![]() |
Ilustração de Paula Saldanha (p. 22) |
O segundo momento da formação objetivando a conscientização e a problematização da realidade vivida, percebida e concebida pela comunidade escolar, aconteceu com a leitura em voz alta do livro “Gente
da Floresta” - texto e ilustrações de Paula Saldanha, da coleção Ciranda do Meio Ambiente, da Fundação Oswaldo Cruz (2a. edição, 1989).
Do trabalho exposto na postagem anterior, a senhora Roseane*, que prepara com carinho a merenda das crianças de nossa escola, teve a iniciativa de nos premiar com algumas
cenas da realidade percebida, assim retratadas em uma sequência de quatro desenhos, como havia pensado em
sua casa com a família e, no dia anterior a esta reunião, solicitou da escola papel e lápis de cor para trazer o "seu projeto", mas, fê-lo em segredo e só para ser mostrado na hora desse segundo encontro.
E o resumo de sua história da Eco-Escola do Paraíso assim ficou:
Cena 1: O lugar, antes do Assentamento “Vale do Paraíso”, tinha
muita vida e destaca nela as borboletas azuis, porque lhe disseram que eram
muito bonitas e juntamente com muitos outros animais, que por lá habitavam, desapareceram.
Cena 2: Traz cenário de uma horta coletiva no grande terreno
reservado pelos novos moradores do Paraíso.

Cena 4: Ao final, finaliza com a realização do sonho de escola na comunidade do “Vale do Paraíso”, a construção da nossa escola...
Revela, a senhora Roseane, que
a comunidade quer sim e muito participar do projeto da Eco-Escola.
Comecei a ler o livro de Paula Saldanha, cujo texto revela
com muita sensibilidade o cenário da gente da floresta, com palavras desse
mundo amazônico e, por isso, bastante próximas da gente daqui. Parei a leitura oral, estrategicamente na página 8, a fim de fazê-los participar com
suas histórias de vida e pensar no problema vivido e narrado pela personagem, uma garotinha. A questão tratava da retirada à força de uma comunidade das poucas reservas florestais
brasileira, ainda restantes, e fê-la migrar para outros lugares onde o rio da
cidade quase não tinha peixe, a terra não dava pra fazer roça e a barriga grande
das crianças era de doença.
![]() |
Ilustração de Paula Saldanha (p. 3) |
Pedi aos educadores ambientais imaginar como viam a realização desse sonho da jovem protagonista, que naquele hoje do fim
do texto já havia crescido. E este é o novo desafio do grupo, pensar em uma
solução, problematizando o cotidiano do “Vale do Paraíso”.
Estamos caminhando com o processo de construção do projeto
da escola e as nossas aprendências entremeadas. E sei que a gente, de algum modo, vai conseguir...
*retificando, a escola tem duas merendeiras as senhoras Rosana e Roseane, a servidora e moradora do Paraíso que nos trouxe o projeto foi a Senhora Rosana.
*retificando, a escola tem duas merendeiras as senhoras Rosana e Roseane, a servidora e moradora do Paraíso que nos trouxe o projeto foi a Senhora Rosana.
O relato da reunião,na postagem anterior, estas cenas representadas pela srª Roseane... educação encantando educadores. Diferença, diferença! Oportunizar espaços pra falar e saber ouvir são duas situações que o mundo vem perdendo e as escolas, se deixando levar pela crista da onda. Fico feliz de vê-los na contra-mão! Parabéns a tds.
ResponderExcluirPois é, Jamille, nós como educadores aprendemos assim nos oportunizando a saber pensar com a comunidade o cotidiano que atravessa nossas vidas e nos faz pensar nas consequências de nossos atos e na importância de nossas atitudes mais responsáveis. De nada vale termos um belo discurso de educação ambiental se não nos dispusermos a compreender a história e a ressignificarmos a nossa caminhada a partir dessa conversa necessária com a vida que nos envolve. Obrigada pelo apoio e por suas palavras de incentivo neste início de caminhada aqui no Paraíso.
ResponderExcluir