
O professor é um organizador das aprendizagens quando consegue realizar a transposição didática daquilo que aprende na teoria, de forma reflexiva e práxica, reinventa o conhecimento, mobiliza seus referenciais, recria seus próprios modelos e integra a autocrítica. O professor se permite aprender enquanto ensina, tornando-se sensível às aprendizagens e se dispõe a saber ouvir o aluno, e com ele re-olhar o movimento e as situações das aprendizagens que surgem no processo de construção do conhecimento. Nóvoa (2001) destaca duas importantes competências na prática docente: a organização e a compreensão do conhecimento e isto inclui a tomada de consciência, as habilidades metacognitivas, o autocontrole, os novos discursos. Educar significa propor questões, problematizá-las, reconstruir situações, desconstruir-se no processo enquanto se busca resolvê-las.
A autonomia do aluno:
Dentre as estratégias metacognitivas quando se faz conhecer o próprio conhecimento, os erros e as limitações se colocam a caminho das aprendizagens. É importante mobilizar os alunos a tomarem consciência do percurso de sua autonomia, por meio de atividades que estimulem a produção do “leitor”, daquele que se permite errar e soergue diante da produção de novos significados e sentidos. A autoria acontece nos questionamentos e desafios, na busca de argumentações e idéias, na reinvenção de estratégias para resolver problemas. E novos conhecimentos e aprendizagens advêm de emoções de caráter público, sentimentos de caráter privado, das percepções, relações, assimilações, contrariedades e de acordos que permeiam o cotidiano e suas realidades entrecruzadas. As interpretações e sínteses se tornam parceiras no processo de construção do conhecimento.
Como venho me desconstruindo neste vai e vem, por me permitir escutar e não somente inferir sobre seus entendimentos e dificuldades de compreensão. Neste momento vamos aprendendo juntos a reconstruir o conhecimento. Boas experiências. Melhor ainda quando entram as crianças colaboradoras que eles mesmos escolhem e novos óbvios são desmascarados.
Comecei a exemplificar para facilitar o entendimento acerca da palavra galinha, enquanto código quando podemos nos referir aos aspectos da consciência fonológica ou transposições fonéticas, com as belezas das falas regionais, ou ainda, esmiuçar a quantidade de letras e fonemas, sobre ainda aspectos sintáticos – referentes à forma – que estruturam a frase valorizando a clareza das idéias etc.

A leitura da palavra é a leitura de meu mundo, o professor se põe a aprender com o aluno e a viver suas experiências e a dignificá-las no coletivo. A riqueza das trocas está no saber aprender e integrar o mundo da cultura ao mundo da ciência e vice-versa, o mundo de quem FALA e daquele que ESCUTA, quantas vozes permeiam e ali percebem-se em construção pelos sujeitos autores.