A horta da escola foi concebida para ser um espaço de vivência e observação, troca de saberes e experimentações de ideias, olhares, toques, pitadas, pitecos e sabores entre crianças de todas as idades, professores de todas as áreas, as famílias do alunado e funcionários que também atuam nesse espaço pedagógico, além de novas experimentações e da conversa espichada com visitantes ou outras escolas.
Do espaço concebido surgiu o projeto “Horta do Conhecimento”, como uma teia adubada de múltiplos sabores e saberes, tecido e continuamente ressignificado pelas professoras Aida e Mary, desde 2006.
A característica do projeto é se misturar aos projetos pedagógicos das salas de aula e convidá-las a expandir suas paredes também para o espaço da horta. Paredes imaginárias. Campo aberto. Interações aprendentes.
No cotidiano desse ir e vir, sala-horta, percebeu-se que o caminho das trilhas era também espaço de conhecimento, pois, integrava os dois ambientes pedagógicos, e aos poucos, ganhou identidade própria, pois, aqui, ali e mais adiante emanam cheiros de mato, terra, vida, percebem-se movimentos de bichos diferentes, do tempo das plantas, da associação climática, dos brinquedos, dos cantos e das poesias, mas também de suspenses e medos das releituras da mata que perfilam imaginários e desfilam-se em textualidades viradas de páginas vívidas e delineadas pelas turmas de educação infantil e séries iniciais, atendidas e mediadas pelas professoras.
Recoloco aqui algumas imagens sequenciadas destes movimentos singulares, ímpar de quem nelas se percebe:
- Por que o simples pode ser tão complexo?
(ops! uma frase-questão de efeito?! não sei por que mas me lembrei de minha cachorrrinha Kika, daschund / salsichinha, quando sabe que fez travessura e daí vem ela de mansinho, na minha direção, com a barriga arrastada no chão, feito uma jacaré, ah! e com o rabo entre as pernas, chega assim bem próximo a meus pés, vira de barriguinha para cima e balança o rabo de um lado a outro como que rebolando, rsrsrs!). Dá para ficar séria? Lembro do rosto das crianças em sala de aula e dava risada com elas. A amizade é mesmo uma coisa séria!! Rir das travessuras é perder autoridade? Tudo depende do jeito que a gente é.
Ao chamar a complexidade, dentre minhas sempre novas aprendências - nem sempre novidade ou mudança, mas, muitas vezes busca de melhor compreensão -, resolvi por aqui trazer Morin, para falar um pouco mais desse meu estado de apetência - de sempre aprender -, pois, me nutro atenta e alerta para o essencial e o autêntico, o frugal e o desfrute, e como Ele, com as devidas reservas e licenças...
"...não sou daqueles que têm uma carreira, mas dos que têm uma vida (...) Passei ao largo dos amores, ainda que não tenha podido viver sem amor: diria até que, sem alta combustão amorosa, eu não teria jamais tido coragem de escrever La Méthode”. (MORIN, 1997, p. 9).
(...) Esperanças mil e paixão de aprender - com as crianças e em nome da Alegria. Sejamos sempre muito felizes!
Referências
MORIN, Edgar. Meus demônios. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1997.
Imagem 1: http://jc-etc.blogspot.com/2009/02/tentacao-da-maca.html
Ai o contato com a terra... nos renova a sensação de ser parte do planeta. As vezes, parece que nos esquecemos... beijos querida, a saúde, está bem?
ResponderExcluirOi, Maria
ResponderExcluirVendo as crianças me deu saudades do tempo que trabalhei em escola.
Que projeto bonito e, acredito, mais eficiente do que tentar ensinar o mesmo conteúdo na sala de aula.
A criança no seu devido lugar, no meio da natureza, corpo e alma livres, vivenciando as cores, sons, texturas e sabores.
Em relação aos sabores, estamos precisando repensar e adotar hábitos mais saudáveis de alimentação. E mais que isso, transmitir esses hábitos.
Saio do Aprendências, como sempre, mais rico de saberes e esperanças de que a Educação ainda tem uma saída.
Um imenso abraço!
Pois é Adrianne!
ResponderExcluirAs crianças ficam bastante entusiasmadas com todo o processo de mexer com a terra, ver a semente brotar,a acompanhar o desenvolvimento da planta, conhecer os segredos da terra e participar da festa da colheita com música, danças, comilanças preparadas também pelas mães ou pais, que colhem saberes, servem seus filhos e participam de novos hábitos alimentares...
Muito entusiasmo reeditado! Mas sempre único a cada um deles.
Eu estou bem, craque na fisioterapia e aceitando as infiltrações mensais nos joelhos para melhor aprender a lidar e superar limites, além de me energizar com os projetos pedagógicos que fervilham na escola.
Muito bom tê-la aqui, adoro o "mevitevendo"!!!
Ei Max!
ResponderExcluirEstamos mesmo num tempo de aprender na prática, ou na marra, o que é ser um sujeito ecológico, não apenas consciente, aquele que sabe porque aprende a se relacionar com o meio, de maneira interdependente, assim como na medida que aprende novos hábitos, aprende a "reeducar-se" no cotidiano, o que é mais difícil. Mas, sobretudo, descobre a alegria de participar de um mundo mais solidário e preocupado com a nossa qualidade planetária.
É o contato com a terra desde pequenino que essa satisfação vai delineando e equilibrando nossa temperatura e ressignificando nosso corpo relacional... Como professores nos energizamos nessa profusão expressiva e criativa das múltiplas linguagens.
Outro imenso abraço!
Ah, esses nossos amigos caninos! O que seria do homem sem eles? Parece que estou vendo a Kika fazendo suas travessuras e depois se arrastando de barriga, com aquele olhar que desarma qualquer intenção de bronca...rs
ResponderExcluirQue Deus te ouça e que possamos ser felizes, Maria!
Bjs
Max, imagino o quanto também gosta do teu anjo de quatro patas. E sobre ser feliz por aí, finalzinho de inverno: "olhai os lírios do campo... E as aves do céu". Tempo de mais alegria!
ResponderExcluirOutros Bjs!
Oi, Rocio. Beleza de postagem. Sempre sonhei em ver hortas nas escolas.
ResponderExcluirFranz
Ah, educação ativa, formação cidadã, aprender de forma estimulante, concretamente, isso é mt rico e certamente tem sido uma troca mt boa entre vcs educadores, os alunos e td o micro sistema da horta. A gente percebe pela felicidade de seu post.
ResponderExcluirA minha salsicha daqui de casa manda um lambj pra sua.
Um bj pra vc.
Oi Franz!
ResponderExcluirQue bom que gostou e também aprecia a horta nas escolas, quando integrada o desempenho dos alunos tende a satisfazer a eles e as todos nós educadores e suas famílias.
Oi Jamille!
Quanta honra hoje por aqui, os dois responsáveis por meu aperfeiçoamento na área da tecnologias educacionais, um por me iniciar no blog e a outra pelas "mídias na educação".
Pois é, as salsichinhas são mesmo um encanto, a Kika fica feliz e retribui carinhos.
Na escola desenvolve outros bons projetos que dão suporte também às salas de aula, o "AMA: agentes e monitores ambientais", é bem articulado no interior das turmas, logo faço uma postagem sobre ele.
Beijos e abraços aos meus queridos mestres!