
Assim nas características do
conteúdo ou da forma e suas inter-relações se percebe e se reconstrói o jogo
dinâmico de termos e subtermos reais, imaginários, virtuais, necessários, possíveis
e desejáveis, de objetos ou sonhos que definem, tudo junto ou embaralhado, as identidades
ou as identificações, cultura e ciência, currículo e vida.
Saberes e conhecimento são
equivalentes, inseparáveis e, por vezes, contraditórios.
Na prática percebemos
o conflito das pedagogias da resposta e da pergunta, das adaptações e
inovações, dos erros e superações, do castigo e virtude, da heteronomia e autonomia,
do afeto e desconstrução, da sensibilidade criadora, do questionamento
reconstrutivo e da resiliência diante de conquistas, presenças, perdas,
lacunas, faltas, desafios permanentes a implicar enfrentamento ativo, racional,
responsável e ponderado.
![]() |
Desafios Aprendentes... |
Sempre estamos em busca de
respostas novas aos problemas do cotidiano...

E, na escola, o professor ou a
professora se caracteriza por acumular respostas prontas ou de saber onde
encontrá-las nos sistemas de informação, nas fontes bibliográficas ou
informatizadas ou por motivar o alunado a juntos procurarem ou redescobrirem as
perguntas como orientadoras de outras possíveis respostas ou tantas outras
perguntas diante das pedagogias do aprender a aprender.
O processo avaliativo se faz
necessário em todo momento pedagógico. Avaliar a aprendizagem ajuda na tomada
de consciência do fazer pedagógico que prima pela qualidade da educação. O que
é óbvio nem sempre acontece. Sabemos. Por isso a necessidade de aprender
sempre.
O conhecimento do conhecimento compromete. Obriga-nos a assumir uma atitude de permanente vigília contra a
tentação da certeza, a reconhecer que nossas certezas não são provas da
verdade, como se o mundo que cada um vê fosse o mundo e não um
mundo que construímos juntamente com os outros. Ele nos obriga, porque
ao saber que sabemos não podemos negar que sabemos (Maturana e Varela, 2001, p.
267).
A avaliação formativa, contrária
à classificatória ou certificativa ou interessada em rankings, acontece durante
todo período das aulas, quando se procura valorar ou reorientar hábitos,
procedimentos e processos de aprendizado. E a partir da primeira hora das
relações aprendentes, de alunado e educadores, procura se enfatizar o olhar sensível,
responsável e diagnóstico para identificar deficiências e acertos da práxis,
aperfeiçoar um ponto de trabalho didático, identificar falhas de apropriação de
um saber, e procedimentos adequados, oferecer um caminho diferente de saber,
promover uma nova forma de aprender um conteúdo, inserir o aprendente-ensinante
em um aspecto do processo educativo.
Chamamos de avaliação diagnóstica
o exercício de sondar como andam os processos de ensino e de aprendizagem ou
simplesmente de verificar as memórias e as mudanças importantes ocorridas
durante ciclos letivos.
Faz-se uso desta estratégia quando também precisamos
entender o motivo que leva um grupo de alunos, por exemplo, a não aprender
determinado conteúdo, ou até porque se faz necessário corrigir o próprio fluxo
de trabalho, adquirir informação, planejar intervenção ou chegar a um novo
patamar de conhecimento.
Enfim, a avaliação diagnóstica é o próprio início do planejamento, fases de projetar ou repensar atividades, capaz de nos mostrar como estão as habilidades, aluno por aluno ou grupo de alunos, e quais os pré-requisitos necessários à aprendizagem. O processo diagnóstico inicial contribui para identificar a realidade e as condições de quem vai participar do processo, no sentido de requerer conhecimento, entremeando tempo de estudos junto e vivência pedagógica, observação e intervenção, sobremaneira a verificar presença de habilidades e pré-requisitos necessários ou de identificar as causas de dificuldades de aprendizagem recorrentes.
Cooperar é palavra importante, no
processo pedagógico, que alude ao trabalho coletivo, à iniciativa pessoal e à
autonomia na intenção de buscar juntos e tudo misturado uma construção mais
responsável e humana do mundo.
O educador de modo geral, já traz a resposta sem se
lhe terem perguntado nada. (...) O autoritarismo que corta as nossas
experiências educativas inibe, quando não reprime, a capacidade de perguntar. A
natureza desafiadora da pergunta tende a ser considerada, na atmosfera
autoritária, como provocação à autoridade. E, mesmo quando isso não ocorra
explicitamente, a experiência termina por sugerir que perguntar nem sempre é
cômodo (Freire, 1998, p.46).
Se negarmos a negação que é o erro, essa nova negação
é que dará positividade ao erro; essa passagem do erro ao não-erro é o
conhecimento. (...) A força do negativo é fundamental, como dizia Hegel. A
força do negativo no conhecimento é parte essencial do conhecimento, chama-se a
isso erro, risco, curiosidade, pergunta etc. (Freire e Faundez, 1998, p.52).
Referência
FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta.
4 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
MATURANA, Humberto R., VARELA, Francisco G. A árvore do conhecimento:
as bases biológicas do entendimento humano. São Paulo: Palas Athena, 2001.
Nenhum comentário:
Postar um comentário