Leitura é cobrança? É exigência de ensino? Ou estamos mais preocupados em re-olhar as situações de leitura a que os alunos estão expostos. Ler para gostar de ler. O aluno escreve mal porque lê pouco. Outra questão que nos chama a atenção: quem cria um blog e o mantém? Quem pratica a leitura, dialoga com seus colegas, tem a sensibilidade à flor da pele.
Por que escrevo isso? Bem, hoje me deparei com um questionamento da colega Natânia do Grupo "Blogs Educativos", após ter trabalhado nos três turnos da escola. E cheguei até o seu "Brasil: História e Ensino" e no post referente deixei um comentário colocando outras reflexões acerca de sua inquietação sobre o vocabulário dos alunos, e o desânimo pela talvez "impotência" diante do vivido, uns cinco minutos que temos de vez em quando, mas, que nos impelem a buscar alternativas. Assim nascem importantes e significativos projetos pedagógicos.
A escola é o lugar privilegiado para o ensino da leitura e escrita e esse é um compromisso de todas as áreas e não específico de professores de Letras. Ela é de História. Daí a importância de desenvolvermos projetos interdisciplinares cujo tema/problema da leitura transversaliza. E ao final, o que queremos? Conseguimos mudar o quadro? É mérito de quem? De um conjunto de educadores.
Podemos dizer que na escola aprendemos por duas vias: a aprendizagem das utilidades que nos dão meios para viver e a aprendizagem das fruições que nos dão razão para viver. É o currículo da vida!
Geralmente, alunos da EJA, querem aprender conteúdos relacionados à praticidade, às coisas da vida real. O que significa discutir, segundo eles, sobre comércio, dinheiro, compra, venda, lucro, qualidade e quantidade de mercadorias... O ensino parte daí do interesse deles.
Mas, qual é o nosso contraponto e maior desafio? É despertar o que eles ocultam, tem medo ou se inibem. A vida fê-los muitas vezes fugir da poesia, do encantamento, das fruições, da liberdade do espírito, dos processos criativos.
Podemos aliar, a partir de seus interesses, temas dos desejos e apimentar/adocicar/renascer sentimentos e emoções ocultas. A educação para a sensibilidade remexe e desperta outros sentimentos, revigora expectativas e perspectivas de vida.
"Pau que nasce torto morre torto"? Talvez não olhemos mais como fatalismo as palavras de Saint-Exupéry, e consigamos enxergar a pulsão que elas nos encaminham: "Ninguém te sacudiu pelos ombros quando ainda era tempo. Agora, a argila de que és feito já secou e endureceu e nada mais poderá despertar em ti o místico ou o poeta ou o astrônomo que talvez te habitassem".
A argila nos possibilita uma excelente terapia, o toque, o amassar, a temperatura, a mistura, a forma, as possibilidades e suas venturas. Vamos modelar nossa aprendizagem? Vamos remodelar nossos sentimentos? Vamos dar vida às leituras? Ao tom da nossa voz leitora? Quantas releituras!
É o amor pelo poema que faz com que o amado se depare com a necessidade de escrever para sua amada e aprender literatura. É o olhar das estrelas e o mistério que cobre o enigma do universo, a pretensão de descobrir o manto sagrado que nos envolve que provoca o desejo e a vontade de estudar astronomia. A ciência das ciências. A ciência de todos os tempos. A base da filosofia surge quando o homem deixa de olhar o chão que pisa e ergue a cabeça para os céus e abre um gostoso "OOOHHHHHH!!!!!!".
A leitura das estrelas nos faz olhar o chão sob nova perspectiva. Além do "Ivo viu a uva", a leitura desse chão não nos afastará de sonhar com o vôo dos pássaros, da águia que perde suas penas, bico e unhas depois de velha, e renasce bela e formosa.
É tempo de ler, revisitar leituras e alcançar novas outras. É tempo de projetos na escola que dinamizem a leitura por utilidades mas que possibilitem a leitura da fruição.
Ensinar é objeto do amor! Os blogs e as conversas entre colegas nos dão motivos para mais dizer e amar o ofício da leitura e da escrita porque nela buscamos estar com outros... E nessa corrente aprender! Vamos continuar fluindo juntos nessa virtualidade da vida. Somos virtuosos. Por que não? As estrelas continuam aí no manto sagrado. Vamos revigorar nosso chão? Revitalizar o entrelugar e descortinar o chão de estrelas?
Por que escrevo isso? Bem, hoje me deparei com um questionamento da colega Natânia do Grupo "Blogs Educativos", após ter trabalhado nos três turnos da escola. E cheguei até o seu "Brasil: História e Ensino" e no post referente deixei um comentário colocando outras reflexões acerca de sua inquietação sobre o vocabulário dos alunos, e o desânimo pela talvez "impotência" diante do vivido, uns cinco minutos que temos de vez em quando, mas, que nos impelem a buscar alternativas. Assim nascem importantes e significativos projetos pedagógicos.
A escola é o lugar privilegiado para o ensino da leitura e escrita e esse é um compromisso de todas as áreas e não específico de professores de Letras. Ela é de História. Daí a importância de desenvolvermos projetos interdisciplinares cujo tema/problema da leitura transversaliza. E ao final, o que queremos? Conseguimos mudar o quadro? É mérito de quem? De um conjunto de educadores.
Podemos dizer que na escola aprendemos por duas vias: a aprendizagem das utilidades que nos dão meios para viver e a aprendizagem das fruições que nos dão razão para viver. É o currículo da vida!
Geralmente, alunos da EJA, querem aprender conteúdos relacionados à praticidade, às coisas da vida real. O que significa discutir, segundo eles, sobre comércio, dinheiro, compra, venda, lucro, qualidade e quantidade de mercadorias... O ensino parte daí do interesse deles.
