sábado, 26 de janeiro de 2013

Projeto Eco Político Pedagógico: uma obra coletiva

O professor pesquisador deve ser um observador sensível e delicado, apaixonado por tudo aquilo que vê e sente a uma só vez. Entretanto, nada impede que trabalhe com fotografias, imagens em movimentos, depoimentos, entrevistas etc. (Colodete e Pinel, 2004).

"A transposição da fotografia para a memória empresta-lhe o movimento contínuo do pensamento, que é o que se torna necessário fazer para que a foto isolada exprima o seu conteúdo latente e não explícito". (Marcel Proust. Em busca do tempo perdido, apud Míriam Leite, 2001).

"Os passos tecem lugares, moldam espaços, esboçam discursos [por onde andam] (...) O caminhar é uma enunciação pois o pedestre se apropria do sistema topográfico (como nos apropriamos da língua), faz do lugar um espaço (como fazemos da língua um som) e se relaciona com a cidade através de seus movimentos (como nos relacionamos com o outro através da língua)". (Michel de Certeau. Caminhadas pela cidade. In: A invenção do cotidiano: arte do fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994).

 Estar com o aluno, a aluna fora de sala de aula é enriquecedor... "O sujeito aprendente situa-se nos diversos 'entre', mas, por sua vez, os constrói como lugares de produção e lugares transicionais. Entre a responsabilidade que o conhecer exige e a energia desejante que surge do desconhecer insistente. Entre a certeza e a dúvida. Entre o brincar e o trabalhar. Entre o sujeito desejante e o cognoscente. Entre o ser sujeito do desejo do outro e ser autor de sua própria história. Entre a alegria e a tristeza. Entre os limites e a transgressão". Enfim, "o 'entre' que se constrói entre o sujeito aprendente do aprendente e o sujeito ensinante do ensinante é um espaço de produção de diferenças". (Alícia Fernández, O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamentos. Artmed, 2001, p.56).

Ponto alto do trabalho na comunidade é o acontecimento da escuta sensível, processos de saber ouvir narrativas orais... memórias vivas da história que se redesenha no presente, assim, o homem reconstrói o seu passado.

"Para que nossa memória se beneficie da dos outros, não basta que eles nos tragam seus testemunhos: é preciso também que ela não tenha deixado de concordar com suas memórias e que haja suficientes pontos de contato entre ela e as outras para que a lembrança que os outros nos trazem possa ser reconstruída sobre base comum". (Maurice Halbwachs apud Michael Pollack. Memória, esquecimento e silêncio. Estudos Históricos, 1989, p.3-4).

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