Corpos relacionais declaram autoria, revisitam cenas do cotidiano, traduzem dizeres, clamores e delas pulsões criativas emergem. Assustam? A interação responde. Por ali, em suas representações, vão incorporando emoções e sentimentos, talvez reconhecendo o olhar dramático que pode até mudar a conduta, a sua vida... Esperanças acenadas, requerem mediações pedagógicas.
- Percebemos nos slides a mudança de perspectiva do desenho frontal ao leitor - o que corresponde a 2.5% dos 710 alunos da escola que vivenciaram pedagogicamente essa dialogia temática.
Nos slides abaixo, a "intuição criativa" vai redimensionando o corpo e na escola encontramos essa forma de ver em 2.1% dos alunos que se situam no intervalo entre a exibição do corpo frontal e a interação dos personagens de sua história.
Por que é mais difícil encontrar representações que enfoquem alternativas viáveis, entre desenhos de alunos, para solucionar o problema? A dor, o drama, o sofrimento, a raiva, a vingança, a desesperança parecem ser ainda mais fortes em suas lembranças e simbologias. O número das boas ideias é bem menor, corresponde a 1,2% dessa amostra da escola e na tentativa primeira de acercar o tema bullying e sua relação com a cultura da paz e a educação do sensível.
Utilizamos nas dinâmicas os filmes "Ponte para Terabítia" (ensino fundamental) e "Bullying - Provocações sem Limites" (ensino médio) e o livro "A Semente SOS Floresta" (da editora Autêntica) em quatro sessões diferentes.
Questões relacionadas e a incorporar na análise...
A folha horizontal evoca o olhar relaxado, tranquilo, aberto, criativo... Lembra caderno de desenho, folha para desenhar, pintar, imaginar... Ampliar saberes e potencializar linguagens.
A folha vertical mostra o lado da escola, da escrita requerida, semelhante aos cadernos de escrever, modelos de verticalizar o conhecimento, aprofundar saberes.
Dentre 710 alunos somente 28% usaram a folha na horizontal. Nessa amostra, o alunado vai do 3º. ano do Ensino Fundamental ao 3º. ano do Ensino Médio.
Turmas inteiras do Ensino Médio, adultos que freqüentam a EJA, a maioria dos jovens ou adolescentes encontrados entre crianças nas séries menores, todos esses optam por usar a folha na vertical... esqueceram-se do desenho, da linguagem figurativa, simbólica, de creditar nessa sua própria habilidade de dizer, esgotaram o desenho nos bancos escolares. Afinal, desenhar é coisa de criança que não sabe ler. Ou porque talvez continuem desenhando a mesma árvore, a mesma casinha, a mesma boneca, a mesma flor de quando tinham seis anos de idade. É possível que tenham desistido de aperfeiçoar seus traços.
Podemos resgatar a habilidade de ilustrar, revisitar nossos desenhos esquecidos no tempo, resgatar a própria autoria através da imagem, compor com a escrita um pensamento mais dinâmico, multimodal, criativo, alternativo...
É tempo de multimídia: jogo, teatro, dança, modelagem, marionetes, desenho, fotografia, bricolagem, escrita, música, tecnologia - quantas habilidades a encantar os alunos, cooperar na ampliação de potenciais, linguagens múltiplas que interagem com os conteúdos escolares e combinam com os letramentos múltiplos, assim requer de nós educadores, o exercício da transposição didática para flexibilizar e facilitar a compreensão. Conversas que se desencadeiam e se desdobram através de questionamentos reconstrutivos, de se dispor e se deixar compor no conjunto, principalmente, do "saber" que aprende a ouvir o aluno e a motivar textos multimodais.
É a nossa sustentabilidade que passa e é potencializada pela educação do sensível, chave para a perspectiva crítica, transformadora e emancipatória da educação ambiental.
- O que os alunos nos dizem através de seus corpos relacionais?
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