quarta-feira, 20 de julho de 2011

Colônia de Férias 2011: a construção da autorreferencialidade


Ilustração da aluna Raquel

A intenção era combinar, no espaço da escola e a partir dela, letramentos múltiplos e sustentabilidade. Práticas sociais, plurais e situadas quem combinem oralidade, escrita e releituras, de formas diferentes e em eventos de natureza diferente. Com o objetivo de colaborar com a auto-estima, a construção de suas identidades e potencialização de competências, em sua cultura local, na cultura valorizada e na contra-hegemonia global, facilitando aprendizagens formais, não-formais e informais.

Incluía algumas observações da equipe: a causa ambiental, o cuidado do mundo, da natureza e do outro, a biodiversidade no mundo da natureza e o multiculturalismo percebido no meio a fomentar diferentes conversas. É a ecologia social da aprendizagem através de letramentos multissemióticos e críticos. 

Combinei com professores presentes, no primeiro dia das férias, a possibilidade de alterarmos parte da programação delineada. Colônia de férias combina com aulas-passeio. Coisas de Freinet aprendidas em todo tempo. Então, sugeri visita à Ilha de Cotijuba para conhecerem uma das Unidades Pedagógicas de lá. E no entrelugar de cá e de lá conversar sobre o significado da travessia: o tempo do barco, o movimento, as águas, a praia, o lanche, o brinquedo, o jogo, a orientação, a conversa, o encantamento...

Para o centro da Capital, sugeri o Museu ou Mangal das Garças, preferiram o Cine Olímpia com uma programação específica para crianças de 8 a 12 anos. Boa opção! Os estudantes adoraram. Havia na programação o passeio pela própria Ilha de Caratateua, onde está situada a escola sede. Mantida!

Daí para a outra ilha, a infra-estrutura do ônibus, do barco, do bonde, com lanche gostoso e a autorização da família, com convite extensivo aos seus pais ou responsáveis, para passar um dia diferente com seus filhos ou filhas, nossos alunos e alunas. Tudo certo para as aventuras pedagógicas. No término, o lamento: acabou, oh!... por quê?





Suas representações:





O que nos alegra é saber que somos, enquanto escola, uma referência de prazer do alunado. Apesar de fala preocupante, quando um aluno aproximou-se de um dos educadores e lhe disse: “sabe que só existem três formas de diversão na nossa Ilha: festas, drogas e Escola Bosque!”. Um misto de alegria e alerta a todos nós, e as políticas públicas o que nos respondem? Como escola somos como beija-flores e águias...

Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo o ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. (BOFF, Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. 26 ed. Petrópolis: Vozes, 1998. p.9)

2 comentários:

  1. Maravilhoso, o seu espaço, parabéns!
    Repleto de valores, mostrando a pedagogia de forma suave, calma, sem pressa e cheia de poesia.Tenho um amigo professor de Educação Física da PUC que diz mais ou menos assim: "o que a criança mais gosta é de sorvete.Por que não fazer da escola um sorvete de casquinha?" Seu blog me fez lembrar dele... Educação é isso. abraços
    Julia

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  2. Olá Júlia!
    Que delícia pensar assim como o Professor de Educação Física, gostaria de conhecer mais sobre sua maneira de Ver a Escola.
    Agradecida pelo carinho e fico feliz com a forma como aborda a educação, gosto muito de teu cantinho também!
    Um abraço!

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