terça-feira, 26 de janeiro de 2010

"Felizes para sempre": 30 anos de reconstrução diária


Abro parênteses para a temática do Blog. Porém, não deixa de ser uma aprendência cotidiana. Permito-me falar de minha história, ou seja, a versão de nossa história de amor.
Crescemos ouvindo a seguinte frase e "foram felizes para sempre". Muito mais eu que adoro conto de fadas e trabalhar com crianças, literatura infantil e toda a sua magia.

Casei aos 17 anos de idade, Enéas tinha 20 anos. Estávamos juntos há três anos, namoro e noivado. Todo mundo achava estranho a seriedade com que encarávamos nossa relação.

Em 26 de janeiro de 1980 "contraimos" nossas núpcias. Estranha palavra, não é mesmo? Talvez seja melhor outro chavão "trocamos as alianças". E enfrentamos a realidade dos "felizes para sempre". O que é viver apaixonadamente a vida e a dois - como um só?
Anos 80, final dos 70. Estávamos no auge da "dancing days", da "discoteque", de "os embalos de sábado à noite" (Bee Gees, Jhon Travolta, Olívia Newton-Jhon), coisas e tal. Namoros, brilhos até nas meias listradas, seduções, emoções mil, músicas, rivais, corpos dançantes, contagiantes, pulantes, felizes. Tinhamos um "maverick" vermelho e com som alto, nosso primeiro carro. Nada de exageros em drogas lícitas ou a "tentação" das ilícitas - pelo contrário, sentíamos repugnância.



Sabemos que o "felizes para sempre" é uma construção diária, como a arte de educar, tarefa que "mobiliza disposição e constante transformação", as últimas palavras vieram da querida amiga Adrianne Ogêda me felicitando na passagem deste ano e que me ensina a desacelerar em suas múltiplas e belas viagens.

Tomamos nosso café da manhã especial junto com minha mãe muito feliz que, então, disse ter
sonhado com meu pai, falecido em 1989, e que havia vindo nos visitar e a beijado nesta noite. Nossa filha Lígia, de 26 anos, estava muito feliz à mesa, os cachorrinhos "salsichinhas" eufóricos por estarmos saboreando uma bela cesta de café da manhã presenteados pela nossa filha Lorena, de 28 anos, que está em Marabá, distante de Belém a 485 Km.

Hoje para nós um dia especial, ouvimos na TV, a Ana Maria Braga entrevistando Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça, que completaram 50 anos de casados em julho de 2009. A atriz Taís Araújo, Helena de "Viver a Vida", fez o seguinte comentário: "a nossa geração hoje desiste muito fácil um do outro".

Foi mais um presente para nós também. Somos felizes e superamos alguns olhares ou desconfianças pelo fato de estarmos juntos assim há tanto tempo. Éramos jovens quando nos conhecemos. Eu tinha 14 anos e ele 17 anos. E daí? O amor é genuíno. Deu certo. Construir felicidade na rotina é algo que nos faz bem. Monotonia está em não saber levar a relação. O sentimento da paixão acaba e o que resta? Aprendemos a lidar com o temperamento um do outro. Sabedorias milenares do amor. Divinamente humanos.

O amor nunca está fora de moda e em qualquer época. Quantos felizes para sempre foram ressignificados? Brindamos ao que chamam de tradicional e sem preconceito. Viva a diferença! Quantas histórias de amor bem-sucedidas existem por aí e sem ser "água com açucar".

Viva o amor!


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13 comentários:

  1. Parabéns, pela caminhada lado a lado , unidos por um unico objetivo, SER FELIZ! Que Deus abençoe esta união por mais 100 anos. Espero chegar aos 30 anos de casada com meu maridão também!
    Abraços,
    Roberta Hage.

