quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Educar para a Paz: a educação de crianças, jovens e adultos

O vídeo “Vida Maria” ajuda a organizar discursos porque no conjunto e, em seu papel, emocionados os protagonistas conversam, como em metaconstrução, quando as pessoas se transformam nos detalhes de seus personagens ou conteúdos, misturam-se às possibilidades de Maria, às chances de superação e ao que tem em comum com ela.


Na escola, um de nossos estudantes expressou que não gosta de matemática porque quebraram-no o dedo quando criança, por não decorar a tabuada, outros revelaram que a contínua repetição da falta de afetividade e oportunidade na vida de Maria assemelhavam-se à história da mãe, outras revivem a juventude e as oportunidades que passaram, alguns alunos abaixaram a cabeça pensativos após o filme e as palavras engasgavam na folha em branco, enfim, o filme como um alerta para si mesmos significa não perder situações que possam ser importante porta do tempo que lhes atravessa e ressignifica.

Nesse observar cuidadoso do professor que cuida de observar, compreender e motivar o estudante, algo muito valioso alia-se a pergunta que nos empurra ao saber fazer e mediar as aprendizagens: “que atividades mentais realizam para aprender (...) como vivem e sentem o processo de aprender e que finalidade tentam alcançar para realizar o esforço que supõe”. (Marchesi, 2006, p.32).

Depoimentos significativos marcam e fortalecem ainda mais o exercício docente: “já fui xingado de velho, cabeça branca, papai Noel, mas, não vou desistir”; “muito desses jovens imitam minha maneira de falar, não entendo, por que não vivem a vida deles?”. Educar pela e para a Paz remexe com as idiossincrasias, com olhares arraigados em estereótipos que veem só o que agrada ou não conseguem acolher o outro. O educador é o mediador dessas relações silenciosas ou escancaradas da sala de aula e que, por vezes, impedem de aprender melhor.

Sobre sustentabilidade de vida aqui encerro com Mahatma Gandhi: Se todos trabalhassem para obter seu sustento, e não mais, haveria bastante alimento e ócio suficiente para todos. Então, não haveria gritos de superpopulação, nem enfermidades, nem a miséria que vemos ao nosso redor. (...) Os homens poderão, sem dúvida, fazer muitas outras coisas com seus corpos e mentes, mas tudo deveria ser um trabalho de amor pelo bem-estar comum”.

Referência
MARCHESI, Álvaro. O que será de nós, os maus alunos? Porto Alegre: Artmed, 2006.

2 comentários:

  1. Visitava seu blog no primeiro semestre, e agora estou tendo tempo de retornar, lí esse artigo e me emocionei, trabalho com EJA e sei o quão primoroso e o trabalho importante que fazemo. Aproveitei a dica, que desperta curiosidade e sensibilidade, e trabalhei esse vídeo com meus alunos, foi muito emocionante, trabalho9 na zona rural de castanhal, e fiquei feliz com o retorno dos alunos. Por isso agradeço. Conheci seu blog por meio de uma amiga que trabalhou com a senhora, mas não quer se identificar. Ah! Parabéns aos educadores pelo olhar e pesquisa.

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  2. Car@ Anônim@,

    Muito bom saber que o nosso trabalho pedagógico coopera com o despertar da curiosidade e sensibilidade de outros estudantes e seus educadores. Fico a imaginar a boa conversa que se seguiu ao vídeo e o quanto este repensar ajuda as pessoas a mudar para melhor, sempre!

    Obrigada pelo retorno!
    Até qualquer dia!

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