Esta combinação faz as crianças aprenderem com muita vivacidade
e imaginação a partir da própria escola e a mediação pedagógica importante de
sua professora. As imagens aqui apresentadas dão a dimensão pedagógica
possibilitada nas aulas de artes visuais de nossa escola: um show de sensibilidade
e conhecimento da professora Cintya Moraes. Isto é educação ambiental.
O nosso currículo pretende ajudar as crianças a ver o mundo
com curiosidade e admiração, aumentando a sua sensibilidade com relação à
natureza, assim como a sua expressividade ao reagir ao meio ambiente – sua morada
neste cantinho da biosfera aqui na Ilha de Caratateua e a partir de nossa
escola que fica num belo bosque. Neste trabalho de arte se traduz um pouco de
nossas referências ambientais – “alunos felizes” (Snyders, 1988).
E assim nos inspiramos em muitos autores, nesse processo
múltiplo das aprendências e por ele a relação de interdependência vivida nesse
fazer-se interdisciplinar, permeados pela educação ambiental, como bandeira de
nossa escola. As seguintes palavras chaves fazem parte dessa nossa leitura de
mundo compartilhado: o "sentido do outro", a "curiosidade" (Paulo Freire), a "tolerância" (Karl Jaspers), a "estrutura de acolhida" (Paul Ricoeur, o "diálogo" (Martin Buber), a "autogestão" (Celestin Freinet, Michel Lobrot), a "desordem" (Edgar Morin), a "ação comunicativa", "o mundo vivido" (Jürgen Habermas), a "radicalidade" (Agnes Heller), a "empatia" (Carl Rogers), a "questão de gênero" (Moema Viezzer, Nelly Stromquist), o "cuidado" (Leonardo Boff), a "esperança (Ernest Bloch), a "alegria" (Georges Snyders), a unidade do homem contra as "unidimensionalizações" (Herbert Marcuse) etc.
Elegemos as imagens da ação pedagógica que nos traduzem um pouco... Ações, atos e teias de encantados aprendentes que buscam como nós reencantar a
educação, e a chamar por aqui Hugo Assmann.
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Planta e formiga nos chamando a re-olhar movimentos,
bem lá perto do laguinho da nossa escola. |
Nessa análise visual, no espaço da escola, os alunos buscam criar em sua volta um novo ambiente através de suas novas formas de observação. Suas redescobertas:
- "achei um 'ninho' de formiga" (aluno do 2o. ano);
- "parece uma casca de besouro seco!" (aluna do 2o. ano);
- "olha é bem redondinha essa folha que eu achei!" (aluno do 2o. ano);
- "essa folha é bem vermelha, é bonita!" (aluno do 5o. ano);
- "encontrei uma folha comprida" (aluno do 2o. ano).
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Experiência estética no bosquinho da nossa escola. |
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Processo de re-construção do olhar - alunos do 2o. ano |
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Aprende-se a conviver, a envolver-se com entusiasmo, a percorrer com o olhar
o espaço ocupado e desvendar seus signos nas mais diversificadas interpretações.
Aprendizado mútuo a estreitar ligação do ensino-aprendizagem! |
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Criação de situações de intensa alegria - a arte na escola recolorindo de sentido abrangente
pedagógico e sensitivo o desenvolvimento das potencialidades das crianças |
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Contextualizando a realidade vivenciada do aluno
poderemos entender melhor sua capacidade de comunicação |
Motivo de integrar arte no currículo da nossa escola: "seja pela literatura ou pela poesia, pelas artes visuais, dramáticas ou musicais, dificilmente existe algo mais eficaz do que a arte para desenvolver e aperfeiçoar a capacidade natural da criança de reconhecer e expressar padrões" (Fritjof Capra, 2006, p. 50).
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Repetição de formas e texturas qualificam a expressão visual das imagens
que a natureza pode nos proporcionar em sua simplicidade e grandeza. |
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As crianças podem usufruir do bem estar da nossa escola exercitando seus sentidos.
Este cogumelos foram encontrados no bosquinho. A visão exercitada ajuda a recriar o simples
traçado no papel, com lápis de cor, e conjugar proporções expressivas e surpreendentes. |
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Arte óptica e seus efeitos visuais de Victor Vasarely (1908-1997),
movimento, ritmo e equilíbrio a mexer com as crianças... |
A textura visual em seu geometrismo faz com que as crianças se divirtam interagindo com a imagem entre si mesmas, dialogando:
- "eu vejo um labirinto" (aluno do 3o. ano);
- "é um caminho até o fim do mundo" (aluno do 3o. ano).
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Percepção visual do aluno de 9 anos do 3o. ano |
Conversando sobre a produção do colega:
- "pode ser várias minhocas" (aluna do 3o. ano);
- "eu vejo muitas montanhas" (aluno do 3o. ano);
- "são as ondas da praia" (aluna do 3o. ano).
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Cor e Luz e suas múltiplas relações... |
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Diálogo plural e experiência estética ajuda a redescobrir as flores da majestosa Piquiarana,
cuja árvore alcança até 35 metros de altura, e estavam ali perto do auditório da nossa escola. |
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Releitura dos alunos do 4o. ano: linhas, formas, cores e texturas... |
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A tridimensionalidade provoca uma nova textura tátil,
são os movimentos do olhar na ordem-desordem, recombinado o claro-escuro |
Segundo Pamela Michael (apud Stone e Barlow, 2006, p.143): "as crianças são especialistas em criar visões de lugares que elas viram apenas na imaginação - lugares que ganham realidade pelo ato da criação", assim as crianças dialogam com a professora, as outras crianças e os diferentes "endereços ecológicos" que se misturam na nossa escola, a Escola Bosque de Outeiro (Belém-Pa), como é carinhosamente conhecida.
Referências
- Assmann, Hugo. Metáforas novas para reencantar a educação: epistemologia e didática. Piracicaba, SP: Unimep, 1996.
- ______. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 9 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
- CAPRA, Fritjof. Falando a linguagem da natureza. In: STONE, Michael K.; BARLOW, Zenobia (Org.). Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Cultrix, 2006. (p. 46-57).
- MICHAEL, Pamela. Ajudando as crianças a se apaixonar pelo planeta Terra: educação ambiental e artística. In: STONE, Michael K.; BARLOW, Zenobia (Org.). Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Cultrix, 2006. (p. 142-156).
- SNYDERS, Georges. A alegria na escola. São Paulo: Manole, 1988.
- ______. Alunos felizes: reflexão sobre a alegria na escola a partir de textos literários. 3 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.