Como professora eu preciso de uma avaliação diagnóstica para
pensar num programa de ensino e de meus estudos cujo princípio necessita da hesitação,
da pausa, da dúvida, do olhar no ar, da mão que encobre a palavra e deixa
visível, sem querer, o movimento do lápis que nos faz ler a palavra sobre suas mãos,
o sorriso escorregadio e o apelo de aprovação ou da dica de qual a letra ou o
fonema, mesmo que seja só o movimento de sua emissão... e vem a gente dizer
tenta de novo, fale a palavra, pense na primeira letra e na última, mas, se
está lendo a palavra dizemos quantas letras tem, quantos sons possui, qual a
primeira e a última, quantas vogais têm e a lógica ajuda a repensar a palavra, a
buscar combinações de seu repertório, abandonar a estratégia de dizer qualquer
letra ou som em busca de nossa afirmação sem contar com a sua própria certeza...
afinal, porque quer a nossa aprovação, algumas letras e sons se confundem, as
complexas palavramundos dos textos musicados, poetados, contados, informativos
e que são homófonas (de igual pronúncia, grafia e significado diferente),
homógrafas (de pronúncia e significado diferentes e mesma grafia) , parônimas
(grafia e pronúncia “parecidas” e de significados diferentes), homônimas (significados
diferentes, mas, de “mesma” pronúncia e grafia)... Será que teme o erro? O que
já sabe sobre escrever errado? E lá vamos juntos tentar entender porque são tão
parecidas, de posse do conhecimento da língua vamos interagindo com o nosso tal
português.
Afora adentrar no mundo das imagens, das lembranças, dos movimentos, da dinâmica da vida, das
emoções e sentimentos, dos símbolos, dos recursos visuais tão múltiplos e
encantadores como as palavras e seus significados e sentidos no contexto... e
que viagem, meus queridos amigos, já passamos e estamos passando na escola com
nossos coleguinhas, é são mesmo muitas aprendências novas, e o papo vai longe
por vezes e lá vem um nova palavra compor essa aventura de aprender a ler e que
tem o poder de nos reviver, de nos enviesar... coisas a torto e a direito que
nos recompõe mais parceiros das letras nas palavras e seus tantos mais dizeres
e modos de usá-las nesse mundão aí, lá em casa, afora de nós e por dentro que
nos espezinha e poeta também, afinal, ninguém é de ferro.
E quem quiser que conte outra, me dá licença agora que estou louquinha para voltar a interagir com as nossas crianças lá da nossa escola. Beijinhos mil e bye, bye, ao astral mil de bom.
Múltiplas linguagens. É a vida na escola. Obrigado, crianças! |
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