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  2. Rocio e Enéas,
    Bela trajetória!
    Parabéns.
    Um beijo,
    Stella Pessôa

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  3. Parabéns ao casal! Um relacionamento assim é exemplo para todos e fico realmente feliz em presenciar uma comemoração desse tipo. Meus avós maternos chegaram a completar 50 anos de casamento e foi uma festa em família maravilhosa. Até hoje me lembro dessa data.
    Abraços,

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  4. Olá Rocio,
    Foi muito bom ler esse post, mostrou sua humanidade, coisa que poucos ainda tem. Acredito que de vez em quando devemos fazer uma matéria assim para mostrarmos que somos de carne e osso.Parabéns pelo casamento feliz! Gostei muito do sino no Blog. Prof.Eric.

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  5. Parabéns, Rocio! É bom ver que não somos ETs nessa loucura de mundo - rsrsrsr. Eu me casei aos 19 anos. Em dezembro deste ano completaremos 20 anos de casados, 22 de namoro. Temos uma filha de 15 e um filho de 11. Dia a dia construimos nossa felicidade.
    Beijinhos

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  6. Maria, hoje em dia, radical mesmo, super revolucionário, é quem mantém um casamento tão longevo, não é mesmo?! Me emocionei com seu depoimento pois, como você, também acredito muito em "não desistir fácil assim do outro". Também sou casada e entre namoro e casamento lá se vão mais de vinte anos. É um desafio ser casado e ser vivo, ou seja, não entrar na zona de absoluto conforto e continuar crescendo e vendo o outro como "legítimo outro" como nos ensina Bakhtin e Geraldi.
    Acho que um dia temos que nos conhecer, viu? amizade virtual que tem cara de amizade presencial. Um beijo especial com muita alegria por você ter compartilhado sua linda história conosco.

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  7. ai, ai, ai ... eu queria "copiar" suas borboletinhas voando... gostei tanto... se importa?

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  8. Ora Adrianne!
    As borboletinhas estão disponíveis no mundo virtual. Aproveite-as vão ficar lindinhas por lá também! O significado que representam tam tudo a ver com a idéia do cotidiano ressignificado. O Tradicional neste caso é um tremendo desafio e especialmente maravilhoso! Adorei os comentários!

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  9. Parabéns, pelo lindo post, pela linda história de vida que, compartilhando na web, semeia bons exemplos pra gerações de hj e sempre. Vc se imortaliza na web com td o que escreve. Me emocionei (galho fraco pra uma "manteiga derretida") pq sua história se parece demais com a minha, impressionante! Um forte abraço!!

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  10. Realmente os jovens desistem muito rápido do outro. Meu pai quando falesceu tinha 43 anos de casado com a minha mãe. Difícil de ver uma coisa dessas hoje em dia.
    Gostei da história e parabéns.
    Beijo grande.

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  11. Boa tarde, minha querida amiga
    E viva o amor ! Hoje em dia a moda é ficar... eu fico
    Respondendo ao seu comentário, recebo lendas de todos os meus antigos alunos. Gosto de trabalhar com os populares porque não precisa ficar queimando a pestana atrás da autoria. Eu leio tanta coisa mal escrita na internet que é de aterrorizar. Chego a conclusão que é por isso que as pessoas não se interessam por ler, como entender algo tão mal escrito, fruto de copia e cola ?
    Procuro dar uma outra roupagem as lendas, algumas muitas são da minha infância, contadas pela minha avó materna. Adorava ouvir. E aos poucos, conforme vou lembrando, procuro reescrevê-las.
    O post de hoje é sobre o Berimbau.
    FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja Bom domingo para você.

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  12. Boa tarde, minha querida amiga.
    mais uma vez venho parabenizar por esta relação tão especial nos dias de hoje. Aproveito para dizer que hoje estou com um pouquinho de literatura africana no meu blog, uma de minhas muitas paixões.
    Desejo uma boa semana.
    Beijo grande.

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  13. Professora, Rocio!O seu texto é quase uma terapia de casal, de tão gostoso de ler!É MARAVILHOSO saber que ainda existem casais apaixonados como vocês!A sua história fica, com certeza, como referência para mim. Estamos Daniel e Eu) no início do nosso "conto de fadas" e já deu pra perceber que sem amor, paciência e companheirismo constantes nada é possível!
    Parabéns pelas bodas e que venham muitas outras!!!
    Felicidades!!

    Cristina Raiol

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