sábado, 14 de maio de 2011

Bullying e Arte: re-ligação do sujeito ecológico

Mestre do Impressionismo: Claude Monet (1840-1926)

Violência não combina com afetividade? Se pensarmos direitinho e com um pouquinho mais de inclinação, veremos que esse antônimo é a única forma de modificar a realidade. E queremos sim que seja para melhor. O melhor para todos. Assim persigo temas do amor e da compreensão como forma de resistir às tantas violências que nos assolam em todo canto por onde percorremos ou nos colocamos em ideia, imagem, vivências ou situações novas.

Gosto de pincelar assim na tela imaginária a alma do educador. E não poderia aqui deixar de ver a beleza da professora Cintya, de Artes e de nossa escola. Mesmo recebendo a missão de assumir turmas no finalzinho de um período letivo consegue fazer o seu melhor no melhor das crianças e jovens que abraça em sua arte-educação.

Monet - japonese bridge, 1922
show de Cores, texturas, tempo e sentimento: suavizante e deslizante pincel 
Seu estilo é impressionista. Falei a ela que assim sentia e me descobria no seu saber-fazer. Você sabe o que isto significa? Não pensamos na forma, descobrimos ela no conjunto emaranhado de cores, texturas e almas que colocamos no papel que se misturam aos sentimentos e às tantas sensações, percepções e sensibilidades criadoras e visionárias do seu leitor e autentificam seu autor, tradutor, interlocutor de sentimentos internalizados e do mundo. Parece poesia, mas é arte que se naturaliza em nossas expressões. Isto é poesia sim - na essência cuja forma se encontra, se modifica, transcende a forma na tela, no papel, no chão, no ar.

Como mexer com a sensibilidade de alunos e alunas que apresentam energias entrecortadas, confusas, embaralhadas, embaçadas, copiosas, tenebrosas pelos sentimentos que maltratam a eles e os fazem maltratar outros? Pela beleza e onde vamos encontrá-la, despertá-la, acordar para o abraço transpirante, revigorante e interdependente do sujeito ecológico?

Caminho da arte. Caminho da melodia interior. Caminho do respeito. Caminho do amor. Caminho da ética. Caminho da religação. Caminho da paz.

Por que é tão difícil perceber no conjunto esta unidade que singulariza a pluralidade? Cada qual tem sua resposta ao observar da realidade, potencializar-se nela. Mas, antes de nos armamos devemos baixar as armas, olhar a beleza e contemplar nosso interior - plural - que se singulariza nas relações aprendentes. Suavizam-se as expressões.

Alunos em busca da expressão: olhar-se no fazer
Enxerga-se o mundo não de adversários ou aliados, mas de pontinhos de um planeta que é também um pontinho no cosmo que é também um pontinho no multiverso, que é um pontinho divino da grandeza maior que as estrelas de primeira. Crianças integradas. Grupos Operativos (boa terapia - transposição didática)!

Inimigo é uma palavra equivocada. Quem pronuncia talvez prefira o nebuloso, a penumbra... Se o preto é ausência de luz, o branco é a reunião de todas as cores. Aprendi com Newton na roda das cores. Dá para combinar, acalmar-se. A noite se faz presente para facilitar nosso repouso, inspirar nossa alma, a manhãzinha chega com os cantos dos pássaros aos primeiros raios solares e acordes que despertam.

Para o bullying a arte. Orgulho-me em estar convivendo com professor@s bastante sensíveis, habilidos@s e comprometid@s com a questão da responsabilidade social da educação e na escola, que sabem trabalhar a fúria e transformá-la em beleza. Chega de preâmbulos, as imagens traduzem melhor do que mil palavras. Silêncio despertante!
Bolinhas de Sabão: sopro da Vida
Bolinhas de Sabão: transparência colorida
A menina e o besouro encontrado - quase sem Vida:
 novos olhares, novas experiências, sopro - despertar da Vida!
Crianças encantadas com o filhote de tartaruga no laguinho da escola
Alunos escalando montanha: energia inquieta, conflitante esvanecendo-se nas  interações aprendentes
Crianças imitando o macaco no bosquinho da escola
Olhar e vivências transdisciplinares
Crianças apreciando outro lado do laguinho da nossa escola - com formato de borboleta
Crianças descobrindo os Planetas na biblioteca da escola...
Impressão com guache: momentos das expressões

Obra (in)Acabada: para uns borboleta, para outros leque...
Impressionante o que a arte faz com pessoas de todas as idades, raças, credos, sentimentos... Encadeamos as belezas! Esperanças acenadas: a educação do sensível trans-forma!


PS. Vim aqui depois, só para dizer sobre "releitura", afinal me encantei com o "besouro" na mão e não pude deixar de vincular - fazer o link - com "A maior flor do mundo", de José Saramago, e que você pode re-Ver ou assistir ao curta por aqui: http://www.youtube.com/watch?v=YUJ7cDSuS1UVou mostrar o que chamo de sincronicidade da arte e cotidianeidade: "a amizade na mão", através dessa imagem relacionada...

2 comentários:

  1. É simplesmente fantástico poder apreciar conteúdos de imensa relevância ao processo educativo, como é o caso de mesclar Arte e Educação Ambiental!Com isso,tem-se resultados significantes:educação da emoção,da sensibilidade...!É de suma importância que nós educadores possamos lançar mão de mecanismos desta natureza, visto que o bullying esta se alastrando de forma horrenda nos quatro cantos do planeta.

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  2. Olá, Anônimo ou Anônima!

    Combinar arte e educação nos faz reencontrar a natureza humana no ambiente, ou, o ambiente em nós, afinal somos seres ecológicos. A arte potencializa essa unidade.

    Mexe com o mais profundo de nossa Outridade. É lindo presenciar esta mudança do olhar nas crianças, aos poucos com paciência vamos vendo outras pequenas grandes mudanças em seus gestos e relações.

    Seja bem-vind@ neste cantinho!
    Um abraço!

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