, cócegas, a dor ao calçar sapatos apertados.

As perguntas que se seguiram nas conversas:
- Por que usamos sapatos? E meias?
- Quem mais tem pé como nós? (Daí surgiram vários outros bichos, além de mencionarem os pés das árvores, pé da mesa, da cadeira, da cama, do armário, da boneca...)
- Qual é o pé da árvore (na escola tinham muitas e uma delas era do pau-brasil)? Como já havíamos trabalhado o sub-tema árvore/vegetais foi apenas um bom pretexto para relembrarmos o que já havíamos produzido em nossas interações anteriores.
- O homem e a mulher sempre usaram sapatos? Voltaram a lembrar do “homem da caverna” (fala introduzida pelo aluno Hebert), dos índios (da Ilha da Cotinga que fazem cestas de vime) que não usam sapatos. E aí discutimos sobre o termo “pé vermelho”, seus porquês possíveis de ali conhecermos.

Associamos ainda ao conceito de pé como a base de uma casa responsável para manter a sua estrutura, correspondendo à função de nosso pé que sustenta a estrutura de nosso corpo. Discutimos aligeiramente nossa condição de ser bípede como determinados animais incluindo os quadrúpedes. Além de rirmos das centopéias.

- Recortaram diferentes tipos de pés e calçados de jornais e revistas e montamos um painel expondo também outros pés diferentes do humano. Foi uma boa composição porque aproveitamos para classificar os diferentes tipos, além de nomeá-los: pé – pata – sapato – chinelo – tênis – de mulher – de homem – de criança – de bebê.

Conversamos sobre os tênis “legais” da moda. Todos podem comprá-los? Por quê? (pretexto para discussões econômicas e financeiras – itens que nos remeteram ao consumismo desenfreado, às necessidades, prioridades e supérfluois, que somos levados pelas propagandas sedutoras da TV, revistas e outdoor).

- Se não tivéssemos pé, o que iria acontecer?
- Vocês conhecem alguém que não tenha? Como eles fazem para andar? Ele é feliz? Por quê? (discutimos sobre respeito, piedade e zombaria, e se esses sentimentos são bons ou ruins).

Enfocamos ainda os esportes em que o pé é fundamental: futebol, patinação, atletismo, esqui, surf... foram os mais lembrados. (Paranaguá é uma cidade litorânea e portuária, próxima da Serra do Mar e de belas praias e ilhas).

Trabalhamos a coordenação dinâmica geral e o equilíbrio (naquela época a educação infantil ou de 1ª. a 4ª. não havia professores de educação física ou de artes, como fiz cursos de psicomotricidade me ajudou bastante). Colocamos uma corda grossa e comprida rente ao chão, bem esticada e presa, para que um a um por ela pudesse passar descalço. Imaginamos que estávamos indo de um prédio a outro como equilibristas etc. Depois com leves sinuosidades, com indicações de números e letras (sugestões deles).

Conversamos sobre as sensações, sobre a atividade mais fácil de executar e a mais desafiante nas diferentes percepções. Estas atividades foram acompanhadas com músicas, trabalhamos o imaginário, vivemos o jogos do faz-de-conta. Os encaminhamentos alimentaram muito a concentração e a descontração do grupo, favorecendo a integração e o conhecimento de alunos-alunas-professora.

Olha a música de outro folclore que nos acompanhava: “Fui andar na ponte, a ponte estremeceu, água tem veneno maninha, quem bebeu morreu”. Foi ótimo, pois, na época passava a novela “Salvador da Pátria” (antes da primeira eleição direta para Presidente da República), com Lima Duarte (Sássa Mutema) e a professorinha Clotilde (Maitê Proença) e ele cantava essa música, e todo mundo se animava com a história e o belo romance que permeavam imaginários...

Depois ainda falamos sobre o trabalho e o desafio de ser um equilibrista. Procurei trabalhar o significado com eles, buscando realizar um trabalho de tradução/metáforas.
Após o brinquedo, solicitei para que novamente na roda, colocássemos todos os calçados no meio dela, baguncei tudo (rsrsrs!).

- Vamos mexer os pés (para cima, para baixo, para a esquerda para a direita – contando até dez ou em ordem alfabética – época do alfabeto da Xuxa), os dedos dos pés, só o tornozelo ou só o calcanhar... boas risadas demos em nossas limitações.
- Quanto sapato! Acho que tem mais que “A centopéia e seus sapatinhos”, de Milton Camargo. (Não preciso dizer que este foi o livro explorado em outra ocasião, que loucura “cem spatinhos”, ali comecei a atiçar a curiosidade deles).
- Que tal separarmos os calçados? Alguns alunos foram ajeitando, outros só observavam, outros deitaram no meio deles, depois de fazermos como acessórios do nosso corpo, eles foram organizando grupos de chinelos, dos sapatos, das sandálias, das botas (época de frio, imagina só, alunos que usavam chinelos nas manhãs de aulas e algumas delas ainda chuvosas). Antes haviam feito os dos tênis amarrados e os dos tênis desamarrados, sapatos novos e mais usados, pequenos e grandes, os de verão e os de inverno.

