domingo, 10 de outubro de 2010

Brothers in Arms: leveza, turbulência e a mobilidade dos fluidos

Personalizo um sentimento, embora, esteja o vídeo que aqui reapresento vinculado de certo modo à educação ambiental, pelos questionamentos que nos fazemos, e me faço sempre a cada caminhada, desafios, obstáculos, incertezas, afinidades, reencontros... Lembro deste vídeo e seu forte recado de resiliência.
Por isso mesmo penso não estar fugindo do tema do Blog. Mexe com o sensível e por que não também com o insensível? Ninguém é de ferro.
Poucas músicas conseguiram mexer comigo tão profundamente como “Brothers in Arms”, de Dire Straits. O pêndulo, as ondas, as montanhas, as pessoas, o medo, a mão que desliza no piano, na guitarra, a voz, a melodia que embala, sacoleja e harmoniza, os sóis diferentes e o mesmo sol.
- O que nos une diante de tantos sóis diferentes?
Estamos em outubro, esta música - da banda britânica Dire Straits, me faz particularmente muito feliz, até porque foi lançada no dia 14 de outubro de 1985, bem próximo, e aqui no Brasil, logo em seguida, lembro bem, vi o vídeo pela primeira vez no programa do "Fantástico", da Globo... E ali me chamou atenção, adquiri o LP.
Entretanto, não poderia deixar de fechar este post, que vinculo com a poética da fluidez de Ítalo Calvino (2006), que a mim representa o processo de conquista da palavra, a recuperação do significado de ser educadora, o sentido da apropriação da leitura e a redescoberta da paixão pela escrita. Pois ler o mundo é também assumir-se como sujeito da própria história.
"Quero dizer que preciso mudar de ponto de observação, que preciso considerar o mundo sob uma outra ótica, outra lógica, outros meios de conhecimento e controle. As imagens de leveza que busco não devem, em contato com a realidade presente e futura, dissolver-se como sonhos... No universo infinito da literatura sempre se abrem outros caminhos a explorar, novíssimos ou bem antigos, estilos e formas que podem mudar nossa imagem do mundo..." (Calvino, 2006).
Referência:
CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. (p. 19-20).

Imagem: http://4.bp.blogspot.com/_JaNdi6Raqjo/TBAphAHl8AI/AAAAAAAAAWg/fKNf22Ah-B8/s1600/Brothers_in_Arms.jpg

2 comentários:

  1. Ei, Maria

    Eu escutava muito essa banda quando era mais novo. Sempre achei essa música muito linda, porém triste. Por que será que as melodias mais bonitas passam um pouco de melancolia em suas notas?
    __________________________________________
    Ainda bem que existe uma certa flexibilidade na na natureza humana, o que nos permite mudar a visão sobre as coisas e o mundo em que vivemos. Ainda bem que temos a "casca" dura e enfrentamos as equações propostas pela vida e seguimos adiante, nos renovando e buscando melhorar sempre.

    Um forte abraço

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  2. Ei Max!
    Lembrei-me do falecido Pró-Reitor de Pesquisa da UEPA, com quem trabalhei em 2003. Estava eu fazendo editoração de livros, e no intervalo ouvia "bossa nova" bem baixinho no computador e ficava muito feliz, enquanto tomava cafezinho com leite, cuidando do estômago. E ele passou por mim e disse que nunca viu alguém tão feliz com este tipo de música como eu.
    E você me escreve sobre a tristeza desta linda música, me dá vontade de fazer algo, a energia bate não de tristeza mas de combater a realidade e é algo positivo, cooperativo, solidário.
    Meu sonho é ser voluntária de hospital de crianças... de trabalhar numa brinquedoteca, de fazer rir na dor da mãe, do pai, e alegrar a criança... "Psicopedagogia Hospitalar".

    Mais outro forte Abraço!

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