sexta-feira, 25 de março de 2011

Redes ambientais: pesca cuidadosa saúde planetária

Ciência com Consciência. Arte e Vida. 
Paladar, sabor, fusão de várias sensações.
Desafios ao mapa da língua. 


Tem algo errado aí e é preciso saber escolher...
- Comemos às cegas?


A Revista Science e a Fundação Nacional da Ciência (USA) premiam imagens científicas ano a ano. Escolhi esta imagem acima do sanduíche de "água viva" para mexer com nosso saber-sabor-consciência, ou melhor, termos mais prazer em nos nutrir de saberes e sem culpa. Dá p'ra combinar?


Atividades humanas danosas dizimam os grandes predadores naturais de águas-vivas como a anchova, as tartarugas marinhas e as focas, e favorecem o crescimento desordenado delas. Tal impacto ambiental, impulsionado pelo comportamento humano, avista derrubadas de falésias, alterações climáticas na Terra, ventos fortes, águas caudalosas e revoltas...


À beira-rio, praias de mar ou de rio-mar, como os do Pará, banhistas ficam curiosos ou envoltos pelo pânico de serem queimados por elas: as medusas. Algumas iniciativas nos fazem aplaudir, como é o caso da professora Daniela Torres, de Bragança (PA) que registra atitudes solidárias a esses bichinhos gelatinosos, e que você mesmo pode conferir sua história clicando na imagem abaixo.


Como trabalhamos em escolas situadas em ilhas bem próximas a outras ilhas, e nessa imensidão de águas e continentes, percebemos a urgência de cuidados com releituras da biodiversidade ribeirinha e a sustentabilidade ambiental a ser garantida pelos processos educativos. Em meio a atividade pesqueira, de praia ou turismo não são poucos os testemunhos às tantas contradições humanas em diferentes hábitos.


Nesse complexo se situam as aprendizagens. A escola como agente fundamental de educação e, em especial, o educador ambiental que, como mediador e tradutor de mundos, fomenta e aprende junto a concertar ou problematizar, de forma reconstrutiva, a realidade e o contexto social a partir do lugar onde o alunado se encontra. Reinventar o cotidiano do "agir local e pensar global". A nossa escola construída em um bosque respira Educação Ambiental, assim rediscute e revigora a experiência humana de estar no mundo.


Os impactos ambientais nos denunciam, nos traduzem e por isso estão a exigir novas formas de pensar. O físico David Bohm nos alerta aos desvarios do pensamento fragmentário que interfere em nosso modo de olhar, pensar e agir e só nos leva à destruição. Incluo aí o sentir. Para ele tanto "na ciência, como na arte, é necessário tomar em consideração o aparecimento de novas ordens generativas, que ultrapassam o conteúdo individual para abranger toda a experiência cultural comum". Não vivemos sozinhos.


Somos sujeitos ecológicos capazes de fomentar "sensibilidades afetivas e capacidades cognitivas para uma leitura do mundo do ponto de vista ambiental(Carvalho, 2008, p. 79), e desta forma movimentarmos, na escola, os processos de aprendizagem, na perspectiva do letramento múltiplo, mediando os significados do saber no mundo atual e nos contextos onde foram produzidos, aguçando novas sensibilidades e posturas éticas diante do mundo.


Referência:
BOHM, David. Totalidade e ordem implicada: uma nova percepção de realidade. Trad. Campos Silva. 12 ed. São Paulo: Cultrix, 2001.
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2008.


Para conhecer sobre a imagem do hamburger e as outras imagens premiadas, clique aqui: http://laizek.com/2010/02/concurso-americano-premia-imagens-cientificas/

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