Perguntei sobre que nome poderíamos dar a eles. Daí saíram as seguintes sugestões: amarrados, desamarrados, bicudos e de tiras.

- Iniciei uma história improvisada: “Era uma vez um país...”. E as crianças continuaram: cheio de sapatos, amarrados, desamarrados e falantes. Eles resolveram conversar. Eles passaram a cochichar. É que eles estavam falando da nossa terra, das gentes que calçavam sapatos. Eles não gostavam porque as gentes calçavam os sapatos e faziam cócegas neles. Resolveram matar as gentes. Com uma bomba! Explodiu tudo e as gentes morreram.

- Perguntei então: e os sapatos?

Nessa aliteração deixo aí também para que você imagine como a história poderia ter terminado...

Pois, eles assim me complementaram:

Ué, eles se encontraram com o outro pé que tinham perdido. Nesse momento algumas crianças falavam e juntavam os pares de seus sapatos... Perguntei se havia terminado a história, e um deles arrematou: “Aí eles casaram e tiveram uma porção de filhos: os sapatinhos”.

- Achou a história sem pé nem cabeça?

Aproveitei para discutir com eles os conhecimentos matemáticos tão presente neste meio:

- Quantos pares de sapatos temos aí? (pelos conflitos que surgiram foi uma boa oportunidade para discutirmos sobre pé e par).
- Quantas pessoas somos nós? Quantos pares de caçados devem ter aí?
- Qual é o maior calçado? E o menor?
- Como podemos saber da diferença? (indiquei a pouca diferença que existia entre um e outro).
- Como sabemos qual é, de fato, o maior? (Até que um deles agoniado para responder apontou o número do sapato).
- Por que o n.24 ou n.30?

Conversamos sobre as formas de confecção, artesanal e industrializada. O sapato é desenhado, medido (como as caixas dos sapatos ou remédios, por exemplo), sobre a necessidade de se ter uma medida padrão; conversamos sobre lucros, empregos, profissão de engraxate, sapateiro, vendedor de lojas de sapatos, sobre as mães que fazem sapatos para os bebês.

Voltamos a conversar sobre as questões de economia e política, como a dificuldade que encontram algumas famílias de comprar sapatos, sobre crianças que não tem calçados, que sentem frios nos pés... sobre as que tem sapatos demais?

E por fim terminei com a seguinte adivinha: “o que é, o que é, que anda deitado e descansa em pé?”.

Bem, depois, de uma semana de leituras, brincadeiras e estudos. Fiz com eles o ditado de palavras: “pé – dedos – calcanhar – tornozelo – O tênis se acha muito chique”, para situar o nível de desenvolvimento da escrita deles, avaliação processual de final de semestre.

Os relatórios sempre me acompanharam, pois, era uma forma de eu mesma refletir sobre a nossa caminhada.

Como complemento do Sub-Tema Pé, trouxe para eles algumas informações extraídas de revistas, dicionários e enciclopédias, trago aqui a ideia redesenhada do jornal-mural que organizamos e colocamos nos espaços de circulação e entrada do Colégio, entremeados com seus desenhos e escritas.

- Doenças do pé: varizes, joanete, problemas de coluna advindos da má postura, pé de atleta, câimbra, pé
chato, pé cavo, calo, torções.

Bípede: homem/mulher e alguns animais, é como se estivessem andando em uma corda bamba, pois são dois pontos formados pelos pés, e pelos quais passa uma linha.
Quadrúpede: a maioria dos animais apresenta esta característica. Para ser considerado plano é necessário passar de 3 a 4 linhas (boa para geometria).

