sexta-feira, 17 de abril de 2009

Crianças Ribeirinhas e a Reeducação Alimentar


O que vimos observando na hora do recreio e até mesmo nas manhãs antes da entrada na escola? Crianças com casquinhos (massa frita em óleo) cheios de catchup e maionese, bombons, pirulitos ou geladinhos feitos de sucos em pó etc. Desjejum.

O que as mães falam sobre a alimentação de seus filhos? Não comem verduras, legumes, frutas etc.

Uma escola de educação ambiental também se preocupa com os hábitos alimentares, a nutrição dos alunos. A proposta da Escola Bosque vem sendo implementada através do Projeto Horta, em que trabalham uma pedagoga e uma agrônoma, contam com a parceria da nutricionista e de professores que atuam na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental.

Alunos e alunas aprendem a olhar, tocar e preparar a terra, semear, plantar, colher, a fazer a festa e ser anfitriões. O mais interessante é nas reuniões com as famílias, nas festas das mães, pais ou das crianças, esses aprendizes servem suas visitas e percebem a surpresa delas, pois, algumas também nunca experimentaram os sucos da horta. Tornam-se ensinantes!

São as crianças a falar aos adultos sobre a alimentação alternativa, saúde, benefícios dos nutrientes e entregam a eles receitas de sucos verde, "fanta" uva, "fanta" laranja etc.

Algumas mães orgulhosas e um tanto emocionadas dão depoimentos das mudanças alimentares de seus filhos e filhas.

Esse projeto acontece ano a ano. As professoras incrementam suas receitas, inclusive, recebem dicas de algumas famílias. Educam pela pesquisa.


Partilha de saberes e conhecimentos. É a integração de saberes existentes e a colaboração de diferentes conhecimentos para a explicação de realidades complexas. Influências da mídia e saberes socioambientais. Dialetos e línguas nativas. Sobrevivência e transcendência! Relação simbiótica. Utopias necessárias.

O vídeo abaixo retrata o trabalho feito na Unidade Pedagógica da Flexeira, conforme relatório 2008.


A escola enfrenta e discute a realidade dos hábitos e consumo de alimentos motivados pelos apelos da mídia, das necessidades dos vendedores ambulantes ou carências de políticas públicas, mas, que sobretudo, causam além de cáries, outras doenças sérias.

Um comentário:

  1. Conheço o trabalho desenvolvido e espero que a escola consiga reeducar nossas crianças tão carentes de tudo, inclusive de orientação familiar.
    Sugiro que disseminem essas receitas com os ambulantes da frente da escola incentivando-os a vender alimentos mais saudáveis, considerando que seus filhos e netos são também estudantes da escola.
    Fátima Torres

    ResponderExcluir