sábado, 24 de março de 2012

Fios que entrelaçam saberes: educadores ambientais

Na semana passada, em ação comunitária, a nossa escola recebeu a visita de educadores, crianças e adolescentes do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) para desenvolver atividades educacionais no espaço do nosso bosque junto aos nossos educadores ambientais que atuam no Projeto AMA (Agentes e Monitores Ambientais).


O currículo de vida é repleto de representações simbólicas, é espaço de escolhas e lugar de inclusões ou exclusões. Diante de um currículo escolar contextualizado sabemos que parte dos fluxos do ecossistema pertence a ordem dos signos e por isso mesmo é capaz de desencadear profundos processos de aprendizagem. Há saberes múltiplos, dores e delícias, e no processo reconstrutivo vamos nos questionando porque aprendemos tais palavras e não outras, tais conceitos e não outros, tais autores ou tais obras...


Mas, o que nos interessa é construir uma teia que nos ajude com o alunado a tecer saberes para uma cultura ambiental, mais sensível, responsável, criativa, solidária... Sabemos que juntos podemos devolver as vozes, a flexibilidade e a horizontalidade nos processos da aprendizagem.


A biodiversidade é um elemento natural e cultural. Educadores tem um papel estratégico e decisivo na inserção da educação ambiental no cotidiano escolar. Por aqui retratos de múltiplas aprendizagens de educadores ambientais qualificando sujeitos na construção de um olhar sensível, encantado e solidário e de um posicionamento crítico face à crise socioambiental.

Um novo "olhar" sobre o "humano" e suas relações
A seringueira dentre as belas árvores: olhar prospectivo e multirreferencial
Alunos vibravam em suas aprendências: "todo ser vivo só pode ser conhecido
na sua relação com o meio que o cerca, onde vai buscar energia e organização".
(Edgar Morin apud Isabel Petraglia, 1995, p.69)
Relações Aprendentes - Dinâmicas de Sensibilização
"as crianças aprendem a história, a geografia, a química e a física dentro de categorias isoladas,
sem saber, ao mesmo tempo, que a história sempre se situa dentro de espaços geográficos e que
cada paisagem geográfica é fruto de uma história terrestre. (...) As crianças aprendem a conhecer
os objetos isolando-os, quando seria preciso também recolocá-los em seu meio ambiente
para melhor conhecê-lo". (Morin apud Petraglia, 1995)
Produção escrita e desenhos de vivências
"O que era uma experiência de campo fragmentada e diversa acaba sendo retratado como um todo coerente
e integrado. O que era um processo de comunicação, de trocas, de negociação entre [educadores e alunado]
vira autônomo... O que era diálogo, vira um monólogo encenado... voz única que subsume todas as outras
e sua diversidade à sua própria elaboração. O que era interação vira descrição". (Caldeira, 1988, p. 138)
E no meio do caminho... muitos animais.
E os alunos interagem com o ecossistema de nossa escola.
"O ambiente emerge como um saber reintegrador da diversidade, de novos valores éticos e estéticos e dos potenciais sinergéticos gerados pela articulação de processos ecológicos, tecnológicos e culturais. O saber ambiental ocupa seu lugar no vazio deixado pelo progresso da racionalidade científica, como sintoma de sua falta de conhecimento e como sinal de um processo interminável de produção teórica e de ações práticas orientadas por uma utopia: a construção de um mundo sustentável, democrático, igualitário e diverso". (Enrique Leff, Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Ed. Vozes, 2001, p.17).

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