Após a dor de uma perda, donde tive que sair às pressas de Belém ao Paraná, após o telefonema de meu irmão mais velho anunciando que repentinamente meu irmão do meio havia falecido de ataque fulminante do coração. E o pior, minha mãe passava uma temporada comigo aqui em Belém, com problemas de saúde grave, ainda ela com dificuldades de locomoção séria. O que dizer a uma mãe de 83 anos... meu receio era o trauma da notícia, a perda de um filho de 53 anos... Consegui levá-la ao Paraná, para somente dar notícia a ela ao descer da Serra-do-Mar, de Curitiba a Paranaguá, acompanhá-la ao enterro, confortar sobrinhos e parentes, e sobretudo trazê-la de volta para ficar comigo um pouco mais até o tempo de minha cirurgia, em maio último.
Assim que retornei desta triste saga, fiz uma postagem aos amigos que se manifestavam por e-mail, telefonema, abraços, conversas... Deparei-me com um comentário. Nem por isso esmoreci. Nem por isso impedi. Deixei que as coisas rolassem... Escancarando-se às pedras, ao córrego...
O que vocês acham do caráter de quem assim escreve e ainda por cima como anônimo “adorei o fato de seu irmão ter morrido, soltei fogos de artificiais por isso”. Esta pessoa se diz educadora!
Mais adiante fiz uma postagem sobre a “Educação de Jovens e Adultos” e o mesmo caráter voltou a se pronunciar: “Vc é uma fraude, uma farsa, bem montada sim, mas é uma fraude!”, a este recorte do comentário, minha opção foi por não descartá-lo, pela orientação recebida reservá-lo...
Recebi gestos intensos de solidariedade, daqueles que não quiseram nada postar, ou até quem deixou nome, sobrenome, foto e palavras como estas: “Professora Rocio, não permita que esse espaço seja de baixarias, continue fazendo seu maravilhoso trabalho como educadora e siga cuidando da melhor forma para que a comunidade da ilha de Caratateua possa realmente ter autonomia e lutar pelos seus direitos como cidadãos e sabemos que isso se alcança com EDUCAÇÃO”.
A crítica construtiva, a ética profissional, o questionamento reconstrutivo, o construir juntos é para poucos... O diálogo, o protagonismo pedagógico, o situar e o cuidar das aprendizagens, o enfrentar a realidade da educação pública em locais e situações de risco, é para aqueles que se especializam nas aprendizagens e não-aprendizagens... E se dispõem a caminhar nas trilhas da escola que aprende...
Educação para o sensível. Educação para a paz! É o que clamam as crianças e todo o alunado diante de uma realidade violenta (drogas, trabalho ou prostituição infantil, pedofilia, bullying etc.) que estamos juntos enfrentando, a natureza também está clamando por cuidados, amor, solidariedade (seca, enchente, terremoto, ciclone, mar revolto...).
É caso de polícia? É caso de desanimar? Não, continuei postando com o mesmo prazer sobre educação, escola, crianças, jovens, adultos, vida e aprendências. O problema é meu ou de quem escreve com prazer sobre o que julga desgraça alheia? A quem irá prestar contas? Como se chama este tipo de invasão, de assédio? Mas, em nome de alguns apelos de leitores do blog, recomendações... e a partir deste ponto, acionei a ferramenta de moderação dos comentários disponível do blogger. Relutei mas obedeci às recomendações da “Delegacia de Repressão a Crimes Tecnológicos”. Os comentários infelizes estão agora reservados.
Diante do tombo que acusou a doença atual, em janeiro de 2009, meu afastamento da escola por períodos doloridos, logo depois, a morte, a falta, o consolar a mãe, o recuperar-se, o sustentar-se, o retorno, a cirurgia, a nova recuperação, a esperança, os caráteres, erros, acertos, flexibilidade e aprendências. Compreensão, humildade e humor “covarde sei que me podem chamar porque não calo no peito essa dor...” (Ataulfo Alves e Mario Lago), marcas aprendentes em momentos doloridos de afastamentos... Apesar de tudo, o humor pela alegria de viver e aprender com as experiências humanas e a natureza que nos permeia! Relações de interdependência, vivências socio-históricas!
Brasil, mostra a tua cara!!! E apesar de você, e por nós, é interessante ler esta postagem acerca da censura aos Blogs.