Curiosidades:

- 70% do peso é sustentado pelo calcanhar;
- 30% do peso é sustentado pela ponta do pé (concentra-se o peso nos 2 primeiros dedos, o hálux ou dedão, empurra o solo para trás;
- cada pé tem de 20 a 25 cm2 de área;
- os sapatos foram criados pelos egípcios há mais de 4 mil anos para proteger a sola natural dos pés. Tornou-se com o tempo e com a moda um confinamento, algo que impede a acomodação correta dos ossos;
- a cada homem que reclama de dor é compartilhado por 18 mulheres. O melhor modelo de sapato é o do homem;
- os saltos – século XVI – montaria para oficiais do exército francês. As damas adotaram há pouco mais de 100 anos. Para compensar o peso jogado para frente, a coluna lombar vai para trás, arrebitando o bumbum;
- o pé nacional é cerca de 2 cm mais largo do que a média dos pés europeus;
- uma em cada 25 crianças, continua com pés chatos depois de 6 anos, calçando ou não palmilhas ortopédicas;
- atualmente, os pesquisadores sabem que cada esporte merece um tênis projetado especificamente para diminuir os riscos de lesões e melhorar o desempenho do atleta.

Exploramos o sentido conotativo da palavra pé, por exemplo, algumas delas com a ajuda das famílias dos alunos e alunas:

- com pés de lã (sorrateiramente),
- pé ante pé (devagar),
- estar com os pés na cova,
- o negócio ainda está de pé,
- entrar com o pé direito,
- ir num pé e voltar no outro,
- passar o pé adiante das mãos – meter os pés pelas mãos (exceder-se)
- tirar o pé da lama,
- pé d’água (aguaceiro),
- fazer meu pé de meia,
- ao pé da letra,
- pé frio,
- pé de anjo,
- pé-de-moleque,
- tomar pé da situação...

E outros eventos lingüísticos desta natureza que ocorrem em diferentes interações.

Posso revelar a vocês do quanto sinto saudades de estar na função de professora de crianças de educação infantil. Mas, essa alegria delas que trago desde lá é o que alimenta hoje a minha função coordenadora, embora, com a vontade enorme de voltar para a sala de aula. Há outras experiências interessantes, mas, essa talvez em especial nesse momento que estou a fazer sessões de fisioterapia por conta dos meus joelhos e recentes infiltrações de "Fermathron", seis ampolas, três em cada joelho. Espero ter flexibilidade para ainda voltar a sorrir com as crianças. Eu rolava no chão, a brincar de barril rolando ladeira, com elas sem discriminação de tamanho adulto-criança. Fui criança com elas.

- Se hoje mudaria o que trabalhei em 1989?

O contexto é diferente, não mais estou no Paraná, as crianças são sujeitos históricos e constroem a sua própria interação com outras crianças, professoras e em ambientes singulares e plurais. Talvez aí e agora introduzisse a pesquisa na net, a criação de blog e os recursos do computador, talvez ali não mais perdêssemos as palavras, os movimentos, as produções, nossas impressões e expressividades múltiplas... Eles ficaram com seus trabalhos resultantes daquela troca vívida. Faz parte do tempo, há 21 anos.


Imagem 1: http://www.escreva.com/desafio.php?d=125;">
Imagem 2: http://bau-da-cacau.blogspot.com/2008/09/sai-do-meu-p-chul-simmmmmm-eu-t-com.html
Imagem 3: http://liarteemaprender.blogspot.com/2009/07/grafico-dos-pes.html

4 comentários:

  1. Seu post me deu uma saudade grande da sala de aula. Minha história começou na Educação Infantil, meu primeiro trabalho foi num berçário e essas experiências de corpo, mescladas com literatura, muita conversa, muita gostosura fizeram parte do meu cotidiano muitos e muitos anos e me formaram. Como temos em comum amiga ... beijo.

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  2. Oi Adrianne!
    Grata visita, esplêndida coincidência, essa sensibilidade atual a impulsionar desejos de aprender vem da ternura de saber ler olhos de crianças e com eles se confundir, conhecer nossos limites nos limites deles e dos espaços e recursos tão escassos de uma escola pública já sucateada na época, mas, na saciedade dessas crianças, no silêncio, nas expectativas, nas energias, nos contágios, nos brinquedos, nos choros, nas negações... Esta escola é inesquecível, nos formamos sobretudo na escola da vida, num tempo de aprender tão próximo da ditadura, nos libertávamos. Lembro ainda que sequer tínhamos coordenação, era uma escola com mais de três mil alunos. Imagina só!
    Tempo apaixonante de aprendências!

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  3. A educação infantil é tudo de bom. É onde podemos investir com retorno certo.Querida amiga, saudade de você! Por aqui tudo bem, o frio dando uma amenizada, as belezas naturais sempre um presente diário para tornar nossos dias melhores. Abração!

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  4. Pois é, Marli!
    É um retorno de felicidade... A alegria natural destas crianças nos faz muito bem! A esperança de dias melhores vem com elas. O cenário que vives é outro motivo de júbilo. Foste premiada (rsrsrs)! Mas, em cada lugar há um encanto particular para se viver. Outro abração!

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