domingo, 21 de junho de 2009

Aprendências em Psicopedagogia

FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA – Módulo I
V TURMA DE PSICOPEDAGOGIA – MAIO/2009



Constrói-se conhecimento com o outro, resgatando a auto-estima, dialogando, recolocando palavras, revendo contextos, realidades e processo de formação.
Criar um boneco é a busca pela identidade do psicopedagogo e de ver-se ressignificado nele. Nas dinâmicas que abrem e fecham o curso vamos revisitando sentimentos, emoções e saberes. Ao final, retornam às questões iniciais: como é o teu nome? como você se chama? como o outro te chama? como você gostaria de ser chamado? Nem todos gostam de mexer em sua história, mas, procuram saber a origem de seu nome e o próprio chamado.
Vocação quer dizer “chamado”. Chamar é diferente de dizer o nome. Como você se cuida? Como você se toca? Como você ouve a tua voz? Que voz é essa que nos constitui? Que desejos são esses que ecoam? São meus? São nossos? Somos influenciados e influenciáveis? Como você se ama? Somos produtos do meio e seguimos a Outridade ou debatemos com esse Outro que nos habita? Que sujeito cognoscente somos nós?
Para lidar com as aprendizagens precisamos antes saber como nós aprendemos? Refletir sobre as ensinagens que nos afirmam, sobre escolhas, caminhos e ressignificados. Assim alunos e alunas durante esse módulo aprendem a discutir com o chamado e o chamar-se, atribuindo nomes aos sentimentos e às suas vivências, emoções, afetividades, percepções e visões de mundo, de lugares e à forma como ocupamos nosso espaço no tempo dessas aprendizagens. Que certezas nos constituem?
O boneco? Vem da realidade externa à obra que traz traços marcantes na escolha da vestimenta, do calçar-se, no corpo e sua corporeidade. Aparecem bonecos sem braços, sem corpo, em mosaico ou montagens, com partes do corpo substituídas, obras inacabadas.
O projetar-se vai se mostrando e representando princípios éticos e estéticos, produções que direcionam o fazer de forma descontraída ou séria, compenetrada, preocupada ou relaxada. O ato de reinventar-se está nas mãos do artesão. Segundo Salles (2001), “trata-se da teoria que se manifesta no ‘conteúdo’ das ações do artista: em suas escolhas, seleções e combinações”. O inacabamento tem um valor dinâmico, aproximativo. A construção gera outras construções em cadeias infinitas.







Falas produzidas nesse processo de reconstruir-se através dos bonecos:“O papel do psicopedagogo é importante na reconstrução do sujeito autor”.
“Passei a compreender algumas coisas que aconteceram na minha infância, compreender a relação mãe e filha e quebrar barreiras. Hoje me sinto mais amada do mundo”.
“Meu processo de assimilação e acomodação não estão equilibrados. Vejo-me como fruto de uma escola que premiava o esforço da hiperacomodação e não dava lugar ao juízo crítico. A minha aprendizagem vinha se dando de forma hipoassimilativa. Estou aprendendo a aprender”.
“Fiquei tentando entender meu modo de aprendizagem, fui percebendo o quanto é importante ‘você no mundo’. O aprender e o ensinar acontecem em diferentes dimensões do pensamento, do sentimento, da ação e das interações socioafetivas”.
“Na minha boneca não aparece o corpo, necessito me autoconhecer, de meu equilíbrio para ajudar a criança que naquele momento precisa de mim”.
“Atuo há 6 anos na alfabetização de jovens e adultos, onde me deparo todos os dias com problemas de aprendizagem, percebi que o Psicopedagogo trabalha o outro, o corpo do outro e sua sensibilidade podendo assim interpretar e captar o que ele sente, pude perceber que escolhi a pós-graduação correta. A aprendizagem deve ser encarada como um processo de produção criativa de conhecimento e não mais como modelo estruturado tradicional centrado no mestre que ensina”.
“Na pedagogia não havia compreendido os motivos pelos quais os indivíduos não aprendiam em sala de aula, mesmo dispondo de técnicas e métodos de ensino consistentes. O módulo nos possibilita o autoconhecimento sobre o comportamento humano e o ato de ensinar e aprender. O estudo é bastante apurado, suscita um desvelar, um descobrir, observar e refletir...”.
“Como compreender, avaliar e analisar o outro se eu mesma estou com dificuldades? Através das leituras e pesquisas fui descobrindo um universo de palavras que precisam ser redescobertas e interpretadas. O trabalho do psicopedagogo exige observação, perspicácia, concentração e discernimento”.
“A professora mediadora foi responsável pela primeira impressão da Psicopedagogia, sua maneira forte e marcante, sua personalidade ao expor os assuntos deixou a idéia de buscar e estudar sempre”.
“Fiquei surpreso com o que aprendi e a relação com o teatro. Consegui trabalhar bem o conhecimento e a compreensão dos demais, contribuindo com minhas idéias e defendendo-as quando havia divergências de opiniões”.
“Senti particularmente algumas dificuldades para interpretar o estudo de caso, por isto me considero com a cabeça quadrada, razão de minha representação”.
“Achei que o trabalho psicopedagógico estava centrado somente nas dificuldades de aprendizagem, este trabalho é muito mais abrangente, tem todo um conteúdo afetivo, cognitivo e social para ser analisado”.

Palavras-Mundo na opinião dos futuros psicopedagogos: Afetividade, Acomodação-Assimilação, Aprendizagem, Autoconhecimento, Autonomia, Autoria, Identidade-Identificação, Impensável-Não-pensável-Pensável, Inibição Cognitiva, Nome, Resiliência, Violência Encoberta-Violência Explícita.