É tempo de aprender! Minha resposta ao tempo...
"...E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor..." (Resposta ao Tempo, Aldir Blanc e Cristovão Bastos)
P.S. Agradeço aos apoios e às dicas recebidos recentemente.
Querida, fiquei perplexa com os comentários anônimos, que baixaria! Fez bem em moderar. Eu fiz o mesmo pois comecei a receber postagens em japonês e mensagem de vírus, fiquei preocupada e acionei o moderador. O conteúdo das postagens do anônimo são um horror, brutais, deselegantes, nada coerentes com a postura que se espera de alguém que pretende agir na esfera política da formação humana. Lamentável. Um beijo afetuoso,
ResponderExcluirIsso mesmo, não esmoreça!
ResponderExcluirAinda que pessoas invejosas e ruins voltem a te perturbar...esqueça os insultos que receber!!
O plantio é de escolha de cada um, mas a colheita é obrigatória!!
Oi, Maria
ResponderExcluirQue bom que você não parou de escrever por causa desses infelizes, invejosos. Que bom que não deu esse gostinho pra eles.
No seu lugar, apagaria esses comentários agora mesmo. Estão totalmente fora do contexto do seu blog.
No CataBlogando, ainda não recebi nada do tipo mas no dia em que receber não vou publicar, pois tudo que esse tipo de gente quer é espaço, ibope etc. Me reservo o direito de não aceitar comentários que ofendam a mim ou a qualquer leitor do meu blog.
Pense nisso! Aproveite e retire aqueles comentários ridículos que destoam desse cantinho maravilhoso de aprendência.
Um forte abraço
Cora e Adrianne,
ResponderExcluirAgradeço a solidariedade, é muito triste ver a continuidade dessa amargura perversa capturando uma foto minha com meu esposo, em comemoração aos nossos 30 anos de casados em janeiro de 2010, postada no blog em 26 de janeiro, e colocar na tela do computador da sala de professores com escárnio a quem quisesse nela clicar. Mais uma cumplicidade desse dito caráter educador.
Olá, Max!
ResponderExcluirAgradeço também o apoio que sempre me dispensa, como educador, além das contribuições recebidas, entretanto, por recomendação os comentários ficam, as provas reservam-se, mas, como as coisas são lentas... a gente não silencia e em nossa humanidade educadora aprende a lidar com essas realidades. Sem perder a esperança (re)educadora, reconstrutiva de que a educação é sempre a melhor saída, pois sabemos que "a educação tem caráter permanente. Não há seres educados e não educados. Estamos todos nos educando” (Paulo Freire). E o entendimento básico da Cultura da Paz, segundo a UNESCO, provém "do conjunto de valores, atitudes e comportamentos que refletem o respeito à vida, à pessoa humana e à sua dignidade, com direitos humanos, entendidos em seu conjunto, interdependentes e indissociáveis. Viver em uma cultura de paz, significa repudiar todas as formas de violência, especialmente a cotidiana, e promover os princípios da liberdade, justiça, solidariedade e tolerância, bem como estimular e compreensão entre os povos e as pessoas (Unesco, 1999, art. 1). Há esperanças! Utopias?
Tô bege com a leitura desses comentários, Rócio... É lamentável que as pessoas gastem energia pra esse tipo de violência gratuita.
ResponderExcluirMas como o verdadeiro educador é esperançoso, vc continua firme, embelezando esse seu espaço com saberes, aprendências, propostas e belas ideias e olhares para a educação.
Parabéns pela perseverança, e principalmente por vc ser quem vc é.
Grande beijo!
A propósito, como anda sua recuperação???
Olá Isabele,
ResponderExcluirApós seis infiltrações recentes, três em cada joelho, consegui maior mobilidade e menos dor nos dois joelhos, pena que seja poliartorse erosiva e condromalácia patelar, por isso continuarei daqui para frente sem poder subir escadas, por exemplo. Minha pequena biblioteca fica na parte superior de casa assim com a suite, tivemos que adaptar tudo aqui por baixo. Muito agradecida de coração pelo apoio e preocupação. A escola pública espera pessoas que saibam lidar com a tolerância, saber re-olhar as não-aprendizagens para melhor promover as aprendizagens. A comunidade escolar precisa sempre de bons projetos pedagógicos! Os discursos cada vez aproximados das realidades, desejos, sonhos do alunado... Feito com eles e não somente para eles.
