A educação infantil não é feita para alfabetizar, mas, se for bem feita, alfabetiza. Sabemos que o problema da alfabetização deixou de ser estudado do ponto de vista do adulto porque passou a ser levado em consideração o posicionamento da criança. Não os saberes da cultura, mas, os saberes da criança. A forma como ela expressa a sua realidade. As palavras do lugar norteiam o estudo a partir da palavra da criança.
O destaque desse trabalho se deve à chamada das famílias que cooperam na indicação do lugar na comunidade próprio para apreciar, brincar e pesquisar.
Apenas um senão nesta discussão pedagógica. De volta à sala de aula, o que se trabalha? De repente, o conto de “O Patinho Feio” surge e com ele vem o estudo da palavra pato e o modelo sintético decorre à exaustão, muitas vezes dissociado do significado. A criança cansa de decorar. Embora saibamos que a memória é a base da aprendizagem. Mas, há necessidade de evocarmos a memória reflexiva e sua capacidade reconstrutiva.
O destaque desse trabalho se deve à chamada das famílias que cooperam na indicação do lugar na comunidade próprio para apreciar, brincar e pesquisar.
Apenas um senão nesta discussão pedagógica. De volta à sala de aula, o que se trabalha? De repente, o conto de “O Patinho Feio” surge e com ele vem o estudo da palavra pato e o modelo sintético decorre à exaustão, muitas vezes dissociado do significado. A criança cansa de decorar. Embora saibamos que a memória é a base da aprendizagem. Mas, há necessidade de evocarmos a memória reflexiva e sua capacidade reconstrutiva.
O pato na cultura de Belém
enriquece o almoço do Círio de Nazaré. “O Patinho Feio”, conto de Hans
Christian Andersen, nos fala sobre rejeição e discriminação pela aparência
física. Depois do tempo de intensas (re)descobertas, as palavras podem ajudar a
compreender o conjunto das letras ali compostas e recompostas.
O que o pato tem a ver com as
palmeiras? A teia pode até ser tecida desde que as crianças topem reinventar a
palavra. Em que o açaí se parece com o buriti, a pupunha e o tucumã? Exercício
de pensamento, a lógica matemática das comparações vem aí.
Algumas curiosidades das plantas ou
seus frutos compartilhadas em aula, além das conversas sobre sabores, preferências
e culinária dos frutos dessas palmeiras:
É a troca permanente entre professora, alunos, pais e mães, avós ou tios das crianças e coordenação que aprendem juntos a compreender e relacionar processos intuitivos e ciência, saberes e a leitura do livro. Conhecendo mais a palavra no seu contexto, juntos continuam a redescobrir as palavras do meio e a ampliar sua leitura de mundo.
A escrita é representação. O desenvolvimento da escrita, segundo Vygotsky (1998, p.131), se dá pelo deslocamento do desenho de coisas para o desenho de palavras. A criança precisa querer aprender a ler e a escrever, para isso é indispensável a mediação pedagógica. A própria criança abre a porta para a alfabetização e para que isto aconteça é importante que ela mesma perceba a cotidianidade dessa leitura no seu contexto, assim como a valorização de sua autoria no processo. Família e escola cooperam nessa produção infantil em seus diferentes contextos. Pelo desejo e necessidade de pais e mães as crianças também estão na escola.
Referências
SHANLEY, Patrícia; SERRA, Murilo; MEDINA, Gabriel. Frutíferas e plantas úteis na vida amazônica. 2 ed. Bogor, ID: Cifor, 2010.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
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Buriti, Pupunha, Tucumã e Açaí: frutos da amazônia em suas palmeiras. |
- Pescadores usam os bichos (larva
de um besouro) dos caroços de Tucumã como isca, também como alimento, óleo
medicinal ou creme de cabelo.
- A cor da casca do fruto da
pupunha, assim como, o teor de óleo e tamanho são bastante variados. Quanto
mais avermelhada for a polpa maior é o teor de vitamina A, boa para olhos,
cabelos, unhas e pele. Seu óleo serve como remédio para dor de ouvido e
garganta, além de alisar os cabelos.
- A raiz nova do açaí como chá
combate a verminose. O cacho queimado do açaí serve como repelente. O sumo do
palmito do açaizeiro ajuda a estancar sangue.
- As folhas adultas do Buriti servem
para fazer pipas e o pecíolo fornece material para o artesanato e confecção de
brinquedos. O fruto possui uma das maiores quantidades de Vitamina A, vinte
vezes mais que a cenoura.
- A lenda do Tucumã é muito antiga como todas as outras e busca explicar sobre a criação da noite que estava guardada dentro do caroço do fruto, nele havia sapinhos coaxando e grilos cricrilando, pois é, daí o indiozinho resolveu jogar no chão e então... a história vai encantando a todos.
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Releitura da Lenda Indígena sobre "A Criação da Noite", através da argila. |
É o manejo sustentável dos saberes rediscutido em sala de aula ou nas proximidades da Praia da Saudade, na Ilha de
Cotijuba (PA). A participação das famílias de nosso alunado foi muito importante
nesta atividade pedagógica, até porque muitas delas vivem do extrativismo
dessas plantas. São seis Unidades Pedagógicas além da nossa Escola Sede.
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Crianças na Praia da Saudade identificando as quatro espécies de palmeiras. Território de múltiplas aprendizagens. |
Etapas do gostoso momento de ler, fazer e saborear um bolo de pupunha... hum-rum!
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Leitura da Receita, Medidas e toda a Química na mistura e transformação |
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Vai ao forno... "Tic-tac passa tempo e não demora, chega logo tic-tac" |
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Nova Releitura em Sala de Aula |
A escrita é representação. O desenvolvimento da escrita, segundo Vygotsky (1998, p.131), se dá pelo deslocamento do desenho de coisas para o desenho de palavras. A criança precisa querer aprender a ler e a escrever, para isso é indispensável a mediação pedagógica. A própria criança abre a porta para a alfabetização e para que isto aconteça é importante que ela mesma perceba a cotidianidade dessa leitura no seu contexto, assim como a valorização de sua autoria no processo. Família e escola cooperam nessa produção infantil em seus diferentes contextos. Pelo desejo e necessidade de pais e mães as crianças também estão na escola.
Referências
SHANLEY, Patrícia; SERRA, Murilo; MEDINA, Gabriel. Frutíferas e plantas úteis na vida amazônica. 2 ed. Bogor, ID: Cifor, 2010.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
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