Mas, qual é o nosso contraponto e maior desafio? É despertar o que eles ocultam, tem medo ou se inibem. A vida fê-los muitas vezes fugir da poesia, do encantamento, das fruições, da liberdade do espírito, dos processos criativos.
Podemos aliar, a partir de seus interesses, temas dos desejos e apimentar/adocicar/renascer sentimentos e emoções ocultas. A educação para a sensibilidade remexe e desperta outros sentimentos, revigora expectativas e perspectivas de vida.
"Pau que nasce torto morre torto"? Talvez não olhemos mais como fatalismo as palavras de Saint-Exupéry, e consigamos enxergar a pulsão que elas nos encaminham: "Ninguém te sacudiu pelos ombros quando ainda era tempo. Agora, a argila de que és feito já secou e endureceu e nada mais poderá despertar em ti o místico ou o poeta ou o astrônomo que talvez te habitassem".
A argila nos possibilita uma excelente terapia, o toque, o amassar, a temperatura, a mistura, a forma, as possibilidades e suas venturas. Vamos modelar nossa aprendizagem? Vamos remodelar nossos sentimentos? Vamos dar vida às leituras? Ao tom da nossa voz leitora? Quantas releituras!
É o amor pelo poema que faz com que o amado se depare com a necessidade de escrever para sua amada e aprender literatura. É o olhar das estrelas e o mistério que cobre o enigma do universo, a pretensão de descobrir o manto sagrado que nos envolve que provoca o desejo e a vontade de estudar astronomia. A ciência das ciências. A ciência de todos os tempos. A base da filosofia surge quando o homem deixa de olhar o chão que pisa e ergue a cabeça para os céus e abre um gostoso "OOOHHHHHH!!!!!!".
A leitura das estrelas nos faz olhar o chão sob nova perspectiva. Além do "Ivo viu a uva", a leitura desse chão não nos afastará de sonhar com o vôo dos pássaros, da águia que perde suas penas, bico e unhas depois de velha, e renasce bela e formosa.
É tempo de ler, revisitar leituras e alcançar novas outras. É tempo de projetos na escola que dinamizem a leitura por utilidades mas que possibilitem a leitura da fruição.
Ensinar é objeto do amor! Os blogs e as conversas entre colegas nos dão motivos para mais dizer e amar o ofício da leitura e da escrita porque nela buscamos estar com outros... E nessa corrente aprender! Vamos continuar fluindo juntos nessa virtualidade da vida. Somos virtuosos. Por que não? As estrelas continuam aí no manto sagrado. Vamos revigorar nosso chão? Revitalizar o entrelugar e descortinar o chão de estrelas?
Oi, Maria!
ResponderExcluirAgradeço seu comentário no blog. Acho que temos um desafio muito grande atualmente e tente a ficar maior. Imagino se os novos professores que estão saindo agora do meio acadêmico têm idéia da grande dificuldade que irão encontrar no seu ofício. Antes dizia-se que a educação ia mal por falta de acesso à meios de comunicação, livros e mídias. E agora que as temos? Qual é problema? Acho que só podemos encontrar a raiz do problema e buscar soluçãoes através do debate e da troca de experiências. Mesmo assim, vejo a relutância de muitos colegas nesse sentido. Enfim, o nosso ofíco tem apresnetado novos desafios, me pergunto se estamos prontos para eles.
Muito bonito o que escreveste! Um desafio nosso, como educadores, é justamente despertar nos outros o prazer de ler, por simples prazer mesmo. Ler para para refletir, para se divertir, para chorar, para descobrir, para sentir a vida!
ResponderExcluirMuito bacana seu blog! O vi no blog na Adrianne. E estarei te acompanhando,tá?
Bjs e sorrisos,
Isabele.
Olá Maria!
ResponderExcluirPor coincidência estava escrevendo um post sobre o incentivo da leitura, pois sinto que o desafio é muito grande na escola e que as tecnologias podem tornar as primeiras experiências das crianças neste mundo de sonhos e encantos bastante atrativos. Penso que devemos ler e ensinar a ler por prazer não como um instrumento pedagógico.
Maira Miranda
http://profmairatarrago.blogspot.com
Natânia. Isa e Maira!
ResponderExcluirA leitura é um tema instigante e apaixonante, e o que é melhor faz parte do mundo feminino, a entrega, o deleite, a fruição, a criação, a intuição, o deixar-se, o descobrir-se mais pelo e com o outro. Há algo que vem inquietando, é pelos números atuais da escola, por que as mulheres resistem mais ao ensino e os meninos sentem mais dificuldades nas aprendizagens. Bobagem? Os números falam muito que isto é uma questão de gênero e será a próxima postagem minha. Algo que estou vendo no ensino médio e na EJA da escola em que atuo como coordenadora. Muito legal tê-las por aqui contribuindo com a discussão em favor da leitura e dos intertextos. Vou passar por lá!
Abraços!
Já dizia Paulo Freire. Bela postagem, amiga.
ResponderExcluirEstou sem internet tendo que apelar para lanhouse, coisa que não gosto muito. Por isso a minha ausência.
Beijo grande.
Que texto magnífico! Quantas letras atapetando o caminho para que o meu caminhar seja mais suave! Obrigada!
ResponderExcluirOlá Julieta!
ResponderExcluirQue prazer enorme em conhecer uma leitora como tu também sensível e que atapeta nosso caminhar, me fez voltar e contar um ano e oito meses dessa postagem... adoro reler e mais saber que essas linhas virtuais também ajudam as pessoas a se reencantar e reinventar as trilhas da escrita.
Até! ;D o/