Rocio! Não nos conhecemos presencialmente, mas tenho certeza de sua integridade, seriedade e bom senso, pelo trabalho que faz aqui na grande teia. Você nunca teve medo de se expor porque nào deve nada a ninguém. Continue sua vida, seu trabalho, seu blog maravilhoso. A vida é feita de "aprendências" por mais que algumas sejam dolorosas.
ResponderExcluirO que mais me chocou foi a postura rídicula desse anônimo que se diz educador. Qualquer educador tem todo direito de discordar e gritar pelas coisas em que acredita, mas o verdadeiro educador faz isso, sem ser redundante, com EDUCAÇÃO, com postura e, principalmente, assumindo o que diz.
Uma pessoa como essa que escreveu o que escreveu, menosprezando até mesmo a dor da perda humana que você sofreu, não merece um pingo do seu respeito e de qualquer outro ser vivo. Essa pessoa não sabe, sequer, tratar o outro com urbanidade.
Sabe qual é o meu maior temor? Perceber que existem pessoas desequilibradas como essa, amargas e despreparadas, lidando com os nossos filhos e "educando-os".
Um beijinho carinhoso e que Deus a abençoe!
Rocio, minha querida! A melhor forma de tratar esse tipo de ser (nem ousaria dizer humano) é com a indiferença, porque o ódio, o deprezo ou qualquer sentimento já é gastar tempo e energia demais para quem não merece. Como fizeste, o teu tempo precisa se direcionado para as coisas boas que tens feito e partilhado com tanta gente. Infelizmente a gente vê de tudo. Mas volte o seu olhar para o belo por mais difícil que seja, continue acreditando na mudança. Você tem muitos amigos que te apoiam, compreendem e agradecem a Deus por existires. Conta comigo! Beijo!
ResponderExcluirTatiane e Marli,
ResponderExcluirAgradeço o estímulo de vocês, sobretudo, porque a campanha para dizermos não ao bloqueio de Blog precisa ser movimentada, apesar dos comentários recebidos ou moderados, a proposta de Lei do deputado federal não pode ser lançada sem discussão a exemplo dos humoristas, atores, apresentadores que se manifestaram ao “humor sem censura”. Trabalhar há mais de 20 anos na educação nos autoriza a pensar sobre o amor e a compreensão como elan vital educacional que nos orienta a conduta na vida em direção ao futuro e se manifesta ao exterior mediante a obra pessoal de cada aluno ou aluna em todas as suas matizes. O élan vital regula as relações com o ambiente e forma parte da imagem que nós ajudamos a formar por dentre releituras de cada sujeito ecológico que aqui ou ali ou mais acolá conquista seu espaço planetário. A rede de computadores nos interliga e as aprendizagens co-operam e se ressignificam.
- Mediante a censura e a moral deveria eu cortar os comentários?
Nada melhor do que esta mensagem de André Luís:
ResponderExcluir"Não se agaste com o ignorante; certamente, não dispõe ele das oportunidades que iluminaram seu caminho.
Evite aborrecimento com as pessoas fanatizadas; permanecem no cárcere do exclusivismo e merecem compaixão como qualquer prisioneiro.
Não se perturbe com o malcriado; o irmão intratável tem, na maioria das vezes, o fígado estragado e os nervos doentes.
Ampare o companheiro inseguro; talvez não possua o necessário, quando você detém excessos.
Não se zangue com o ingrato; provavelmente, é desorientado ou inexperiente.
Ajude ao que erra; seus pés pisam o mesmo chão, e, se você tem possibilidades de corrigir, não tem o direito de censurar.
Desculpe o desertor; ele é fraco e mais tarde voltará a lição.
Auxilie o doente; agradeça ao divino poder o equilíbrio que você está conservando.
Esqueça o acusador; ele não conhece o seu caso desde o princípio.
Perdoe ao mau; a vida se encarregará dele."
Continue seu trabalho neste blog q tem ajudado mts pessoas. N olhe para estas pessoas doentes. Veja td de bom q espalhas por aqui e no seu local de trabalho. São estes os perfumes que devem aspirar.
Por uma questão de justiça deixe na moderação antes de publicá-los. Podem ser rastreados assim, sem q seja necessário publicá-los aqui. Seu trabalho é mt lindo.
Bj grande de quem lhe admira mt.