sábado, 6 de dezembro de 2014

Presença das estrelas: consoantes e vogais da vida

O silêncio é memória viva. O que calo. O que falo. O que há de silêncio em mim. O que há de silêncio no outro. O que se combina no silêncio. (In)Coerência situada. No olhar, na costa, na beira, na distância, na brecha, nos intervalos, na ausência, na falta. O que ouço. O que grito. O que não ouso falar. Adormeço. Esqueço. Não lembro. O que ignoro. Não percebo. Nem desconfio. Cismo. Sino. Busco. Abro mão. Enclausuro. Rubro. Enraiveço. Silencio. Guardo. Me esqueço. Misturo. Transpasso. E sorrio. Sou cúmplice. Até sem saber. Sou Debret. No espelho de sua observação. Sou Monet. No pontilhismo. Sou Van Gogh. No vigor do impressionismo. Adiante. Na grita do fauvismo. Como Carlitos. Flutuo na graça. Antropofagias. Sou mulher. Revivo e Transformo. Condição Feminina. Sou mãe. Sou avó. Enamoro. Reconheço certos silêncios. No melhor ou pior. Indigno-me. Ilha e Continente. Densidade. Singeleza. Reinvento. Reedito o sorriso. Sobrevivo. Marcadores múltiplos. Digitais vividas, percebidas, concebidas. Apagadas ou desgastadas. Óbvias ou inconscientes. A beleza. Inebria. O amor. Nos envolve. A caridade. Nos move. A fraternidade. Nos liga. A vida. Nos responsabiliza. O afeto. Nos une. O silêncio nos pluraliza. Algo singular. A ferida grita. A fera acorda. A cura nos democratiza. Pulsão. Polidez. Arte de viver. Acordados. Adormecidos. Vivos na memória. Despertados. Revolução. Silenciosa ou Amorosa. Religação. Transformação. Ser feliz. Sê feliz. Amorosidade. É a condição feminina. Condição animada. Citadina. Marcadores relacionais. Intuitivos. Projetivos. Resilientes. Existo. Sinto. Novos silêncios. Velares. Consoantes. Prossigo. É o caminhar. Ah! as vogais da vida.


“Se as coisas são inatingíveis...ora/ Não é motivo para não querê-las.../ Que tristes os caminhos, se não fora/ A mágica presença das estrelas”. Mario Quintana, em Das utopias (1951).

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