sábado, 4 de setembro de 2010

Pátria amada: navegantes a clamar-se no esplendor do cruzeiro do sul


Por que será que não falamos da pátria? Por questões de ufanismo? Por desilusões históricas? Por desencantamentos? Por estar sempre atrelada a uma história de civismo que nos fez marchar sem desejos, sem nomes ou singularidades, a não ser a da unidade nacional?

Quando a pátria é lembrada? Só é querida nos esportes e outras representações mundiais? Até que ponto? Das glórias? Quando caímos na real?

Os indicadores estatísticos nos ajudam a pensar? E nos berços, esquinas, becos ou arrabaldes de cada cantinho desta unidade onde estão nascendo nossos brasileirinhos e as brasileirinhas cujas promessas já freqüentam o imaginário das escolas da vida e a respeito da utopia das novas gerações, números que fazem renda ou estimam qualidade de vida...

Essas são interrogações a pulular entre necessidades de repensar projetos, para além do olhar mercantilista e globalizado, de típica competitividade mesquinha neoliberal, que desconhece a palavra ética ou atrela às excelências e cumplicidades, a acelerar a destruição ecológica patriótica, a desafinar mudanças profundas e comprometidas com a felicidade e o bem estar "de todos", sem saber incluir as não-aprendizagens de uma minoria desprotegida em gêneros discursivos ou no oculto das margens em pauta.

Pátria que busca rimar com as utopias e as esperanças de dias melhores para todos, além das propagandas políticas que nos deixam desanimados diante de inverdades e inglórias. Estamos nós libertados ou enodados de silêncios, ausências, mitos, medos e derrotas? A liberdade de imprensa esteve às voltas de ser cassada. Ah! se não fossem os gritos de seus protagonistas - de sonhos intensos, de amor e de esperanças - caracterizando-se em marchas e barulhos, porém, de uso uníssono das vozes varonis, pelas avenidas em raios vívidos.

Os blogs também estão sendo vigiados em sua fluência, habilidade blogosférica, processos colaborativos a nos exigir desafios intelectuais, criativos e co-aprendentes, assim consequentemente, além daqueles que espreitam seus autores, como fariseus, não como visitantes amigos ou seguidores, teremos que nos preocupar com as leis que servem para determinadas situações e limitam tantas ou mais outras. Qual é o interesse? Controlar a palavra de cidadãos comuns, singulares e plurais, de aprendizagem individualizada e mais interativa, sem ou de frente a paradoxos, unidade que não nos robotiza sob marcha única de batida “bumbástica”?

Somos livres! (hic)

Imagem 1: http://www.2regiao.apac.org.br/pesquise/band/bandeira.html
Imagem 2: http://4.bp.blogspot.com/_UUm-nhV_Esw/SkepyKWuTvI/AAAAAAAAJyk/xLX5frEEVxY/s1600-h/navegar-sin-rumbo.jpg

4 comentários:

  1. Maria,

    Tinha uma chamada da RBS que ficou martelando na minha cabeça. Era assim: "Um dia você acorda e descobre que não dá pra ser brasileiro...(silêncio)...só durante a Copa". Reflete bem o que foi dito no início do post. Ser brasileiro é motivo para orgulho, apesar de tudo. Não apenas na Copa do Mundo (ou no Mundial de Basquete), temos que ser brasileiros o tempo todo, principalmente, em época de eleições.

    A liberdade vigiada dos blogs é algo que assusta e nos deixa de mãos atadas, pois surgiram várias leis que podem até nos responsabilizar criminalmente pelas publicações e comentários em nosso blog. Acredito que seja uma forma de travar o nosso pensamento e de impedir a troca de ideias no campo político. Quanto menos debatermos a política e menos soubermos sobre ela, tanto melhor para quem almeja o poder público. Assim, eles deitam e rolam enquanto assistimos a jogos na televisão.

    Ser brasileiro vai além de ter nascido sob o olhar do Cruzeiro do Sul, é preciso nos tornarmos cidadãos brasileiros. Não apenas para gozarmos dos "direitos" civis mas, sobretudo para exercermos de forma consciente nossos direitos político em prol de uma grande nação.

    Excelente texto, professora!

    Viva o Brasil! \0/

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  2. É Max,
    A tal da liberdade vigiada...
    O jeitinho brasileiro combina na blogosfera com sentimento, habilidade, essências, novas reflexões, interação, pesquisa, solidariedade, compromisso com a palavra, com o outro... O amor pelo sangue que corre nas veias combina com a ética universal que nos humaniza e nos responsabiliza pelo espaço planetário que aqui ocupamos, em relações interdependentes, não solitárias ou excludentes, a aprendizagem é participativa, porque vem do esforço individual e colaborativo, e não só do conhecimento segregado ou democratizante. Em tudo combina boa dose de humildade, maestria, espírito crítico socrático, fundado na autocrítica. Polis aberta, ao encontro com a diferença e, portanto, um território de descobertas, conflitos, negociação e inclusão, ressignificados. A pátria somos nós!
    Adorei sua participação!

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  3. Olá Maria do Rocio!
    Ser brasileiro é matar um leão por dia, mas saber que temos história cheia de pequenas e duras vitórias construída por cada um de nós. E somos nós que fazemos esse país cheio de cores e sabores. BJ!

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  4. Maravilha Marli,
    A alegria nos faz acordar a cada manhã, pois, sabemos que o Sol está sempre presente mesmo com nuvens ou chuvas. Se nublado é para temperar mais o clima... O leão está ali para comer, se manter com os filhotes, já os humanos a história é outra. Como educadores mostramos a aquarela e as possibilidades que uma tela pode expressar... Depende dos sentimentos, das sensações, das percepções, da vontade, da atitude daqueles que rompem os limites de seu mundo. E como diz o Bugu: "olá, mamãe!". E a gente ri como criança e com elas.

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