Na escola deparamo-nos, ano a ano, no período junino, com a
questão das crianças que não podem participar desta atividade curricular.
![]() |
Cheiros, texturas, entrelaçamentos, cores, sabores, gentes, histórias e movimentos: show de cultura |
Os
educadores recolocam questões e argumentos, para pensar com a família, como
ludicidade, raiz cultural e folclórica, componentes típicos do lugar,
socialização entre crianças, integração família, escola e comunidade, ou problematizam
conflitos entre o rural e o urbano, as diferenças, os preconceitos e a ridicularização
dos trabalhadores rurais como se fossem por gosto, ingênuos ou palermas.
As instituições de ensino não tem o direito de obrigar as
crianças a participarem de qualquer manifestação cultural, de acordo com o
Planejamento Curricular Nacional, e no terreno da religiosidade e do
sincretismo religioso, o conflito parece meio sem solução. Algumas crianças evangélicas
passam por constrangimento ao não participarem desses eventos escolares.
É bom verificar a proposta pedagógica, pois, este assunto
deve ser conversado com respeito entre famílias do alunado e a escola, e de
preferência, no tempo do planejamento anual lá no início do ano letivo.
![]() |
Patchouli? Pamonha? Esponja? muitas impressões mediadas pelas professoras |
É importante lembrar que no Capítulo II do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), estão previstos mecanismo de proteção à
cidadania.
Art. 15 A criança e o adolescente têm direito à liberdade,
ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e
como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e
nas leis.
Art. 16 O direito à liberdade compreende os seguintes
aspectos: (...) II – Opinião e expressão; III – Crença e culto religioso.
Art. 17 O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a
preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e
crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Quanto ao aspecto religioso, segundo I Coríntios 10:23, se
tem a liberdade de dizer sim ou não, pois a palavra também liberta para João 8:31-2.
À escola cabe saber mediar os conflitos e convidar a todos a
pensar sobre a multiculturalidade - a forma de reconhecer, respeitar e conviver
com as diferenças culturais presentes na sociedade, sendo que, nesse processo,
a educação cumpre um papel decisivo no exercício da cidadania e contra a
exclusão ou autoexclusão de raça, sexo, cultura, credo ou outras formas de
discriminação.
Coisas da vida e suas gentes!
Nenhum comentário:
Postar um comentário