Entre pilhas de livros, baú aberto de ideias abertas, fruição pedagógica, didática destilando, o esvair-se que se vai misturando e me faz pensar naqueles que estarão comigo dentro em pouco, na troca de olhares e tantos dizeres, aprendendo a re-olhar as não-aprendizagens, mas tomando como referência também a si mesmo nos processos do aprender. Nessa expectativa da hora de estar com eles, uma vez mais, volto a sonhar diante dos interstícios de realidade e cotidianeidade a nos permear.
Daí vem a esperança do novo - na interação.
Animada pelas respostas dos colegas e suas congratulações enviadas e recebidas ainda nesta manhã, através de e-mail direcionado, sobre esse processo gravídico e que me torna a pensar ser a mais feliz das criaturas resolvi aqui postar o que a eles enviei... como tantos outros em alguma de suas passagens. Sou mãe duas vezes. Talvez pense estar fugindo do tema do blog ou recriando estilo.
Recoloco aqui, porém, com nuances nesta roupagem distintas e necessárias, buscando a clareza do discurso:
Reinicio hoje as aulas da Pós-Graduação depois de um pouco mais de um ano afastada da função. Fui chamada pela instituição de ensino superior na qual trabalhava, mesmo que tenham deslizado na prestação de contas. Tudo resolvido. Melhor ainda o convite recebido. Revigorando a estima.
Pela dificuldade que hoje ainda estou acometida, devido a cirurgia nos joelhos e o tempo relativamente longo da recuperação, espero que seja temporária ao que falta normalizar nessas caminhadas e flexibilidades, abriram-me por lá espaços de acessibilidade e possibilidades, até porque liberada pelo médico a trabalhar - ainda dentro dos limites.
Volto feliz até porque inicio a nova turma com o módulo de "Fundamentos da Psicopedagogia". É a sexta turma da instituição em Psicopedagogia, e a sexta turma que lá estou.
O resgate inicial é sobre a autonomia e a autoria - através do "quem somos nós" que advém da questão: "qual é o seu nome e como você gosta de ser chamado" - aspectos vocacionais que se misturam e atravessam sentimentos, afetividades e sede de conhecimento. Pois, "só conhecemos com o outro". E logo adiante a construção do boneco de si mesmo, com elementos que qualificam e mostrar-se-ão ao outro - na relação vivida-percebida-concebida (aspectos do psicodrama).
A pedagogia atua no campo da ensinagem (métodos e estratégias de ensino), a Psicologia no campo do desenvolvimento da psique humana, a Psicopedagogia não se dedica a problemas psicológicos ou a conteúdos programáticos.
O que pode ensinar é sobre a tarefa primordial do diagnóstico - que é resgatar o amor!!!
Como educadores (educa-a-dor) carregamos nas tintas do desamor, das queixas... Pouco analisamos sobre o que falta, onde o saber-sabor se evidencia, onde está e onde o amor bem ali é resgatável, pensável que nos escorrega ao nível dos impensáveis ou não-pensáveis.
É o fio da vida de Ariadne em seu símbolo que acolhe, inspira e direciona Teseu a seus principais objetivos (na parceria, na mediação), lá se foi solitário na jornada heróica... depois resgatada pelos desejos e êxtases de Dionísio, que ensinou a bondade sem abrir mão do prazer e da auto-estima...
Lição revisitada e que nos leva às saídas necessárias do labirinto que nos encontramos em determinadas situações. A compreensão nos faz humanos, o auto-conhecimento advém desse resgate, do (re)encantamento.
Trago aqui as músicas que nos acordam diante dos impensáveis e nos faz percorrer o território das aprendizagens:
"Todos os dias quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
(...)
Nosso suor sagrado
É mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem! Selvagem! Selvagem!
(...)
Somos tão jovens...
Tão jovens! Tão jovens!"
(Tempo perdido - Renato Russo)
"Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei...
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem...
Tem gente que está -
Do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar...
(...)
Confie em si mesmo...
Quem acredita
Sempre alcança...
(Mais uma vez - Renato Russo e Flavio Venturini)
Mas, a gente pode resgatar pelo amor. Essa é a função do diagnóstico. Nossa persistência nas aprendizagens da Vida: [no que chamo, vivo e clamo - e por conhecimento de Hugo Assmann e Humberto Maturana] - nas Aprendências!
Assim sou e estou...
As imagens, que aqui aparecem, retratam um de meus retornos à Terra Natal, em passeio pela Estrada da Graciosa, no litoral paranaense. A imagem 1 é de uma das formações na escola em 2007 e a imagem 2 referente a uma das aulas na graduação de "Fundamentos da Alfabetização".
Que bom querida te ver de volta nas rodas da vida... um beijo!
ResponderExcluirOi Drika,
ResponderExcluirSonho pode estar como você, fazendo Yoga, a posição de lótus acho que vai demorar mais um pouco... rs!
Com energia vindo de amigos como você, deixa-me mais forte ainda. Outro beijo!
Oi, Maria
ResponderExcluirNada como voltar às atividades depois de um afastamento forçado.
Fico feliz por ti. =))
Forte abraço
Olá!
ResponderExcluirAgradeço como sempre...
Cabe aqui releitura de Gil
"Plural de quantum
Quando quase não há
Quantidade que se medir
Qualidade que se expressar
(...)
Fragmento infinitésimo
Quase que apenas mental
Quantum granulado no mel
Quantum ondulado do sal".
E na mesma medida,
Outro Forte Abraço!